Vale é a única brasileira no ranking de maiores pagadoras de dividendos do mundo

Segundo gestora Janus Henderson, a maior pagadora em 2022 será a BHP

Katherine Rivas

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A mineradora Vale (VALE3) integrou a lista da dez maiores pagadores de dividendos do mundo no primeiro trimestre de 2022, segundo o relatório do Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. O relatório analisa trimestralmente as 1.200 maiores empresas do mundo por capitalização de mercado, que representam 90% dos dividendos globais pagos.

Os dividendos distribuídos no trimestre passado somaram US$ 3,6 bilhões. Embora tenha apresentado uma redução em comparação ao mesmo período de 2021, quando pagou US$ 4 bilhões, a Vale ainda conseguiu se manter na nona posição do ranking, sendo a única companhia brasileira da lista.

Quem liderou o ranking foi a mineradora australiana BHP (BHPG34), seguida da farmacêutica Novartis e da empresa de logística A.P. Moller–Maersk.

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Integram também a lista das maiores pagadoras de dividendos do mundo a farmacêutica Roche, as empresas de tecnologia Microsoft e Siemens, a petrolífera Exxon Mobil, a companhia de telecomunicações AT&T Inc. e a Apple.

Estas dez empresas pagaram juntas US$ 56,3 bilhões em dividendos no primeiro trimestre de 2022, valor superior ao distribuído pelo grupo de empresas que liderou o ranking no primeiro trimestre de 2021, quando foram pagos US$ 51,4 bilhões.

O cálculo dos dividendos no índice é bruto, utilizando a contagem de ações prevalecente na data de pagamento e convertidos em dólares, utilizando a taxa de câmbio vigente.

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Segundo o relatório da Janus Henderson, a mineradora BHP está a caminho de ser a maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, pelo segundo ano consecutivo. Os proventos das empresas de mineração subiram 29,7% em todo o mundo, na base nominal, enquanto os dividendos das petrolíferas saltaram 31,8% na base subjacente (com ajustes devido ao efeito cambial e dividendos não recorrentes).

De acordo com a gestora, estes grupos foram impulsionados pela recuperação de empresas que haviam cortado os pagamentos em 2020. Para este ano, a perspectiva é de que as mineradoras contribuam significativamente com os dividendos, superando a marca de U$$ 100 bilhões pela primeira vez.

“Tanto o preço do petróleo quanto o do metal foram impulsionados ainda mais após a invasão russa da Ucrânia, ajudando a sustentar o crescimento dos dividendos nestes setores atualmente”, destaca o documento.

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A Janus Henderson destaca que os proventos da BHP, de US$ 10,8 bilhões, representaram quase três quintos do total de dividendos no primeiro trimestre das empresas australianas. “O valor foi 70% a mais do que o total combinado de seus dividendos especiais e regulares no primeiro trimestre de 2021”, aponta a gestora.

Fonte: Janus Henderson Global Dividend Index

No Brasil

No Brasil os dividendos distribuídos no primeiro trimestre de 2022 somaram US$ 5,2 bilhões, com um crescimento de 7,4% em base subjacente.

Os destaques positivos foram a retomada de pagamentos de dividendos da Ambev, que somaram US$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre. O valor compensou o corte nos proventos da Vale e do Bradesco.

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O desempenho das empresas brasileiras no índice contribuiu para um salto de 45% nas distribuições dos países emergentes no primeiro trimestre de 2022, que somaram US$ 23,7 bilhões. No total, os dividendos globais saltaram 11% no período, para um recorde de U$$ 302,5 bilhões.

Perspectivas

A gestora elevou a sua projeção para os dividendos anuais neste ano. A expectativa é de que cheguem a US$ 1,54 trilhão – um crescimento de 4,6% se comparado a 2021. Contudo, esclarece que este crescimento seria fruto dos números robustos no primeiro trimestre deste ano, já que devido ao cenário de incertezas e riscos globais a perspectiva para os próximos trimestres se manteve estável.

A Janus Henderson destaca os desafios enfrentados pela economia global, como a guerra na Ucrânia, as tensões geopolíticas, o custo elevado de energia e das commodities, além da inflação e dos juros crescentes. Na visão da gestora, este cenário acaba pressionando os lucros das companhias em diversos setores.

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Contudo, os dividendos acabam sendo menos voláteis que os lucros, destaca Jane Shoemake, Gerente de Carteira de Clientes da Equipe Global de Renda de Ações da Janus Henderson. “Os lucros geralmente se movem dramaticamente ao longo do ciclo econômico, mas os dividendos tendem a ser mais estáveis”, destaca.

Segundo Jane Shoemake, o fato de os dividendos terem ultrapassado as máximas pré-pandemia comprova como no longo prazo os proventos são uma fonte confiável de crescimento de renda e um abrigo contra a inflação.

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.