Quanto rende um CDB hoje? Taxas de prefixados seguem caindo e bancos pagam até 13,20% ao ano

Para especialista, prefixados devem pagar entre 8,5% e 9% ao ano e incerteza impede queda maior

Leonardo Guimarães

(Shutterstock)
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Enquanto as taxas de títulos públicos têm altos e baixos com o mercado equilibrando notícias preocupantes – como o déficit primário de R$ 35,9 bi em julho – com o otimismo do ciclo de corte nos juros, os juros de CDBs também não caminham em direção única.

Um levantamento da Quantum Finance feito a pedido do InfoMoney mapeou as taxas dos CDBs emitidos entre 16 e 29 de agosto e mostrou que houve recuperação na rentabilidade de pós-fixados, enquanto títulos prefixados pagam cada vez menos e os de inflação tiveram um alívio nas quedas.

CDBs prefixados

A tendência nas taxas de prefixadas está desenhada há alguns meses e os juros seguem em queda. Especialistas afirmam que a remuneração desses títulos ainda não alcançou o piso para o cenário econômico atual.

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A taxa média dos prefixados de 36 meses foi de 10,68% ao ano, ante 10,93% na leitura anterior. Nos títulos mais curtos também houve queda nas taxas, de 12,15% para 11,97% em seis meses. A taxa mais alta desses papéis caiu de 13,35% no curtíssimo prazo de três meses para 13,20%.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, diz que “há uma expectativa para que a curva prefixada se acomode entre 8,5% e 9%”, o que ainda não aconteceu porque ainda há desconfiança do mercado acerca das contas públicas. “A questão fiscal ainda é preocupante, como o rumo não está claro, as taxas ainda não caíram tanto”, completa.

O número de emissões de CDBs prefixados subiu de 60 na primeira quinzena de agosto para 74 na pesquisa mais recente.

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Retornos de CDBs prefixados (16 a 29/ago)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
3 PREFIXADO 11,57% 12,59% 13,20% 15 XP
6 PREFIXADO 11,50% 11,97% 12,40% 22 Banco Daycoval
12 PREFIXADO 10,55% 11,29% 11,75% 20 Haitong Banco de Investimento do Brasil
24 PREFIXADO 9,80% 10,49% 11,35% 12 Haitong Banco de Investimento do Brasil
36 PREFIXADO 10,15% 10,68% 11,25% 5 Haitong Banco de Investimento do Brasil

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda

CDBs pós-fixados

As taxas de títulos bancários indexados ao CDI tiveram sinais mistos, mas a baixa variação foi comum. O CDB de maior remuneração – 115% do CDI – foi emitido pelo Banco Original. Na quinzena anterior, o pós-fixado de maior taxa pagava 111% do CDI.

A taxa média dos pós-fixados para 24 meses subiu de 99,31% do CDI para 101,39%. No horizonte mais curto, de seis meses, avançou de 99,37% para 99,87%.

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Ricardo Jorge explica que “as taxas variam conforme o emissor; quanto mais arriscado um emissor é, maior a taxa que ele precisa pagar para captar”. Para o investidor, a lição é que taxas mais altas também significam riscos maiores.

Os papéis que pagam abaixo do CDI são geralmente emitidos por grandes bancos e têm liquidez diária. Mesmo assim, Erick Scott Hood, Head de Produtos e Portfólios do Inter, diz que “não vale a pena investir em papéis que pagam abaixo do CDI para prazos mais longos”, mesmo se a aplicação respeitar o limite de R$ 250 mil coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

O número de emissões de CDBs pós-fixados voltou a subir na segunda quinzena de agosto: passou de 201 para 275.

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Retornos de CDBs indexados ao CDI (16 a 29/ago)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
3 %CDI 97,00% 101,20% 105,50% 23 Banco Pan
6 %CDI 97,50% 99,87% 107,00% 43 Banco BMG/Paraná Banco
12 %CDI 90,00% 101,75% 113,00% 78 Paraná Banco
24 %CDI 98,00% 101,39% 115,50% 66 Banco Original
36 %CDI 90,00% 101,52% 108,00% 65 Banco BMG

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda

CDBs atrelados à inflação

Nos títulos indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), os papéis mais curtos, de até 12 meses, seguem sem emissões, como aconteceu na última pesquisa. A taxa média dos títulos de 24 meses caiu de 6,16% para 5,91%. Já nos papéis com vencimento de pelo menos 36 meses, a taxa média subiu de 5,18% para 5,66%.

Na última quinzena analisada pela pesquisa, foram emitidos 61 CDBs de inflação. Na leitura anterior, houve apenas 33 emissões.

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Retornos de CDBs indexados à inflação (16 a 29/ago)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
24 IPCA 4,60% 5,91% 6,35% 44 Haitong Banco de Investimento do Brasil
36 IPCA 4,30% 5,66% 6,10% 17 Haitong Banco de Investimento do Brasil

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda