Tesouro Direto: papel para 2055 paga cupom nesta 2ª; juros de títulos de inflação recuam para até 5,78%

Após a suspensão das negociações pelos últimos quatro dias úteis, título volta a ficar disponível hoje

Bruna Furlani

(Getty Images)
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A sessão desta segunda-feira (15) foi de expectativa pela apresentação do relatório do arcabouço fiscal pelo relator do projeto na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA). O parlamentar deve se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários na noite de hoje.

A segunda-feira (15) também foi de leve revisão para cima nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. Após recuar, a estimativa dos economistas consultados pelo Banco Central no Relatório Focus para o indicador em 2023 voltou a subir nesta semana, ao passar de 6,02% para 6,03%.

Já na cena externa, o foco está em um possível acordo envolvendo o aumento do teto da dívida americana.

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No Tesouro Direto, o mercado de títulos públicos opera com queda na maior parte das taxas, na última atualização do dia. No começo da manhã, maioria dos papéis apresentava alta nos juros.

No caso do Tesouro Prefixado 2026, o retorno recuava de 11,38%, na sessão anterior, para 11,27%, na segunda atualização da tarde de hoje. Pela manhã, o título chegou a oferecer uma taxa de 11,36%.

Entre os papéis atrelados à inflação, a menor rentabilidade real era oferecida pelo título com vencimento em 2029, que entregava 5,42%, abaixo dos 5,44% do começo do dia e em linha com os 5,41% vistos na sessão de sexta-feira (12).

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A sessão foi de pagamento de cupom do Tesouro IPCA+ 2055. Após a suspensão das negociações ao longo dos últimos quatro dias úteis, o papel voltou a ser negociado nesta segunda-feira, com um retorno real de 5,82%, na abertura dos negócios. Na segunda atualização da tarde, o mesmo título oferecia retorno real de 5,78%.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (15):

Fonte: Tesouro Direto

Relatório Focus

Na cena local, o destaque do dia está nas projeções do Relatório Focus, do Banco Central. No documento, o mercado reduziu as expectativas para o IPCA em 2024, que saíram de 4,16% para 4,15%. Já para 2025 e 2026, o relatório manteve as estimativas para o indicador.

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Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA para 2023 recuou de 10,70% para 10,53%. Há um mês, a projeção estava em 10,20%. A estimativa para 2024 foi mantida em 4,50% e as 2025 e 2026, continuaram em 4,0%.

Para o crescimento do PIB, a estimativa para 2023 avançou de 1,0% há uma semana para 1,02%. A projeção para o crescimento da economia em 2024 caiu de 1,40% para 1,38%, enquanto de 2025 retraiu de 1,80% para 1,70%. A de 2026 continuou em 1,80%.

A previsão da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) continua em 12,50% há quatro semanas. A de 2024 foi mantida em 10,0% pela 13ª semana seguida e a de 2025 está em 9,0% há 14 semanas. A de 2026 recuou de 9,0% para 8,75%.

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A estimativa para o dólar em 2023 foi mantida R$ 5,20. As projeções para 2024 e 2025 recuaram de R$ 5,25 para R$ 5,20, enquanto a estimativa para 2026 permaneceu em R$ 5,30.

Teto da dívida nos EUA

Investidores também acompanham desdobramentos envolvendo o teto da dívida americana. O presidente do Estados Unidos, Joe Biden, confirmou nesta segunda-feira (15) que deve se reunir novamente com os líderes os partidos Republicano e Democrata amanhã (16) para dar andamento às negociações em torno dessa questão.

A janela de tempo para que saia algum tipo de acordo está ficando apertada, uma vez que a última projeção feita pelo Departamento do Tesouro é que o governo fique sem recursos para pagar os serviços e obrigações de sua dívida já em 1° de junho.

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Caso o tempo se esgote, os Estados Unidos ficariam inadimplentes pela primeira vez em sua história, com implicações nefastas tanto para a economia doméstica como para a global.

Biden e os quatro principais líderes do Congresso conversaram sobre o limite da dívida na semana passada na Casa Branca, mas um novo encontro previsto para a última sexta-feira não aconteceu. O presidente deveria seguir ainda nesta semana para a reunião de cúpula do G-7 no Japão, mas ainda existe uma possibilidade de cancelar a viagem devido ao impasse sobre a dívida.