Tesouro Direto: juros de títulos de inflação caem para até 5,28% após manutenção da Selic

Investidores reagem ao comunicado do Copom e aprovação do arcabouço fiscal no Senado

Leonardo Guimarães

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Os juros dos títulos prefixados do Tesouro Direto operam em direções mistas, enquanto a rentabilidade dos papéis de inflação cai nesta quinta-feira (22). Investidores repercutem a decisão anunciada na véspera pelo Banco Central de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) retirou do comunicado a referência que fazia a uma possível alta da Selic, o que animou o mercado. Porém, a autoridade monetária mencionou cautela e descreveu cenário ainda desafiador no combate à inflação.

Mesmo com o tom mais duro que o esperado, analistas mantiveram a previsão de corte de juros entre agosto e setembro.

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Outro assunto importante no cenário local é a aprovação do arcabouço fiscal no plenário do Senado. O texto sofreu alterações e, por isso, deve ser apreciado novamente pela Câmara dos Deputados. A previsão é que o projeto seja votado na primeira semana de julho, antes do recesso parlamentar.

No Tesouro Direto, a rentabilidade do prefixado com vencimento em 2026 sobe de 10,55% na véspera para 10,59% na última atualização de hoje. A taxa do Tesouro Prefixado 2033 também sobe, de 11% para 11,02%. Já o juro do Tesouro Prefixado caía de 10,91% para 10,88%.

As taxas dos títulos de inflação também caíam, com o Tesouro IPCA+ 2029 entregando rentabilidade real de 5,28% ao ano ante 5,31% ontem e o Tesouro IPCA+ 2040 com juro de 5,46% contra 5,48% na última sessão. O juro do Tesouro IPCA+ 2045 recuava de 5,55% para 5,53%.

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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta quinta-feira (22):

Copom mantém Selic em 13,75% ao ano

A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central passou longe de surpreender o mercado, que já precificava a manutenção dos juros, mas esperava tom mais suave da autoridade monetária em comunicado. Mesmo assim, analistas projetam corte da Selic em agosto ou setembro.

Até a próxima reunião do Copom, haverá a divulgação do IPCA de junho e dos IPCA-15 de junho e julho. Os indicadores serão muito importantes para o ajuste de expectativas em relação à condução da política monetária no Brasil. Os últimos indicadores de inflação surpreenderam positivamente e economistas não esperam surpresas negativas nas próximas divulgações.

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Leia também: 

Arcabouço fiscal aprovado no Senado

O plenário do Senado Federal aprovou, nesta quarta, por 57 votos favoráveis e 17 contrários, o texto-base do projeto de lei complementar que trata do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023).

A versão aprovada sofreu mudanças em relação ao que veio da Câmara dos Deputados e, por isso, voltará para apreciação dos deputados, para uma votação decisiva. As principais alterações trazidas por Aziz foram a retirada do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e gastos com ciência, tecnologia e inovação dos limites de gastos impostos pelo arcabouço. Agora, a Câmara avaliará se mantém ou não as modificações aprovadas pelos senadores.

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Lula: Selic em 13,75% é “irracional”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi contundente na reação à manutenção da Selic e afirmou que o nível dos juros é “irracional” e que a direção do Banco Central joga contra os interesses do País.

“É irracional o que está acontecendo no Brasil, uma taxa de 13,75% e inflação de 5%”, afirmou, sem citar Roberto Campos Neto, presidente do BC.