“Bolsa pode chegar aos 270 mil pontos em dólares”, prevê gestor do Alaska em evento para clientes private da Criteria Investimentos

Não, Henrique Bredda, sócio e gestor da empresa de investimentos Alaska, não havia ingerido uma só gota de qualquer single malt quando fez a previsão do Ibovespa em 270 mil pontos. Apesar de a fala ter sido feita no luxuoso bar Caruso Lounge, em São Paulo, ela aconteceu em um evento realizado pela Criteria, escritório de investimentos associado ao Grupo XP em uma quinta-feira pela manhã.

Bredda afirmou que o Ibovespa pode ficar entre 135 mil e 270 mil pontos em dólares, em um período entre quatro e seis anos. Hoje, a cotação do índice em dólar está em cerca de 18.350 pontos.

“Fazer essa previsão hoje parece discurso de louco, mas está perfeitamente dentro da normalidade da nossa história”, afirmou Bredda. O gestor exibiu gráficos e mais gráficos com análises da bolsa brasileira desde 1985 para corroborar sua tese e deixou os mais de 100 de investidores inquietos nas poltronas de couro.

O evento foi o primeiro realizado pelo Criteria, que com apenas quatro anos de existência, já figura entre os maiores escritórios do país, com cerca de R$ 1,5 bilhão sob custódia e mais de 50 assessores em escritórios espalhados pelas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Blumenau, Curitiba, Marília e Brasília. “O objetivo do evento foi trazer um pouco do nosso dia a dia em relação à proximidade com os gestores e suas estratégias para os clientes. O feedback que tivemos foi muito bom e já estamos planejando o próximo para dezembro”, afirma Vitor Miziara, sócio e responsável pela área Private da Criteria Investimentos.

Durante a palestra, Bredda afirmou que “o cenário é extremamente favorável para renda variável”. E seu histórico prova que, quando ele fala, convém escutar.  Nos últimos dois anos o fundo Alaska Black rendeu 93% — o triplo do Ibovespa. Desde a sua fundação, no começo de 2012, o rendimento acumulado é de quase 220%. Neste ano, o retorno está negativo em 6,2% por conta do otimismo do Alaska com a bolsa em meio ao cenário de volatilidade. Para Bredda, a queda do Ibovespa vista recentemente é algo pontual.

Além de Bredda, a lista de palestrantes do evento da Criteria incluiu o seu sócio Luiz Alves Paes de Barros, um dos maiores investidores individuais da bolsa brasileira, e o estrategista-chefe da XP Celson Placido.

CRITERIA: evento do escritório de investimentos levou Celson Placido para conversar com os investidores

A fala de Bredda serviu para animar investidores após o cenário de incerteza eleitoral descrito por Placido, que afirmou que cerca de 50% da população ainda não definiu seu candidato a presidente. Além disso, o estrategista destacou a falta de preocupação das pessoas em selecionar os deputados — mais de 80% dos atuais congressistas buscam reeleição. “Independentemente de quem ganhe, sempre há boas oportunidades de investimento”, afirmou Placido para acalmar os ânimos. Pouco depois, Bredda subiu ao palco montado pela Criteria para mostrar um pouco dessas oportunidades.

Bolsa não tem a ver com eleições

Muitos investidores vasculham o cenário eleitoral, o PIB brasileiro e a taxa de juros americana em busca de uma tendência para a bolsa, mas, segundo Bredda, nada disso é decisivo para o Ibovespa.

O que mais influencia o índice brasileiro é o preço das commodities que, para ele, deve crescer nos próximos anos. “O preço das commodities hoje está em um nível muito baixo, quando comparado com o valor das empresas do S&P 500. Isso favorece o lucro das empresas americanas. Lucrando mais, as empresas investem mais e, para investir, compram commodities”, afirma Bredda.

Por conta desse cenário, o gestor acredita que as commodities vão se valorizar e isso também vai beneficiar a economia brasileira. “As commodities dão uma ignição enorme para a economia brasileira, elas fazem tudo girar”, afirma. Além disso, o gestor afirma que, historicamente, o Brasil começa a se recuparar quando os Estados Unidos está perto de seu pico de crescimento e a Europa está começando a retomada. “Os Estados Unidos estão com um crescimento alto, que não deve se manter por muito mais tempo”, afirma.

Ainda entre os fatores que tornam a bolsa atrativa estaria a baixa alocação em ações. Apenas 9% do patrimônio dos fundos está aplicado na Bolsa, abaixo da média de 13% dos últimos anos, segundo Bredda.

HENRIQUE BREDDA: para gestor do Alaska, desempenho das ações no longo prazo independe de cenário político

Para terminar a palestra, Bredda se mostrou otimista com a realização das reformas econômicas que o Brasil precisa. “Os dados históricos mostram que não foram os acontecimentos políticos que ditaram a economia, mas sim a economia que ditou os acontecimentos políticos”, afirmou para justificar porque acredita que o candidato eleito fará reformas como a da Previdência. “Não tem pra onde fugir. Ou o Brasil faz a reforma antes de quebrar ou quebra e faz a reforma”, completou.

Sobre a Criteria

Focado em clientes de alta renda e por conta do crescimento acelerado, principalmente por indicação dos próprios clientes, a Criteria projeta um crescimento forte para os próximos anos. O sócio Carlos Reissmann afirma que “a meta é chegar a R$10 bilhões de custódia até 2021”. Entre os diferenciais do escritório estão a larga experiência profissional dos assessores e o objetivo de prestar um serviço isento de conflito de interesses com o investidor.

Para chegar lá, o escritório acredita em continuar oferecendo o que deu certo até aqui: assessoria exclusiva de acordo com o perfil de cada investidor.

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