Varejo dá sinais de melhora e Citi indica quais ações comprar

O aumento nas receitas se traduziu em uma expansão de 35% do ebitda em relação ao segundo trimestre de 2016, no agregado do setor

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Os resultados da a maior parte das varejistas no segundo trimestre deste ano vieram melhor que o esperado pelos analistas da Citi Corretora. Em termos agregados, as receitas cresceram 9%, na comparação anual, beneficiadas pelos saques das contas inativas do FGTS, e também por um ambiente econômico mais estável.

O aumento nas receitas se traduziu em uma expansão de 35% do ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em relação ao segundo trimestre de 2016.

Diante desse cenário mais otimista para o varejo, a Citi ajustou suas estimativas para as empresas do setor levando em consideração o desempenho no segundo trimestre e as previsões macroeconômicas mais recentes da corretora. “Em geral, os nossos preços-alvo aumentaram, refletindo os resultados melhores e também um menor custo de capital próprio devido à queda das taxas de juros”, explicam os analistas.

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A recomendação de compra foi mantida para as ações da Via Varejo, Lojas Americanas e Hering, e o papel da Arezzo foi rebaixado para venda.

A recomendação de venda para a Arezzo, segundo a corretora, é devido ao lucro mais fraco no segundo trimestre e, diferentemente de outros varejistas, a Citi espera que a margem ebitda da empresa caia no segundo semestre deste ano em relação ao ano anterior, pressionada pelo projeto piloto nos Estados Unidos.

“Enquanto ainda gostamos do modelo de negócios da Arezzo, nós recomendamos aos investidores embolsarem os lucros, após a alta de 71% no ano ante o Ibovespa. Nós preferimos aumentar a exposição ao setor de vestuário através da Hering que tem avaliação mais atrativa e maior potencial de alavancagem operacional em um cenário de maior crescimento econômico”, avalia a corretora.

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Com as expectativas de taxas de juros ainda menores, as despesas financeiras esperadas pelos analistas são menores, algo que, juntamente com o crescimento dos lucros, explicam suas revisões de resultados para cima entre 2017 e 2019.

Em geral, o custo de capital para as empresas cobertas pela Citi diminui em 1,30 ponto percentual, refletindo a compressão das taxas de juros de longo prazo. “Isso, juntamente com os resultados melhores do que o esperado no segundo trimestre, explicam os aumentos dos preços-alvo entre 4% e 17% para as ações de nossa cobertura”, explica a corretora.

Dessa forma, o preço-alvo da Via Varejo (VVAR11) foi elevado de R$ 18,20 para R$ 19,80, valor 20% acima do último pregão, com manutenção da recomendação de compra. O preço-alvo de Raia Drogasil (RADL3) subiu de R$ 76,60 para R$ 79,50, valor 13% acima do fechamento de terça-feira (29), com recomendação neutra mantida.

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O preço-alvo das ações das Lojas Renner (LREN3) aumentou de R$ 30,30 para R$ 32,40, patamar 4,5% acima do fechamento do dia anterior, e a recomendação neutra foi mantida. O preço-alvo da Hering (HGTX3) passou de R$ 28,30 para R$ 30,30, valor 12% acima do último fechamento, com recomendação de compra.