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Investidores que possuem a conta internacional da XP (XPBR31), lançada em maio, poderão investir em títulos de renda fixa em dólar a partir de novembro. Um conjunto de 30 bonds, como são chamados os papéis de dívida negociados em dólar, estarão disponíveis no aplicativo da corretora e serão intermediados pela XP International, braço americano do grupo.
O primeiro pacote é formado, principalmente, por bonds emitidos por empresas brasileiras – como Petrobras, Vale, Votorantim, entre outras – no exterior em dólar. É o caso de 20 dos 30 papéis. Outros cinco são de companhias americanas, como as gigantes de tecnologia Amazon e Alphabet (dona do Google), e mais cinco são emitidos por grandes empresas latino-americanas.
“Montamos uma lista com nomes familiares aos brasileiros, sobre os quais os investidores já têm conhecimento”, explica Diego Correia, head da plataforma de investimentos internacionais da XP.
A seleção também considerou outros critérios, como geografia e setor de atuação, além de liquidez — de modo que os investidores encontrem “saída” dos papéis, caso precisem retomar os recursos. Todos os bonds disponíveis possuem pelo menos US$ 500 milhões em amount outstanding (unidades em circulação o mercado).
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Para Correia, umas das principais vantagens dos bonds é o fato de serem denominados em dólar. “Além de garantir provável rentabilidade que acompanha a taxa de juros americana, o investidor brasileiro ainda protege sua carteira com uma moeda forte e pode ganhar com a valorização cambial”, diz.
Com a Selic em 13,75% ao ano, os juros brasileiros estão em um patamar considerado atrativo. Mas no exterior as taxas também têm subido – uma reação dos bancos centrais para lidar com a escalada da inflação nos países desenvolvidos.
Os juros básicos da economia dos Estados Unidos, por exemplo, que ficaram estacionados por anos na faixa entre zero e 0,25% ao ano, foram elevados ao patamar atual de 3% a 3,25%. Isso, na visão de Victor Gomes, gerente de produtos na plataforma de investimentos internacionais da XP, faz dos bonds alternativas de diversificação importantes.
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Dados os efeitos da marcação a mercado, muitos títulos de renda fixa – tanto brasileiros quanto globais – perderam valor nos últimos meses, conforme as taxas subiram. Quando o mercado passa a precificar uma alta na curva de juros, a tendência é de que as taxas oferecidas pelos papéis suba – e, como consequência, o seu preço recua.
Mas o contrário também é verdadeiro: quando as taxas começam a dar sinais de queda, os preços dos papéis de renda fixa aumenta. Por isso, ganhos devido à marcação a mercado também poderiam ser obtidos com os bonds no futuro, lembra Gomes.
“Quando olhamos para os preços relativos, os prêmios que a renda fixa oferece atualmente nos Estados Unidos estão bem mais altos que a média histórica”, diz o gerente. Em alguns casos, somando os juros dos papéis aos efeitos cambiais do investimento internacional até seu vencimento, já é possível encontrar alternativas com remuneração equivalente à renda fixa brasileira, calcula.
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Por ora, segundo Correia, a conta internacional da XP não oferecerá a possibilidade de investir em Treasuries, como são chamados os títulos públicos americanos. “Não temos uma limitação, mas nesse primeiro momento optamos por simplificar a oferta a partir de critérios factuais”, diz.
A conta internacional da XP está disponível para clientes da corretora que tenham patrimônio líquido a partir de R$ 10 mil – cerca de 1 milhão estão elegíveis. A expectativa é de alcançar ao menos 200 mil investindo diretamente no exterior com a plataforma digital da XP Internacional nos próximos 12 meses, somando US$ 1 bilhão sob custódia.
Cada remessa de câmbio para investimentos no exterior – feita de maneira automatizada pelo aplicativo da XP – deve ser equivalente a US$ 500, no mínimo. O investimento mínimo em bonds é de aproximadamente US$ 5 mil, ou cinco unidades (em geral, precificadas a US$ 1 mil cada).
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Quem investe em renda fixa – e também renda variável – no exterior precisa recolher Imposto de Renda no Brasil. No aplicativo, a XP oferece um manual que orienta sobre como realizar o recolhimento do tributo nesses casos. Em breve, também passará a contar com a possibilidade de contratação opcional de um serviço de automatização do cálculo e da emissão do Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) para o pagamento do imposto.