Tesouro Direto: à espera de ata do Copom, juros de prefixados caem para 10,41% e títulos de inflação pagam 5,62%

Investidores repercutem projeções do Boletim Focus e esperam pistas sobre a condução da política monetária na ata da última reunião do Copom

Leonardo Guimarães

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Os juros dos títulos do Tesouro Direto operam em direções distintas nesta segunda-feira (26). O mercado repercute as previsões do Boletim Focus e aguarda anúncios importantes nesta semana sobre política monetária e meta de inflação.

Mais cedo, o Boletim Focus do Banco Central mostrou que os agentes do mercado financeiro reduziram, pela sexta semana consecutiva, a projeção para a inflação deste ano.

Segundo o Focus, o mercado espera IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 5,06% em 2023. Na semana passada, a estimativa estava em 5,12%. As projeções para os indicadores de inflação de 2024 e 2026 também caíram.

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O mercado ainda se mostrou mais otimista com o PIB (Produto Interno Bruto). A estimativa para o indicador subiu de 2,14% para 2,18% em 2023. Foi a sétima semana consecutiva de melhora.

Ainda no cenário local, investidores esperam a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), marcada para amanhã. O documento deve mostrar com clareza a visão do grupo para a política monetária e ajudar o mercado na precificação de ativos.

Outro item importante na agenda da semana é a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre a meta de inflação para o Brasil em 2026. Na quarta-feira, o grupo se reúne e ainda deve reafirmar as metas de 2024 e 2025. A decisão é amplamente aguardada enquanto há debate sobre a consequência da meta de inflação para a política monetária conduzida pelo Banco Central.

No Tesouro Direto, as taxas dos prefixados tinham queda. O título mais curto, que vence em 2026, tinha rentabilidade anual de 10,41% contra 10,42% na última atualização de sexta-feira. Já o juro do Tesouro Prefixado 2029 caía de 10,76% para 10,72%, enquanto a taxa do Tesouro Prefixado 2033 saía de 10,93% na última sessão para 10,86% na última atualização desta segunda-feira.

Nos títulos de inflação, a tendência é de alta na rentabilidade. O Tesouro IPCA+ 2040 tinha rentabilidade real de 5,44% contra 5,43% na última sessão. Já o juro do Tesouro IPCA+ 2045 saía de 5,61% para 5,62%. A exceção era o título que vence em 2029, que passava a pagar 5,20% contra 5,21% na sexta-feira.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (26):

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Boletim Focus

A previsão do mercado financeiro da inflação para 2024 caiu para um patamar abaixo de 4,0%, ficando em 3,98% nesta semana, no quarto recuo seguido da estimativa do mercado. Já a projeção para o IPCA de 2025 foi mantida em 3,80% e a de 2026 caiu de 3,80% para 3,72%.

Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA para 2023 recuou pela 8ª semana seguida, de 9,09% para 9,03%. A estimativa para 2024 caiu de 4,50% para 4,44% e as 2025 e 2026, continuaram em 4,0%.

Na atividade econômica, a projeção do PIB de 2024 subiu de 1,20% para 1,24%, enquanto a de 2025 cresceu de 1,80% para 1,83% e a de 2026 teve queda de 1,99% para 1,92%.

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O mercado espera que a Selic termine o ano em 12,25%, a mesma estimativa da semana passada. A projeção para 2024 continuou em 9,5% e a de 2025 foi mantida em 9%. A previsão para 2026 também não foi alterada e ficou em 8,75%.