Tesouro Direto: juros aceleram alta e retorno de prefixados sobe para até 11,89% com cenário externo

Prefixado curto tem o maior ajuste nas taxas no início da sessão desta quinta-feira; rendimento dos títulos de inflação recua

Leonardo Guimarães

Imagem mostra notas de R$ 50 (Rmcarvalho/Getty Images)
Imagem mostra notas de R$ 50 (Rmcarvalho/Getty Images)

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A remuneração dos títulos prefixados do Tesouro Direto segue subindo nesta quinta-feira (28), enquanto investidores olham para riscos fiscais nos Estados Unidos e acompanham a alta dos juros por lá.

O mercado olha com preocupação para o risco de shutdown (necessidade de congelar despesas) nos EUA, depois que o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, rejeitou um projeto de lei para evitar a paralisação do governo americano já a partir do próximo domingo (1º).

Com isto, o rendimento dos títulos públicos americanos segue em alta. Por volta das 10h50, a taxa do treasury de 10 anos avançava 0,03 ponto percentual, para 4,66%, enquanto o juro do papel de 30 anos avançava 0,05 p.p., para 4,78%.

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Na agenda de indicadores, o Departamento de Comércio dos EUA estimou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 2,1% no segundo trimestre. Esta é a segunda e última projeção, que se manteve inalterada em relação à primeira, conforme esperavam analistas.

No mercado de trabalho norte-americano, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 2.000 na semana encerrada em 23 de setembro, para 204.000 em dado com ajuste sazonal. Economistas projetavam 215.000 pedidos para a última semana.

Por aqui, o Banco Central mostrou, pela primeira vez, sua projeção de inflação para 2026. A autarquia espera IPCA de 3,1% no ano, ante meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O número foi divulgado hoje no Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

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No Tesouro Direto, o Tesouro Prefixado 2026 pagava 10,81% na primeira atualização do dia, às 9h24, ante taxa de 10,63% no início da sessão de ontem. A rentabilidade anual do título com vencimento em 2029 avançava de 11,53% para 11,59%, enquanto a do papel para 2033 subia de 11,85% para 11,86%.

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Entre os títulos de inflação, o único que apresentava alta na remuneração era o Tesouro IPCA+ 2029, que entregava juro real de 5,72% ante 5,71% ontem. A rentabilidade real do Tesouro IPCA+ 2045 recuava de 6,04% para 5,98%, enquanto a do papel para 2055 caía de 6% para 5,96%.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quinta-feira (28):

IGP-M avança 0,37% em setembro

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,37% em setembro, após queda de 0,14% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.

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A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de um avanço de 0,40%.

IPP sobe 0,92% em agosto

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 0,92% em agosto, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de julho foi revista de uma redução de 0,82% para queda de 0,76%.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação.