Publicidade
Assim como filmes, livros e restaurantes, há também os investimentos preferidos. E quais serão os destinos prediletos dos especialistas em gestão de recursos? Uma pista: com as altas taxas de juros, os investidores têm dado cada vez mais atenção aos ativos de renda fixa – entre eles, as debêntures.
Uma das vantagens desses papéis é que, por envolver um componente de risco adicional (o risco de crédito da empresa emissora), seu retorno costuma ser mais alto do que o de outros papéis, como os títulos públicos emitidos pelo governo federal.
Quais são as debêntures favoritas dos gestores de fundos de investimentos? Um relatório da plataforma Quantum, que o InfoMoney mostra com exclusividade, indica quais são os papéis mais presentes nas carteiras.
Continua depois da publicidade
Leia também:
Os papéis da Claro (BCPSA1), que ofereciam uma taxa de emissão equivalente ao CDI (referência para investimentos de renda fixa) mais 1,4% ao ano, concentram o maior volume nas carteiras: R$ 4,3 bilhões, estando presentes em 36 fundos.
Logo atrás, vêm as debêntures da NCF Participações (NCFP14), uma das holdings controladoras do Bradesco, com rentabilidade na emissão de CDI mais 1,5% ao ano, somando um montante de R$ 3,3 bilhões nas carteiras de 322 fundos.
As debêntures da B3 (BSA316), que ofereciam CDI mais 1,3% na emissão, estão em terceiro lugar no levantamento da Quantum, com R$ 3 bilhões. Um total de 240 fundos possui os papéis.
O estudo considerou todos os fundos que possuem debêntures, totalizando um universo de 1.374 carteiras regidas pela instrução 555 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Foi tomada como base a competência de novembro de 2022. Isso porque estas são as carteiras mais recentes totalmente abertas para análise no site da CVM.
Continua depois da publicidade
Confira o ranking das 20 debêntures preferidas dos fundos de investimento, elaborado pela Quantum:
| Ticker | Emissor | Vencimento | Taxa na emissão | Volume detido pelos fundos | Nº de fundos que possuem a debênture |
| BCPSA1 | CLARO | 28/03/2024 | CDI + 1.4% | R$ 4,3 bilhões | 36 |
| NCFP14 | NCF PARTICIPAÇÕES | 23/12/2023 | CDI + 1.5% | R$ 3,4 bilhões | 322 |
| BSA316 | B3 | 05/08/2027 | CDI + 1.3% | R$ 3,1 bilhões | 240 |
| CIEL16 | CIELO | 20/09/2025 | CDI + 1.2% | R$ 2,9 bilhões | 195 |
| ITSA15 | ITAUSA | 08/08/2025 | CDI + 1.12% | R$ 2,5 bilhões | 101 |
| ELET22 | ELETROBRAS | 25/04/2024 | CDI + 1% | R$ 2,2 bilhões | 169 |
| TLPP27 | TELEFÔNICA BRASIL | 12/07/2027 | CDI + 1.35% | R$ 2,1 bilhões | 157 |
| EQTL55 | EQUATORIAL ENERGIA | 24/02/2025 | CDI + 1.4% | R$ 2,1 bilhões | 84 |
| ASAI14 | SENDAS DISTRIBUIDORA | 26/11/2027 | CDI + 1.75% | R$ 2,0 bilhões | 349 |
| HAPV13 | HAPVIDA | 10/05/2029 | CDI + 1.6% | R$ 2,0 bilhões | 277 |
| MGLUA0 | MAGAZINE LUIZA | 15/10/2026 | CDI + 1.25% | R$ 1,9 bilhão | 210 |
| CCROA6 | CCR | 15/01/2029 | CDI + 1.7% | R$ 1,8 bilhão | 285 |
| EQTL15 | EQUATORIAL ENERGIA | 15/12/2026 | CDI + 1.55% | R$ 1,8 bilhão | 292 |
| UGPA16 | ULTRAPAR PARTICIPAÇÕES | 05/03/2023 | 105.25% do CDI | R$ 1,8 bilhão | 78 |
| TIMS12 | TIM | 15/06/2028 | IPCA + 4.1682% | R$ 1,6 bilhão | 1 |
| RLOG11 | COSAN | 25/08/2025 | CDI + 2.65% | R$ 1,6 bilhão | 349 |
| BRKPA0 | BRK AMBIENTAL PARTICIPAÇÕES | 15/04/2027 | CDI + 2.4% | R$ 1,6 bilhão | 223 |
| LCAMA9 | UNIDAS (EX LOCAMERICA) | 15/01/2026 | CDI + 2.4% | R$ 1,6 bilhão | 423 |
| RDORB9 | REDE DOR SÃO LUIZ | 20/08/2031 | CDI + 1.9% | R$ 1,5 bilhão | 318 |
| TLPP17 | TELEFÔNICA BRASIL | 12/07/2025 | CDI + 1.12% | R$ 1,5 bilhão | 32 |
Fonte: Quantum
Vantagens e desvantagens das debêntures
Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado de capitais. Em alguns aspectos, seu funcionamento lembra o dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto. Só que, em vez de financiar o governo, quem compra debêntures empresta dinheiro para uma empresa construir uma nova fábrica, expandir as operações no exterior ou fazer qualquer outro grande investimento.
Continua depois da publicidade
Para o investidor, optar por debêntures significa diversificar a carteira, mesmo se a intenção for se manter dentro do espectro da renda fixa. Empresas de diferentes portes, setores e com objetivos distintos emitem esses papéis, o que abre para o investidor um leque amplo de oportunidades.
Já entre as desvantagens das debêntures está o fato de que algumas podem ter um prazo muito longo de vencimento – e até lá, não é possível resgatar o dinheiro aplicado. Se precisar dos recursos, o investidor terá de recorrer ao mercado secundário em busca de alguém interessado em comprar seus papéis.
Muitas debêntures são negociadas na B3, o que pode facilitar a tarefa. Mas não é raro que a liquidez dos papéis (a facilidade de vendê-los no pregão) seja restrita.
Continua depois da publicidade
Quando isso acontece, a empresa emissora é obrigada a recomprar os títulos dos debenturistas que não aceitarem as novas condições. Mas se o investidor tiver feito planos considerando as características descritas na escritura de emissão, suas expectativas podem acabar sendo frustradas.