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Enquanto as taxas de títulos públicos têm altos e baixos com o mercado equilibrando notícias preocupantes – como o déficit primário de R$ 35,9 bi em julho – com o otimismo do ciclo de corte nos juros, os juros de CDBs também não caminham em direção única.
Um levantamento da Quantum Finance feito a pedido do InfoMoney mapeou as taxas dos CDBs emitidos entre 16 e 29 de agosto e mostrou que houve recuperação na rentabilidade de pós-fixados, enquanto títulos prefixados pagam cada vez menos e os de inflação tiveram um alívio nas quedas.
CDBs prefixados
A tendência nas taxas de prefixadas está desenhada há alguns meses e os juros seguem em queda. Especialistas afirmam que a remuneração desses títulos ainda não alcançou o piso para o cenário econômico atual.
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A taxa média dos prefixados de 36 meses foi de 10,68% ao ano, ante 10,93% na leitura anterior. Nos títulos mais curtos também houve queda nas taxas, de 12,15% para 11,97% em seis meses. A taxa mais alta desses papéis caiu de 13,35% no curtíssimo prazo de três meses para 13,20%.
Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, diz que “há uma expectativa para que a curva prefixada se acomode entre 8,5% e 9%”, o que ainda não aconteceu porque ainda há desconfiança do mercado acerca das contas públicas. “A questão fiscal ainda é preocupante, como o rumo não está claro, as taxas ainda não caíram tanto”, completa.
O número de emissões de CDBs prefixados subiu de 60 na primeira quinzena de agosto para 74 na pesquisa mais recente.
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Retornos de CDBs prefixados (16 a 29/ago) | ||||||
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
3 | PREFIXADO | 11,57% | 12,59% | 13,20% | 15 | XP |
6 | PREFIXADO | 11,50% | 11,97% | 12,40% | 22 | Banco Daycoval |
12 | PREFIXADO | 10,55% | 11,29% | 11,75% | 20 | Haitong Banco de Investimento do Brasil |
24 | PREFIXADO | 9,80% | 10,49% | 11,35% | 12 | Haitong Banco de Investimento do Brasil |
36 | PREFIXADO | 10,15% | 10,68% | 11,25% | 5 | Haitong Banco de Investimento do Brasil |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda
CDBs pós-fixados
As taxas de títulos bancários indexados ao CDI tiveram sinais mistos, mas a baixa variação foi comum. O CDB de maior remuneração – 115% do CDI – foi emitido pelo Banco Original. Na quinzena anterior, o pós-fixado de maior taxa pagava 111% do CDI.
A taxa média dos pós-fixados para 24 meses subiu de 99,31% do CDI para 101,39%. No horizonte mais curto, de seis meses, avançou de 99,37% para 99,87%.
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Ricardo Jorge explica que “as taxas variam conforme o emissor; quanto mais arriscado um emissor é, maior a taxa que ele precisa pagar para captar”. Para o investidor, a lição é que taxas mais altas também significam riscos maiores.
Os papéis que pagam abaixo do CDI são geralmente emitidos por grandes bancos e têm liquidez diária. Mesmo assim, Erick Scott Hood, Head de Produtos e Portfólios do Inter, diz que “não vale a pena investir em papéis que pagam abaixo do CDI para prazos mais longos”, mesmo se a aplicação respeitar o limite de R$ 250 mil coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
O número de emissões de CDBs pós-fixados voltou a subir na segunda quinzena de agosto: passou de 201 para 275.
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Retornos de CDBs indexados ao CDI (16 a 29/ago) | ||||||
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
3 | %CDI | 97,00% | 101,20% | 105,50% | 23 | Banco Pan |
6 | %CDI | 97,50% | 99,87% | 107,00% | 43 | Banco BMG/Paraná Banco |
12 | %CDI | 90,00% | 101,75% | 113,00% | 78 | Paraná Banco |
24 | %CDI | 98,00% | 101,39% | 115,50% | 66 | Banco Original |
36 | %CDI | 90,00% | 101,52% | 108,00% | 65 | Banco BMG |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda
CDBs atrelados à inflação
Nos títulos indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), os papéis mais curtos, de até 12 meses, seguem sem emissões, como aconteceu na última pesquisa. A taxa média dos títulos de 24 meses caiu de 6,16% para 5,91%. Já nos papéis com vencimento de pelo menos 36 meses, a taxa média subiu de 5,18% para 5,66%.
Na última quinzena analisada pela pesquisa, foram emitidos 61 CDBs de inflação. Na leitura anterior, houve apenas 33 emissões.
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Retornos de CDBs indexados à inflação (16 a 29/ago) | ||||||
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
24 | IPCA | 4,60% | 5,91% | 6,35% | 44 | Haitong Banco de Investimento do Brasil |
36 | IPCA | 4,30% | 5,66% | 6,10% | 17 | Haitong Banco de Investimento do Brasil |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda