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SÃO PAULO – Os clubes de investimento em arte chegaram recentemente ao Brasil como uma grande oportunidade de os artistas poderem viver só de seu dom. Os clubes consistem em uma estrutura composta por cotas de investimento para um determinado artista com vigência por prazo determinado.
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De acordo com Paulo Perrotti, sócio da Perrotti e Barrueco Advogados Associados, tanto os artistas quanto os investidores são beneficiados pelos clubes. “Para o artista é vantajoso, pois as vendas ocorrem em larga escala e há previsão de receita garantida por certo período. Para quem investe, o beneficio é claro, pagar muito menos por quadros bem mais valiosos. A tendência é que os clubes de arte tenham uma expansão no Brasil, a exemplo do que acontece na Europa”, afirmou.
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O escritório é responsável por toda a gestão jurídica (contratos), financeira (cobrança dos valores dos investidores), publicitária (uma parte do dinheiro arrecadado é destinada ao marketing) e administrativa (acompanhamento de todas as receitas e despesas, enviando relatórios aos investidores e artista) dos clubes, e conta com uma lista de artistas em sua carteira de clientes, entre eles Wagner Pinto.
O artista, em entrevista ao InfoMoney, afirmou que a maior vantagem é que ele consegue se sustentar e viver de arte por conta desses clubes. “É uma ótima oportunidade para o artista. Nós dos clubes ficamos motivados a nos dedicar somente aos projetos de arte, porque muitos artistas dividem a arte com outros projetos, afinal, é muito difícil viver somente disso no Brasil, mas com os clubes isso se torna possível”, disse.
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Segundo ele, fora do Brasil esse tipo de investimento é mais comum, enquanto aqui só está começando. “Percebo que o pessoal tem um pouco de medo, pois não veem a arte como investimento”, completou Pinto.
O artista produz cerca de 10 obras por mês, mas se, por acaso, em algum mês produzir menos, ele recebe da mesma forma, o que é ótimo para os artistas, que dependem de inspiração, tempo, e outras variáveis.
Os clubes
Os clubes de investimento consistem em grupos fechados de 15 investidores que pagam um valor fixo por mês em um projeto que dura dois anos. Eles têm contratos de adesão colocados para os investidores e uma administração geral, onde os investidores põe o dinheiro para receber uma metragem quadrada por mês, que é por volta de 25% do valor da obra, segundo avaliação do mercado, de acordo com Perrotti. “Por isso (pagar somente por um quarto do valor da obra), existe uma quarentena desses investidores, ou seja, quem participa do grupo não pode colocar as obras adquiridas à disposição em um prazo de quatro anos”, explicou.
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Ainda segundo ele, os artistas tem uma carência para produzir as obras, pois a produção de um artista nem sempre é rápida, então eles têm um prazo para fazer os produtos. Dentro do valor pago mensalmente pelos investidores existe uma verba de marketing que é utilizada pelo artista para organizar exposições, eventos e contratar uma assessoria de imprensa. “O preço das obras varia muito, mas o menor valor que já tivemos aqui foi R$ 10 mil”, afirmou o advogado. Atualmente, o escritório cuida de três grupos, cada um com 15 investidores, sendo que cada clube tem um artista exclusivo.
O principal risco para o artista é o da obra manter seu valor ou até perder valor, enquanto o risco para o artista é o de algum dos investidores quebrar a quarentena, mas isso nunca aconteceu, pois as penalidades são pesadas.
Sobre a Perrotti e Barrueco Advogados Associados
Fundada em 2003, a Perrotti e Barrueco Advogados Associados atua no assessoramento jurídico-empresarial, tanto no âmbito consultivo quanto no contencioso, em processos litigiosos ou de caráter preventivo. Resultado da associação entre os advogados Paulo Perrotti e Fernando Barrueco, o escritório alia a experiência empresarial de Paulo no ramo da tecnologia da informação e propriedade intelectual com a tradição do escritório Barrueco Advogados Associados, especializado nas áreas fiscal-trabalhista, internacional e terceiro setor, gerando uma visão holística e ampla no universo do direito corporativo. “A Perrotti e Barrueco ainda conta com vasta experiência em ações do terceiro setor e oferece todo o suporte jurídico na viabilização de projetos culturais através de parcerias bem como de captação de recursos”, finalizou o sócio.