Ritmo de saques aumenta e resgates líquidos em multimercados batem R$ 13,4 bi em outubro

Já FIDCs foram destaque em termos de captação, com depósitos líquidos que somaram R$ 11,1 bilhões

Bruna Furlani

(Getty Images)
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Os fundos multimercados voltaram a ver uma intensificação no ritmo de saques em outubro. Prova disso é que as saídas líquidas somaram R$ 13,4 bilhões, montante que é próximo do registrado pela classe em fevereiro deste ano e que é maior do que os R$ 11,9 bilhões vistos em setembro.

No acumulado do ano, a situação também segue no negativo, com perdas líquidas de R$ 64,8 bilhões para a classe. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O mês também foi de mais saques do que entradas em fundos de renda fixa, que acumularam resgates líquidos de R$ 11,6 bilhões. Desde o começo do ano, as saídas líquidas chegam a R$ 42,9 bilhões na classe.

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O volume é puxado por resgates em fundos de renda fixa duração baixa grau de investimento, com perdas líquidas de R$ 49,5 bilhões em 2023.

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A maré também está mais negativa para fundos cambiais, que tiveram saídas líquidas de R$ 402,1 milhões em outubro, volume que bate R$ 1,8 bilhão em 2023.

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Situação difícil também para ETFs (fundos de índice), com resgates líquidos de R$ 2,2 bilhões no mês passado e de R$ 2,9 bilhões nos últimos dez meses.

Fundos no azul

Por outro lado, o destaque em termos de captação veio de fundos que alocam em direitos creditórios (FIDCs). Em outubro, os depósitos líquidos na classe chegaram a R$ 11,1 bilhões — avançando para R$ 16,3 bilhões ao longo do ano.

O fluxo representa uma reversão dos resgates líquidos de R$ 3,3 bilhões vistos em setembro, mas que a Anbima afirmou que foi um movimento concentrado.

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Coincidência ou não, no mês passado, entrou em vigor a Regulação CVM 175, que buscou simplificar o arcabouço regulatório dos fundos de investimentos e que trouxe mudanças para fundos que alocam em direitos creditórios.

A principal delas está no tipo de investidor. Com a nova regulação, qualquer investidor poderá alocar em FIDCs — produtos que estavam restritos anteriormente a investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras) e profissionais (com mais de R$ 10 milhões).

Fundos de ações também voltaram ao campo positivo em outubro, ao acumular entradas líquidas de R$ 10,0 bilhões. O montante, porém, segue no negativo ao longo do ano, com saídas líquidas de R$ 28,4 bilhões.

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Outubro também foi de mais entradas do que saídas para fundos de previdência e fundos de investimento em participações (FIPs), no valor de R$ 1,5 bilhão e R$ 282,9 milhões, respectivamente. Já no acumulado de 2023, os depósitos líquidos chegam a R$ 12,0 bilhões e R$ 42,4 bilhões, nessa ordem.

Após um mês de sangria com as saídas líquidas de fundos de investimento domésticos batendo R$ 13,6 bilhões, os resgates nos produtos perderam um pouco de força em outubro, chegando R$ 4,7 bilhões.