Tesouro Direto: juros dos prefixados têm leve alta e oferecem a partir de 11,4% ao ano; títulos públicos encerram novembro no azul

Investidores monitoram avanço da Ômicron ao redor do mundo, além de possível votação da PEC dos Precatórios no plenário do Senado

Bruna Furlani

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O destaque na cena local segue na votação do texto-base da PEC dos Precatórios, que está prevista para ocorrer nesta quarta-feira (1) no plenário do Senado. O governo, no entanto, ainda negocia mudanças para garantir um placar com margem para aprovar o texto – ou seja, de 49 votos favoráveis em dois turnos.

Investidores também monitoram com atenção a confirmação de três casos da variante Ômicron no Brasil.

Na cena externa, o foco está nos Estados Unidos. Hoje, Jerome Powell, presidente do banco central americano, voltou a dizer que a autoridade monetária está preparada para usar os instrumentos de política monetária para que a inflação não fique “enraizada”.

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À espera de novidades sobre a votação da PEC dos Precatórios no Senado, o mercado de títulos públicos negociados no Tesouro Direto opera sem direção única. Papéis prefixados apresentam leve alta, enquanto os retornos de títulos de inflação são negociados perto da estabilidade, na atualização das 15h20 desta quarta-feira.

Entre os títulos que avançavam à tarde, o Tesouro Prefixado 2031 oferecia juros de 11,39% ao ano, contra 11,27% no começo da manhã. Um dia antes, o papel oferecia retorno de 11,36%.

No mesmo horário, a rentabilidade oferecida pelo Tesouro Prefixado 2026 era de 11,48% ao ano, acima dos 11,36% ao ano, do início do dia. O percentual também é um pouco maior do que os 11,46%, vistos um dia antes.

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Entre os títulos atrelados à inflação, atenção também para as taxas reais oferecidas pelo Tesouro IPCA+ 2026, que estavam em 5,05% ao ano, na atualização das 15h20 – acima dos 4,97% ao ano, vistos na abertura dos negócios. O valor representa leve avanço em relação aos 5,03% ao ano, registrados ontem (30).

O Tesouro IPCA+ 2055, com pagamento semestral de juros, por sua vez, oferecia retorno real de 5,27% ao ano, contra 5,29% ao ano, na sessão anterior.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta quarta-feira (1): 

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Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Desempenho no Tesouro em novembro

A expectativa de que os juros subiriam muito, causada pelas discussões em torno do drible ao teto de gastos, provocaram uma queda generalizada nos preços dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto em outubro – as perdas chegaram a superar 16% no mês. Para o alívio dos investidores, a história não se repetiu em novembro.

Durante o mês recém-encerrado, a aprovação da PEC dos Precatórios – primeiro na Câmara, e depois na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado – acabou aliviando parte da pressão sobre as taxas. Além disso, passou a prevalecer a visão de que o aperto monetário protagonizado pelo Banco Central poderá ser menos intenso do que o previsto.

O resultado disso se refletiu na curva de juros – e no desempenho dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto. Em novembro, todos ficaram no campo positivo. Saiba mais nesta matéria.

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O avanço foi maior entre os papéis atrelados à inflação, com destaque para o Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2045 e 2035, que tiveram valorização de 7,80% e de 5,18% no acumulado do mês passado, respectivamente.

Balança comercial

Na agenda econômica, destaque para os dados da balança comercial brasileira, que mostraram que houve déficit de US$ 1,3 bilhão em novembro, pior resultado para o mês desde 2014. O resultado é provocado pelo avanço mais expressivo das importações.

O resultado foi apresentado nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia e veio em linha com estimativa de analistas de um saldo negativo de US$ 1,2 bilhão, conforme trouxe levantamento feito pela Reuters.

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No acumulado de janeiro a novembro, o superávit da balança é de US$ 57,2 bilhões, contra saldo positivo de US$ 47,7 bilhões no mesmo período de 2020.

Ômicron no Brasil, PEC dos Precatórios e sabatina

Aqui no Brasil, as atenções estão voltadas para a chegada da Ômicron ao país. Nesta quarta-feira (1), a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou mais uma contaminação pela nova cepa do coronavírus. Com isso, o Brasil registra três casos da nova variante. Ontem, o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, já havia confirmado dois casos no país.

Segundo a Secretaria de Saúde estadual, os dois primeiros casos são de um homem, de 41 anos, e de sua mulher de, 37 anos. Quando foram testados, ambos apresentavam sintomas leves da doença e já estavam imunizados com a dose única da Janssen. Não há informações atualizadas do quadro de saúde deles.

O último caso é de um rapaz, de 29 anos. Conforme destacou a pasta, o jovem está em isolamento domiciliar e segue sem apresentar sintomas da Covid-19.

Ainda não está claro se a nova variante, que tem um alto número de mutações, é mais transmissível e menos suscetível às vacinas já existentes, mas especula-se que ela esteja relacionada à nova alta de casos na África do Sul, onde foi inicialmente encontrada.

Na cena política, após a aprovação do texto-base da PEC dos Precatórios na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado ontem, o texto pode ser apreciado e votado ainda hoje pelo plenário da Casa.

A Proposta de Emenda à Constituição visa abrir espaço no Orçamento de 2022, adiando o pagamento de dívidas judiciais da União, os precatórios. Assim, o governo poderia pagar o Auxílio-Brasil de R$ 400 sem estourar o teto de gastos – medida que a princípio encontrou resistência no mercado, mas hoje é uma alternativa considerada “menos pior” em termos de riscos fiscais.

A sessão só deve começar após a sabatina do ex-ministro André Mendonça, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que foi iniciada pela manhã. Acompanhe ao vivo.

Com atrasos no radar, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) incluiu a PEC dos Precatórios na pauta de hoje e de amanhã (2) do Senado.

Cenário internacional

Na cena externa, investidores acompanham mais um dia de falas de Jerome Powell, presidente do banco central americano. Depois de dizer ontem que a autoridade monetária provavelmente discutirá a aceleração da redução de compras de títulos em sua próxima reunião, Powell afirmou hoje que o risco de inflação nos EUA subiu e que a política monetária da instituição “está preparada para lidar com ela”.

O dirigente deixou bem claro que o banco central norte-americano vai agir para combater o aumento expressivo dos índices de preços ao consumidor nos EUA. “Estamos preparados para usar nossos instrumentos (de política monetária) para que a alta da inflação não fique enraizada.”

Na zona do euro, a Comissão Europeia anunciou hoje um plano de investimento de 300 bilhões de euros para impulsionar infraestruturas limpas de energia e transporte, além de fortalecer os sistemas de saúde, educação e investigação em todo o mundo. O esquema denominado Global Gateway pretende mobilizar investimentos entre 2021 e 2027.

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