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Dentro e fora do Brasil, o governo Lula, nesta segunda-feira (16), reforçou a tese do crescimento com sustentabilidade fiscal e ambiental, além do diálogo com empresários. Em sua primeira viagem internacional após assumir o comando do Ministério da Fazenda, Fernando Haddad (PT) disse hoje (16) que sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), buscará transmitir aos agentes econômicos globais a mensagem de que as reformas econômicas no Brasil caminham junto com os objetivos de sustentabilidade.
Haddad chegou à Suíça nesta segunda-feira (16). Ele fará uma “dobradinha” com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), que também representa o governo brasileiro no evento.
Em conversa com jornalistas, Haddad destacou que o modelo de economia defendido pelo Brasil é o da “retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal e ambiental e justiça social”. O ministro disse que o Brasil pode contribuir muito no crescimento aliado à sustentabilidade e está preparado para assumir o lugar que a comunidade internacional espera do país.
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Já o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou, a uma plateia de empresários da indústria, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não removerá a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e afirmou que a meta é extinguir o imposto.
“Excluímos a questão do IPI. É óbvio que quando você tem um déficit fiscal é dever procurar zerá-lo, então é claro que você vai atrás de onde tem recurso para procurar atender. Tinha a possibilidade de ser cancelada a redução de 35% do IPI, e nós conseguimos retirar, isso não ser incorporado à proposta”, disse Alckmin durante reunião da diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na sede da entidade na capital paulista. Ele reiterou que o presidente Lula não revogará as reformas trabalhista e previdenciária já aprovadas no Congresso Nacional e defendeu que o caminho agora é realizar uma reforma tributária.
No cenário internacional, as bolsas em Wall Street permaneceram fechadas hoje, em função do feriado de Martin Luther King Jr. “Por conta do feriado nos Estados Unidos, consequentemente, os mercados aqui dentro trabalham com volume reduzido. O dólar está subindo, com relação ao real, acompanhando outras moedas mundo afora, e isso contamina, de certa forma também, a curva de juros, que apresenta alta”, diz Ricardo Jorge, especialista em Renda Fixa e sócio da Quantzed.
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Segundo ele, essa movimentação da curva de juros se deve ao retorno exagerado da semana passada, em termos de queda de taxa de juros. O cenário interno também influenciou os títulos públicos. “Parcialmente o movimento de hoje também pode ser explicado pela declaração do vice-presidente Geraldo Alckmin, dizendo que o governo pretenderia acabar com o IPI. Essa não é uma notícia positiva, principalmente para o âmbito fiscal, uma vez que o mercado espera novas fontes de financiamento para o orçamento, que foi apresentado pelo governo e não a exclusão de fontes existentes”, detalha Jorge.
Segundo fontes do Broadcast, o governo avalia reajustar salário mínimo acima dos R$ 1.320 previstos no Orçamento. O valor exato ainda não está definido, nem quando seria aplicado. O ministério da Fazenda seria contrário. Os custos para isso viriam de R$ 50 bilhões em cortes pretendidos pelo ministério e anunciados na semana passada por Fernando Haddad, o que manteria o governo dentro do teto.
A expectativa para a inflação dos analistas do mercado financeiro continua com tendência de alta, segundo projeções divulgadas nesta segunda-feira (16) no Relatório Focus, do Banco Central. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 2023 (de 5,36% para 5,39%). A inflação de 2024 foi mantida em 3,70%, mas a de 2025 avançou de 3,30% para 3,50% e a de 2026 foi de 3,20% para 3,22%.
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A previsão da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) foi mantida em 12,25% para este ano, enquanto a de 2024 permaneceu em 9,25% e a de 2025 subiu de 8,0% para 8,25%.
Outro indicador que chamou a atenção, neste início da semana, é o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), que acelerou a 0,49% na segunda quadrissemana de janeiro, após alta de 0,46% na primeira leitura do mês. A informação foi divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador acumula alta de 4,29% em 12 meses, maior do que o avanço de 4,26% registrado na primeira quadrissemana de janeiro.
No Tesouro Direto, o mercado de títulos públicos intensificou a alta nos retornos. Às 15h28, quase todos os papéis atrelados à inflação voltavam a pagar juros reais de pelo menos 6% ao ano, com destaque para o Tesouro IPCA+ 2045, que via o retorno real avançar de 6,16% na sexta-feira (13) para 6,23% nesta sessão.
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O Tesouro IPCA+ 2029 era o único a apresentar retorno real abaixo de 6%: oferecia juros de 5,98% ao ano nesta segunda-feira, acima dos 5,94% vistos na última sessão.
Entre os papéis prefixados, o maior juro era entregue pelo Tesouro Prefixado 2029, no valor de 12,68% ao ano, acima dos 12,44% vistos na sexta-feira.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (16):
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BB
O presidente Lula, por meio de um decreto, Tarciana Paula Gomes Medeiros para ocupar o cargo de presidente do Banco do Brasil (BBAS3). O presidente do BB Fausto de Andrade Ribeiro exerceu suas funções até 15 de janeiro 2023 e a posse de Tarciana será realizada nesta segunda-feira (16), às 18h (horário de Brasília).
Tarciana Medeiros é bacharel em Administração de Empresas e pós-graduada em Administração, Negócios e Marketing e em Liderança, Inovação e Gestão. É funcionária do Banco do Brasil há 22 anos. Desde 2021, ocupava o cargo de Gerente Executiva na Diretoria de Clientes PF e MPE, responsável pelos ciclos de relacionamento com clientes.
Balança Comercial
A segunda semana de janeiro tem saldo positivo de US$ 36 milhões. A média diária ficou em US$ 7,2 milhões. As importações ficaram em US$ 4,738 bilhões, com média diária de US$ 947,6 milhões, enquanto as exportações somaram US$ 4,774 bilhões, com média diária de 954,8 milhões.
Fluxo estrangeiro
O investidor estrangeiro ingressou com R$ 907,8 milhões na B3 em 12/01. No acumulado do ano, o fluxo positivo no mercado secundário da B3 soma R$ 2,4 bilhões. No dia 12 de janeiro, a bolsa fechou com queda de 0,59%, aos 111.850,22 pontos.
Destaques
A agenda da semana tem como prioridade os dados de atividade da China e Estados Unidos, além de discursos de membros do Federal Reserve. Nesta segunda feira à noite, destaque para os dados de atividade da China, com o PIB do quarto trimestre como destaque. “Esperamos um crescimento interanual de 1,6% representando uma desaceleração em relação a alta de 3,9% registrada no terceiro trimestre”, aponta o Bradesco.
Na quarta-feira (18), serão divulgados os dados de vendas no varejo, produção industrial e índice de preços ao produtor dos EUA de dezembro. Atenção ainda para o Livro Bege do Federal Reserve, relatório sobre a economia dos EUA, no mesmo dia. Na quinta e na sexta (20), serão conhecidos os dados do setor imobiliário, com dados de início de construção de casas e de vendas de casas existentes, respectivamente.
Já na zona do euro e no Reino Unido, os olhos ficarão voltados para a inflação ao consumidor de dezembro, na quarta-feira.
Na agenda de indicadores locais, a inflação medida pelo IGP-10 de janeiro será divulgada na terça-feira (17). O Itaú projeta alta mensal de 0,20%, levando a taxa anualizada a 4,4%, ante 6,1% em dezembro.
Na quinta-feira (19), atenção para a PNAD contínua de novembro, a ser divulgada pelo IBGE. A expectativa do banco é de queda de 0,2 ponto percentual na taxa de desemprego, para 8,1%. Já o Bradesco projeta que a taxa chegue a 8%.
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