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A pandemia do novo coronavírus mudou a forma como as pessoas trabalham e moram. O home office, para cumprir as medidas de isolamento social, transformou as residências em escritórios adaptados, e essa realidade pode mudar o perfil de imóveis oferecidos pelo mercado imobiliário depois que o cenário se normalizar.
O estudo Covid-19: Impactos e desafios para o mercado imobiliário, realizado pela Brain Inteligência Estratégica, aponta que já há mudanças em curso e 18% dos clientes estão pensando em mudar o tipo de imóvel depois da quarentena. Quesitos como ter uma varanda e um espaço maior já estão na lista de preferências.
Apesar de ainda ser cedo para definir quais mudanças acontecerão no perfil de imóveis, Matheus Fabrício, Diretor Executivo da Lopes Consultoria de Imóveis, afirma que há uma tendência de que os imóveis pequenos não sejam mais preferência.
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Troca de demanda
Em São Paulo, por exemplo, onde imóveis compactos de 40m², 30m² e até 14m² estão por toda a parte, faltou espaço para o home office de muita gente. Outra questão desse tipo de moradia são as áreas compartilhadas. “Essas residências podem não ser mais a primeira opção porque muitas pessoas querem evitar de dividir espaços neste momento de distanciamento social”, avalia.
Nos últimos meses, o site da Lopes registrou um aumento de 63% nas buscas por casas de campo e no litoral no período de quarentena. “Vimos uma alta impressionante de acessos procurando imóveis maiores em cidades próximas às capitais”, diz o executivo.
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Para ele, esse dado pode ser interpretado pelo desejo coletivo de sair de grandes cidades durante a pandemia, mas também pela intenção de comprar o segundo imóvel em outras regiões. “As pessoas estão percebendo que conseguem ser produtivas mesmo longe dos escritórios. Esse pode ser o legado da pandemia e os imóveis maiores ganham destaque nessa mudança de mindset”, diz Matheus.
Outra frente que pode gerar mudanças no mercado imobiliário é a necessidade de infraestrutura dos imóveis. “Não importa se é uma casa na praia, no campo ou na cidade, as pessoas precisam de estrutura e conforto para ficar no imóvel, como internet de alta qualidade, por exemplo”, afirma o diretor.
Arquitetura
Ele reitera que ainda é cedo para traçar o novo perfil dos imóveis pós-pandemia, mas acredita que é provável que haja mudanças nas configurações de plantas de lançamentos futuros. Uma delas pode ser a inclusão de escritórios particulares ocupando os espaços das antigas dependências de serviço.
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Além disso, a arquitetura deve se preocupar mais com a incidência de luminosidade natural nos lares e áreas de contato com o mundo exterior, como varandas, sacadas e jardins.
“É importante lembrar que essa mudança de status de tamanho e padrão das casas envolve custos”, diz Matheus, ponderando sobre o momento de crise econômica.
De olho nos refúgios
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O fato é que para quem possui renda, fazer um upgrade para imóveis maiores é uma solução para ter mais conforto e qualidade de vida nas grandes cidades. Neste contexto, as casas de campo também podem ser refúgios interessantes para as famílias de classe alta.
Para se ter uma ideia desse desejo, o site da Lopes registrou um aumento de 63% nas buscas por casas de campo no período de quarentena.
Enquanto todo o mundo passa por uma adaptação, os analistas continuarão acompanhando de perto como ele pode interferir no mercado de imóveis.