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As taxas dos títulos públicos avançam na tarde desta segunda-feira (4). Nos prefixados, as taxas de curto e médio prazo sobem até 7 pontos-base. Já nos títulos atrelados à inflação, a alta é de até 5 pontos-base.
Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, as taxas são impulsionadas por dois fatores: a notícia de que o relator da PEC dos Auxílios na Câmara quer adicionar um ‘vale Uber’, que deve elevar o gasto fiscal para R$ 50 bilhões, fora do teto de gastos, frente aos R$ 42 bilhões estabelecidos no Senado.
Outro fator que pressiona as taxas é a alta do petróleo, que se recupera das quedas da semana passada, voltando a superar o patamar dos US$ 110.
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No período da manhã, o mercado de juros local começou a semana seguindo o exterior, com os juros na Europa puxando as taxas ao redor do mundo, de acordo com Borsoi.
O economista cita que apesar da queda de commodities como milho, soja e trigo, que devolveram a alta obtida após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o mercado de juros no exterior apresenta avanço nas taxas. O motivo são os investidores à espera dos planos de alta de juros pelos Bancos Centrais, movimento que deve ficar mais claro nas atas do Banco Central Europeu e do Fed (Federal Reserve, banco central americano). Esta última será divulgada na quarta-feira (6).
“Além disso, o retorno dos lockdowns em Anhui, na China, acende o alerta para novas rupturas nas cadeias de oferta, o que pode manter pressionada a inflação de manufaturados”, afirma Borsoi.
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No cenário local, o economista-chefe da Nova Futura destaca a divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de junho na sexta-feira (8). Segundo Borsoi, o dado deve mostrar uma nova aceleração da taxa em 12 meses para acima de 12%.
Dentro do Tesouro Direto, os títulos com vencimento em 2025 e 2029 apresentam alta nas taxas. O Tesouro Prefixado 2025 oferecia, às 15h22, um retorno anual de 12,79%, superior aos 12,72% vistos na sexta-feira (1). Já o Tesouro Prefixado 2029 entregava uma rentabilidade anual de 12,91%, acima dos 12,86% registrados na sessão anterior.
O Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, apresentava estabilidade nas taxas.
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Nos títulos atrelados à inflação, o movimento também é de alta nas taxas, de entre 3 e 5 pontos-base.
A maior alta é vista no Tesouro IPCA+ 2032, com juros semestrais. O título público oferecia um ganho real de 5,84%, acima dos 5,79% vistos na semana passada.
O maior ganho real é do Tesouro IPCA+ 2055, com juros semestrais, de 6,04%.
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Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (4):
Petróleo pode chegar a US$ 380
Os preços do petróleo Brent podem subir para “estratosféricos” US$ 380 o barril no “cenário mais extremo” da Rússia reduzira produção de petróleo em 5 milhões de barris por dia (bpd) em retaliação a um teto de preço considerado pelo Grupo dos Sete, destacaram os analistas do JPMorgan. Na sexta-feira (1), o brent fechou na casa dos US$ 111 o barril – ou seja, o avanço seria da ordem de 242%.
Na semana passada, o Grupo das Sete potências econômicas (G7) concordou em analisar impor uma proibição ao transporte de petróleo russo vendido acima de um determinado preço.
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Este teto seria uma forma de evitar que Moscou lucre com a invasão da Ucrânia, que elevou drasticamente os preços da energia, abrandando os esforços ocidentais para reduzir as importações de petróleo e gás russos.
“Um teto de preço de US$ 50-60 por barril provavelmente serviria aos objetivos do G7 de reduzir as receitas do petróleo para a Rússia, garantindo que os barris continuem a fluir”, disse o banco.
Contudo, apontam os especialistas do banco, “o risco mais óbvio e provável” é a Rússia retaliar reduzindo as exportações de petróleo, disseram, acrescentando que Moscou pode cortar a produção em até 5 milhões de barris por dia (bpd) “sem prejudicar excessivamente seu interesse econômico”.
E complementam: “é provável que o governo possa retaliar cortando a produção como forma de afetar o Ocidente. O aperto do mercado global de petróleo está do lado da Rússia”.
“Dado o alto nível de estresse no mercado de petróleo, um corte de 3 milhões de bpd poderia fazer com que o preço global do Brent saltasse para US$ 190/bbl, enquanto no pior cenário, um corte de 5 milhões de bpd poderia levar o preço do petróleo a estratosféricos US$ 380/bbl”, disse J.P. Morgan.
Risco Fiscal
Mais um ingrediente de risco fiscal em meio ao cenário de já forte aversão ao risco no mercado. Foi assim que os investidores viram a aprovação da PEC 1/2022 em dois turnos no Senado, a chamada PEC dos Benefícios ou dos Auxílios, na noite de quinta-feira (30) da semana passada.
A medida (i) eleva o valor mensal do Auxílio Brasil, de R$ 400 para R$ 600 (e também elimina a lista de espera para o benefício); (ii) aumenta o valor do vale gás de cozinha; (iii) estabelece um vale temporário de R$ 1.000 para caminhoneiros; (iv) compensa os estados pela gratuidade dos idosos no transporte público, (v) implementa um programa de apoio temporário para os motoristas de táxi até o final do ano, (vi) aumenta os recursos para o programa Alimenta Brasil, que combate a insegurança alimentar e, finalmente, (vii) visa abordar a questão da competitividade do etanol através do reembolso aos estados das reduções de impostos sobre o combustível.
Ela surpreendeu negativamente o mercado, pelos R$ 2,5 bilhões incluídos na última hora pelo governo, destaca em nota a casa de research Levante Ideias de Investimentos. Os gastos somam R$ 41,25 bilhões, e ficam fora do teto de gastos.
“A constante abertura de exceções à âncora fiscal aumenta a insegurança dos agentes – que, na sexta-feira especificamente, não se traduziu em mais prêmios no mercado de juros, mas teve consequências no câmbio (fechou em R$ 5,3220, maior cotação desde fevereiro)”, aponta a Levante.
“O resultado é mais uma medida que fragiliza o teto do gasto público e, consequentemente, (gera) aumento do risco fiscal do país. Com o aumento do risco fiscal, a tendência de valorização da taxa de câmbio [alta do real] que começou no início de 2022 se reverteu”, disseram em nota analistas da Genial Investimentos.
IPC-Fipe
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – Fipe desacelerou para 0,28% em junho, ante 0,42% em maio.
O resultado de junho veio abaixo da mediana das estimativas de instituições de mercado consultadas pelo Projeções Broadcast, de 0,34%. As previsões variavam entre alta de 0,15% e de 0,71%. Nos 12 meses até junho, a inflação acumulada foi de 12,59%.
No sexto mês deste ano, três dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força: Alimentação (de 1,15% a 0,93%), Transportes (de 0,87% a -0,25%) e Despesas Pessoais (de 2,18% a 1,02%).
Por outro lado, houve aceleração das categorias Habitação (de -1,18% para -0,57%), Saúde (de -0,01% a 0,47%), Vestuário (de 1,29% a 1,39%) e Educação (de 0,09% a 0,21%).
IPC-S
O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) desacelerou em quatro das sete capitais pesquisadas no fechamento de junho, diz Fundação Getulio Vargas.
A desaceleração é frente a terceira quadrissemana do mês de junho. Na mesma base, o índice cheio arrefeceu de 0,76% para 0,67%. A FGV apurou maior alívio inflacionário no Rio de Janeiro (0,53% para 0,05%). Recife (1,39% para 1,01%), São Paulo (0,56% para 0,31%) e Belo Horizonte (0,93% para 0,92%) também apresentaram arrefecimento em suas taxas de variação.
Por outro lado, Brasília (0,63% para 1,19%), Salvador (0,98% para 1,06%) e Porto Alegre (0,90% para 0,92%) aceleraram no período.
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