Voo de galinha ou não, eis a questão: a minha vez na Bolsa de Valores já passou?

Após período adverso, a Bolsa parece ter reagido e começado um momento mais próspero; mas até que ponto esta tendência de alta é sustentável?

Lucas Collazo

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Caros(as) leitores(as),

Antes de começarmos a resenha de hoje: minha coluna já se tornou campeã de audiência aqui no InfoMoney e isso só foi possível graças a você. Gostaria de te convidar a compartilhar este material nas redes sociais, caso a leitura agregue algo para você, claro. Aproveite e marque o @infomoney e o @_lucascollazo, uma oportunidade para aproximar e conhecer melhor quem acompanha nosso trabalho por aqui.

O mês de maio foi “uma delícia e meia” para quem (como eu) é “comprado” em Bolsa brasileira. Com alta de 3,74% no mês, somando o segundo mês consecutivo de alta, o mercado acionário praticamente conseguiu zerar as perdas acumuladas em 2023.

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A máxima “sell in may and go alway” ficou na saudade. Neste mês de junho, até o momento que escrevo esse texto, o índice já sobe 9,82%, o que traz o resultado do ano para quase 9% de alta.

Depois de um longo período de “nhaca” na Bolsa brasileira, parece que as caixas de som do mercado acionário passam a tocar I can dream about you, de Dan Hartman, e o amor volta a pairar no ar. Porém, após um primeiro instante de romance, todos passam a ficar ressabiados e a se perguntar:

Bom, nós passamos quase duas horas discutindo isso de maneira minuciosa no episódio do Stock Pickers dessa semana. Você confere o resultado do papo completo clicando aqui.

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 Enquanto isso, posso fazer algumas considerações por aqui:

Esse movimento que assistimos nesses últimos meses foi apenas o que chamamos de “descompressão de prêmio de risco”. Em outras palavras, os investidores estavam atribuindo um risco maior para o cenário brasileiro do que enxergam nesse momento. Dito isso, achavam que a bolsa deveria valer menos e o que vimos agora foi um reajuste nesses preços.

Em especial, os gestores multimercados que possuem maior flexibilidade na gestão –e podem estar otimistas ou pessimistas, ganhando dinheiro nas duas pontas da mesa –, passaram a mudar sua visão sobre nosso país, de maneira geral. Isso refletiu na diminuição de apostas contra a nossa Bolsa, o famoso “short”, e, em alguns casos, até numa posição levemente otimista.

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Não faz tanto tempo assim que trouxe um resumo do que vi no evento da Verde, uma das principais gestoras do país. A casa mostrou carregar uma posição de quase 20% comprada em Bolsa local, investimento construído recentemente – já indicando a mudança de humor dessas casas.

Claro que, após essa descompressão, os ativos andaram um pouco. Ainda não dá para dizer que a Bolsa brasileira está cara, o termo correto é “menos barata”, especialmente quando olhamos as companhias individualmente.

Ainda existem muitas oportunidades com taxas internas de retorno bem atraentes. O que significa que você não perdeu a festa, só não vai comer os canapés de entrada.

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Para ser sincero, acho essa discussão toda razoavelmente vaga. A exposição de parcela do patrimônio a bons negócios é uma das melhores formas de investir no longo prazo.

Empresas são ativos que podem construir valor na linha do tempo. Eu defenderia uma alocação estrutural da sua carteira de investimentos nessa classe, algo para janelas longas de tempo, o mais esticado que puder.

Obviamente que o percentual vai depender do seu perfil de investidor, mas acho que a pergunta deveria ser “quanto ter?” e não “devo ter?”. O investidor pessoa física costuma realizar um movimento pendular com seu dinheiro.

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Quando a taxa de juros está alta, passa a desinvestir de ativos de risco e levar tudo para a renda fixa. Quando ela cai, o contrário.

O comportamento ideal fica mais próximo da estabilidade, não desses movimentos bruscos. Se as maiores e melhores mentes do mercado financeiro global reconhecem recorrentemente erros em fazer a temporização de entrada e saída nos ativos, imagina nós, meros leitores desta coluna.

Conclusão:

 Você não possui parcela do seu patrimônio em ações brasileiras? Deveria repensar, e não é de hoje.

Está com vontade de vender por conta das altas? Calma, trate seus papéis como um investimento de longo prazo e se preocupe menos com esses movimentos mais curtos.

A filosofia de investimento em ações é razoavelmente simples, a maior dificuldade de executar esta estratégia está na paciência e no estomago para permanecer investido.

Lucas Collazo

Host e conselheiro no fundo do Stock Pickers | Especialista em alocação e fundos de investimento no InfoMoney