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O segmento de fundos de investimentos teve um início de ano de sangria. No primeiro trimestre, a captação líquida ficou negativa (resgates superando os aportes) em R$ 82,1 bilhões.
Só março contribuiu com uma saída de R$ 42,9 bilhões dos fundos.
Quem liderou essas perdas foram os fundos de ações e os multimercados. Até mesmo as carteiras de renda fixa, que costumam ser atrativas em períodos de juros elevados, perderam recursos, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgados nesta quarta-feira (5).
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O pior desempenho em termos de captação ficou com os multimercados, que registraram saídas de R$ 37,4 bilhões entre janeiro e março, seguidos pelos fundos de ações, que tiveram captação líquida negativa de R$ 23,9 bilhões no mesmo período. Considerando apenas o mês de março, essas categorias perderam, respectivamente, R$ 10,3 bilhões e R$ 8 bilhões.
Até mesmo os fundos de renda fixa tiveram desempenho fraco, em especial no mês de março. A captação líquida ficou negativa em R$ 12,2 bilhões no trimestre. Só no mês passado, no entanto, os resgates superaram os aportes em R$ 29,6 bilhões. O comportamento da categoria, no entanto, não foi hemogêneo, com alguns tipos conseguindo atrair os recursos de investidores.
Os fundos do tipo “renda fixa duração baixa soberano”, que investem o patrimônio principalmente em títulos públicos de curto prazo, acumulam no ano uma captação líquida positiva de R$ 30 bilhões. Já os “renda fixa simples”, que investem 95% em títulos públicos ou papéis de risco de crédito equivalente, captou R$ 14,3 bilhões entre janeiro e março.
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Já os fundos “renda fixa duração baixa grau de investimento”, que concentram as aplicações em papéis de curto prazo e precisam investir no mínimo 80% do patrimônio em títulos públicos ou ativos de baixo risco de crédito, registraram no primeiro trimestre um resgate de R$ 30,6 bilhões.
Embora a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, seja atrativa para a renda fixa, os investidores possuem outras alternativas que vão além da indústria de fundos, como os papéis emitidos por bancos (CDBs, LCIs e LCAs).
Rentabilidade
Os fundos que mais perderam recursos também são os que estão com maior dificuldade de entregar retorno aos cotistas.
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Os dados da Anbima mostram que todos os tipos de fundos de ações acumulam rentabilidade negativa no ano – em linha com o desempenho da Bolsa brasileira, com o Ibovespa perdendo 7,16% no período. Os fundos “índice ativo” têm queda de 7,11% e as carteiras “ações livres” amargam perdas de 4,95% no ano.
O pior desempenho, no entanto, está no tipo “ações setoriais”, com rentabilidade negativa de 21,25%.
Na categoria multimercados, o destaque é para os “multimercados livre”, que acumulam retorno positivo de apenas 1,14% no trimestre.
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Já as carteiras da renda fixa entregaram rentabilidade melhor ao cotista. No trimestre, o tipo “renda fixa simples” tem ganhos de 3,10% e os indexados, de 4%. No caso do “renda fixa duração alta soberano”, a rentabilidade está positiva em 3,90%.