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A terça-feira (7) é de movimento misto nos juros oferecidos por títulos do Tesouro Direto. Por volta das 9h25 (horário de Brasília), as taxas de papéis prefixados apresentavam alta de até 9 pontos-base (0,09 ponto percentual), enquanto os retornos entregues pela maior parte dos títulos atrelados à inflação estavam perto da estabilidade.
Um dos destaques da cena local está na divulgação da ata referente à última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu reduzir os juros em 0,50 ponto para o patamar de 12,25% ao ano.
No documento, o colegiado avaliou que cresceu a incerteza sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas. O Comitê também defendeu que os objetivos para as contas públicas deverão ser buscados com firmeza e “disciplina fiscal”.
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A visão foi reforçada por Roberto Campos Neto, presidente do BC, nesta manhã. Durante evento, o dirigente disse que o Brasil precisa fazer a “lição de casa” na parte fiscal, diante de um cenário mais desafiador no exterior, e chamou a atenção para um “questionamento muito grande” em relação à meta.
A menção feita pelo Copom e por Campos Neto ganha peso no dia em que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) vai se debruçar sobre o relatório do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024. Após uma série de ruídos, o governo decidiu não enviar uma mensagem de modificação da meta de déficit fiscal zero no ano que vem.
Ao contrário da sessão anterior, o dia é de recuo na maior parte dos rendimentos oferecidos pelos títulos do Tesouro americano (Treasuries). Por volta das 11h30, o juro entregue pelo papel com vencimento em dez anos chegava a 4,616%, contra 4,666% na véspera.
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No Tesouro Direto, a maior alta entre as taxas oferecidas por papéis era registrada pelo Tesouro Prefixado 2029, que via o juro subir de 11,27%, na sessão anterior, para 11,36%, na atualização das 9h25.
Já o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+2035 registrava estabilidade no mesmo horário, no valor de 5,73%, mesmo percentual registrado um dia antes.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta terça-feira (7):
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Ata do Copom
No documento divulgado hoje pelo Banco Central, o Copom reafirmou a importância de perseguir a meta de forma firme.
“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, acrescentou.
Também houve menção ao cenário mais nebuloso do ponto de vista internacional. Na ata, o BC repetiu o comunicado da semana passada ao afirmar que o ambiente externo está “adverso”.
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Por outro lado, o colegiado ponderou que, apesar da gravidade dos acontecimentos, como o conflito no Oriente Médio e o movimento substancial nos preços de ativos internacionais, a taxa de câmbio e o preço do petróleo tiveram variações consideradas “moderadas”, até o momento.
Haddad ganha tempo
Já na cena política, a decisão tomada pelo governo de não pedir mudanças na meta de zerar o déficit primário no ano que vem ao Congresso representa uma vitória parcial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A leitura é que o movimento não representa uma desistência de alterar a meta fiscal de 2024, mas dá tempo para o Ministério da Fazenda retomar o controle da narrativa sobre o cenário fiscal e a necessidade de aprovação das medidas de arrecadação ainda em tramitação no parlamento, como a proposição que trata das subvenções via ICMS.
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A ala política do governo ainda tenta garantir que o objetivo de zerar o déficit primário em 2024 seja modificado ainda neste ano, durante o debate orçamentário no Congresso Nacional. A preocupação no Palácio do Planalto é que a meta original acarretaria em um volume expressivo de contingenciamento ao governo e um custo político muito elevado em um ano de eleições municipais.
Resta em aberto no governo a decisão sobre o momento mais adequado para comunicar a mudança da meta com o mínimo de ruído possível. Nas últimas semanas, agentes econômicos e parte do mundo político reagiram negativamente às falas de Lula no sentido de que a meta de 2024 “não precisa ser zero” e minimizando os impactos de um possível déficit de 0,25% ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
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