XP reabre Long Short com histórico de 125% do CDI; fundo da GAP também vai reabrir

Com patrimônio atual de R$ 340 milhões, o XP Long & Short estava fechado desde maio de 2015. A aplicação mínima é de R$ 10 mil

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A XP Gestão de Recursos reabriu para captação na última semana o fundo XP Long Short. Criado em março de 2010, o fundo tem retorno médio de 125% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) desde o início. Com patrimônio atual de R$ 340 milhões, o XP Long & Short estava fechado desde maio de 2015. A aplicação mínima é de R$ 10 mil e a taxa de administração de 2% ao ano, com taxa de performance de 20% sobre o rendimento que exceder o CDI.

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Marcos Peixoto, CEO da XP Gestão e gestor do fundo, explica que o XP Long Short é um fundo neutro, com estratégia de operar com cerca da 10 a 15 papéis na posição long (comprada), enquanto na ponta vendida é utilizado um índice criado pela própria equipe. “Costumo dizer que este é um fundo long only com hedge (proteção). Nós pulverizamos o short e concentramos a ponta comprada”, diz o gestor.

Na parte vendida a equipe da XP usa um índice próprio, composto por quase 100 ações. Fazem parte do índice papéis que negociam acima de R$ 3 milhões por dia, todos com o mesmo peso na carteira. “Marcopolo tem o mesmo peso de Petrobras, por exemplo”, diz Peixoto. A ideia de criar o próprio índice, ao invés de utilizar o Ibovespa na ponta vendida, é tirar o peso de eventos imprevisíveis que podem impactar negativamente a estratégia. “Esta estratégia [de usar o Ibovespa] costuma falhar quando algum papel relevante dispara. Em 2007, por exemplo, quando Petrobras e Vale subiram muito, a maioria dos Long & Short que operavam vendidos em Ibovespa sofreram muito”, lembra.

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Peixoto também prefere não fazer muitas operações vendidas individualmente. “O mercado de aluguel de ações no Brasil é muito ruim. Tem muito poucos doadores e tem muito short squeeze. Por isso faço short individual às vezes, com volume pequeno”, conta.

Já as ações utilizadas na parte “long” do fundo são as mesmas que fazem parte dos fundos long only (apenas com posições compradas) da casa. “Aproveitamos a expertise que temos nestes fundos. Nossos analistas olham no detalhe os fundamentos das ações”, diz Peixoto.

 Principais ações compradas

Quando pensam em ações para compor a carteira comprada de seus fundos, os gestores preferem papéis que dependem menos da atividade econômica. “Já faz dois anos que temos esta estratégia. Quanto menos coisas ligadas à atividade melhor”, diz Peixoto.

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A maior posição comprada do XP Long & Short é a Transmissão Paulista. Um dos principais drivers para o papel é regulatório, já que a empresa perdeu a concessão em 2012, quando o governo mudou as regras do setor elétrico, mas ainda não foi indenizada – o valor a ser pago foi calculado em R$ 3,9 bilhões. “É um valor bem relevante e já foi confirmado que a companhia receberá esta quantia. O que falta é saber em quanto tempo será recebido e qual o reajuste que vai ser aplicado”, diz o gestor. Existem informações ainda não confirmadas de que a empresa deve receber a partir de 2019, mas o valor será corrigido pela inflação mais 7% ao ano. “É um reajuste bem relevante”, diz. Além disso, especialistas em tributação afirmam que a empresa não deve pagar Imposto de Renda por esta quantia. “Por estes motivos, mesmo com a alta recente, nós ainda enxergamos espaço para mais valorização”, diz o gestor da XP.

BB Seguridade

 Outro papel que faz parte da posição comprada do fundo Long Short da XP é o da BB Seguridade. “A companhia cresceu bastante no ano passado e o guidance (projeção) para 2016 é crescimento de 10% de lucro”, diz Peixoto.

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A companhia é bastante focada em previdência privada, que mesmo com a crise tem mostrado crescimento importante nos últimos anos. Outra parte relevante dos negócios é a capitalização, que também tem forte apelo entre os clientes bancários. E ainda há a parte de seguros de vida, que também mostra resiliência na crise. Segundo o gestor da XP, um dos maiores receios do mercado é que o Banco do Brasil (um dos controladores da BB Seguridade) precise vender mais ações da empresa no mercado para fazer caixa. “É um risco que existe. Mas é um papel resiliente, de uma empresa que cresce e paga dividendo recorrente”, justifica Peixoto.

Bradesco

A terceira posição relevante na ponta long do fundo são as ações do Bradesco. Apesar de depender mais da atividade econômica, a equipe da XP Gestão acredita que as ações do banco estejam descontadas principalmente quando comparadas ao Itaú, seu principal concorrente. “A diferença de valuation entre Bradesco e Itaú é muito grande. Bradesco está negociando a 1X valor patrimonial, enquanto Itaú está perto de 1,3X . É 30% de prêmio. É uma questão de preço, acho que está barato”, diz.

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Além disso, mesmo com o aumento da inadimplência, o Bradesco conseguiu bons resultados em 2015. “O banco passou a cobrar um spread maior. Uma grande empresa que tomava dinheiro do Bradesco pagando CDI mais 1% ao ano, agora precisa pagar 130% do CDI”, diz Peixoto. Para 2016, ele lembra que as projeções do banco apontam que o PDD (Provisão de Devedores Duvidosos) não cresça tanto, diferente do guidance do Itaú. “O Bradesco está com projeções melhores para este ano”, conclui o gestor.

GAP também vai reabrir fundo

Outra importante casa de gestão vai reabrir para captação fundo multimercado nesta semana. A GAP vai disponibilizar para aplicação o Gap Long Short 2x FIM no próximo dia 26 – o fundo deve permanecer disponível até dia 14 de março ou até captar R$ 200 milhões ou (o que ocorrer primeiro).

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O Long Short 2x FIM deriva do Gap Long Short FIM, um dos principais veículos da indústria Long Short, com patrimônio de cerca de R$ 630 milhões e 11 anos de histórico (138% do CDI desde o início). Trata-se de um fundo Long Short neutro, com investimentos em ações brasileiras (compradas e vendidas), através de 3 frentes: Carteira x Índice, Carteira de Pares, Carteira Double Alpha.

O Gap Long Short 2x FIM possui exatamente a mesma estratégia do Gap Long Short. Apesar disso, o fundo foi criado em junho de 2015, com o objetivo de atender a demanda de clientes que buscavam maior volatilidade. Em aproximadamente 8 meses, o fundo atingiu patrimônio líquido de R$ 225 milhões. A rentabilidade média desde o início é de 106% do CDI – em janeiro, o fundo fechou com retorno de 115% do benchmark.

 

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip