Nome completo: | Elon Reeve Musk |
Ocupação: | Empresário e investidor |
Local de Nascimento: | Pretória, África do Sul |
Data de Nascimento: | 28 de junho de 1971 |
Fortuna: | US$ 24,5 bilhões (ranking da Forbes de 2019) |
Quem é Elon Musk?
Elon Musk é um dos empreendedores mais ousados dos últimos tempos, viabilizando projetos inovadores e com tecnologia de última geração. Entre as empresas que fundou ou comandou, aparecem nomes como Paypal, Tesla, SpaceX e Neura Link.
Sua trajetória chama a atenção pela diversidade de áreas de atuação; geolocalização, energia limpa, mobilidade, exploração espacial, inteligência artificial e neurociência são alguns dos campos em que Musk investiu.
Família e formação
Elon Musk nasceu em uma família de classe alta em Pretória, na África do Sul, filho da nutricionista e modelo Maye Musk com Errol Musk, um engenheiro mecânico, piloto de aviões e empresário.
O casal se separou em 1979 e os três filhos – Elon, Kimbal e Tosca – ficaram com Maye por dois anos até que ele, o mais velho, decidiu ir morar com o pai quando tinha dez anos.
Musk achava injusto que sua mãe ficasse com os todos os filhos, enquanto o pai vivia sozinho. Então deixou a casa de Maye e se mudou para o subúrbio de Pretória – o que, muitos anos depois, consideraria como um grande erro.
Isso porque, apesar de reconhecer que grande parte do que aprendeu de engenharia básica foi pela influência de seu pai, a relação entre os dois nunca foi boa. Elon já disse que Errol é “um péssimo ser humano”. Em entrevista à revista Rolling Stone, chegou a chorar ao dizer que seu pai era uma pessoa ruim, capaz até de cometer crimes.
As razões para essa conclusão, Elon não explicou. Disse apenas que era comum que seu pai o chamasse de “idiota”.
Seu pai ficou conhecido por algumas polêmicas, como ter engravidado sua enteada, 40 anos mais nova, que conheceu quando ela tinha quatro anos. Errol matou a tiros três homens que invadiram sua residência.
Um “nerd” assumido, Elon Musk se refugiou na leitura de livros como o Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, e a Série da Fundação, de Isaac Asimov. “Fui criado por livros. Livros, e depois meus pais”.
Aos dez anos gostava de fazer experimentos com explosivos e pequenos foguetes e começou a se interessar por programação. Aos 12, fechou seu primeiro negócio ao escrever o código de videogame e o vender para a revista PC and Office Technology, por US$ 500.
Apesar de prodigiosa, sua infância na África do Sul foi marcada por diversos episódios de bullying no colégio. Nascido no final de junho, Elon Musk era um dos mais novos – e menores – alunos da sala e foi alvo de atos violentos.
No pior deles, foi derrubado da escada e seu rosto batido diversas vezes no chão até desmaiar.
O suplício do colégio só acabou aos 16 anos, depois que decidiu aprender a se defender e entrou em aulas de caratê, judô e luta livre e passou a encarar seus desafetos.
Adolescente curioso
“Nerd” assumido, Elon Musk se refugiou na leitura de livros como “Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams, e a trilogia “Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien, e a série “Fundação”, de Isaac Asimov. “Fui criado por livros. Livros, e depois meus pais”, disse Musk.
Aos dez anos, ele já gostava de fazer experimentos com explosivos e pequenos foguetes, além de começar a se interessar por programação. Aos 12 anos, fechou seu primeiro negócio ao escrever o código de programação de um jogo e o vender para a revista PC and Office Technology, por US$ 500.
Apesar de prodigiosa, sua infância na África do Sul foi marcada por diversos episódios de bullying no colégio. Nascido no final de junho, Elon Musk era um dos mais novos – e menores – alunos de sua classe e era alvo constante de ataques. No pior deles, foi derrubado de uma escada e teve seu rosto batido diversas vezes no chão até desmaiar.
O suplício no colégio só acabou aos 16 anos, após ele decidir aprender a se defender, entrando em aulas de caratê, judô e luta livre – e passou a encarar seus desafetos.
Mudando de país
Aos 17 anos, Musk decidiu sair da África do Sul. Ele queria ir para os Estados Unidos, país que acreditava ser o melhor lugar para fazer “coisas grandes”. As complicações com a imigração, no entanto, o fizeram aproveitar a cidadania canadense da mãe e se mudar primeiro para a província de Ontário, no Canadá.
O início da vida canadense não foi fácil. Aos 17 anos, Musk precisou da ajuda de parentes e fez bicos como limpador de aquecedores e cortador de madeira para pagar as contas e se matricular na Queen’s University, em Kingston. Dois anos depois, ele conseguiu transferir seus estudos para a Universidade da Pensilvânia, nos EUA, onde formou-se em Economia e Física.
Seus resultados acadêmicos lhe garantiram uma vaga no programa de PhD da Universidade de Stanford, onde se matriculou para cursar Física e Ciência de Materiais. Mas sua vida em Stanford durou pouco. Bem pouco, na verdade.
Apenas dois dias depois de começarem as aulas, Musk decidiu largar a famosa universidade californiana para montar a sua primeira empresa, em uma sociedade com seu irmão Kimbal.
Como Elon Musk ficou rico?
Elon e Kimbal viram uma oportunidade no boom da internet dos anos 1990 e criaram a Global Link, uma empresa de mapeamento de cidades que teria nos jornais seus principais clientes.
Sem recursos próprios, os irmãos Musk levantam capital com um pequeno grupo de investidores-anjo e com seu sócio na empreitada, Greg Kouri, que aportou US$ 6 mil.
Reunindo dados públicos de mapas e negócios, a empresa criou um banco de dados e serviços para comerciantes locais anunciarem e se conectarem a clientes.
A solução inovadora atraiu clientes como o jornal The New York Times e outras 160 publicações. A empresa cresceu com o aporte de US$ 3 milhões de um investidor e foi rebatizada como Zip2.
Em abril de 1998, a Zip2 entrou em negociação para se fundir com a sua principal concorrente, a CitySearch. Elon Musk, que inicialmente apoiou a ideia, foi uma das principais vozes para convencer os conselheiros a abandonarem o projeto.
A decisão foi acertada. Em menos de um ano, em fevereiro de 1999, a fabricante de computadores Compaq pagou US$ 305 milhões para adquirir a Zip2 e, assim, alavancar seu buscador AltaVista. Nessa operação, Elon Musk embolsou US$ 22 milhões.
Capitalizado, Musk criou a X.com em novembro do mesmo ano, um dos primeiros bancos online do mundo, em parceria com seu antigo sócio Greg Kouri.
A empreitada durou pouco tempo. Já em março de 2000, o X.com se uniu a seu competidor, a Confinity. Como maior acionista, Musk virou o CEO da nova empresa.
No comando da X.com fortificada com a fusão, Elon Musk acabou deixando de lado as iniciativas de seu negócio original e deu prioridade ao desenvolvimento do sistema de pagamentos que era desenvolvido pela Confinity desde 1999, o PayPal.
Em questão de meses, ele abandonou a atuação como banco online, rebatizou a empresa como PayPal e a levou a abrir o capital. O IPO foi realizado em 2002, levantando US$ 61 milhões.
A facilidade dos pagamentos pelo sistema do PayPal atraiu o interesse da gigante online eBay, que adquiriu a companhia meses depois, em outubro de 2002, por US$ 1,5 bilhão, 77% acima do preço do IPO.
Na época, 70% de todas as transações realizadas no eBay utilizavam o PayPal como meio de pagamento. Com a venda, Musk decidiu se desfazer dos 11,7% que tinha no PayPal e embolsar mais US$ 165 milhões.
Empreendedor serial, Musk não se aposentou após faturar com a venda de suas duas primeiras companhias.
Na verdade, antes mesmo da venda do PayPal, Musk já estava desenvolvendo o seu novo e – possivelmente – mais ambicioso projeto: a exploração espacial.
Causas nobres X grandes medos
Elon Musk é movido por grandes medos e não tem vergonha de compartilhá-los em suas palestras e entrevistas.
Com o sucesso de seus empreendimentos online entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000, sobrevivendo à bolha da internet, Musk passou a focar seus esforços em grandes projetos que buscam diminuir seu medo sobre o fim da humanidade.
Uma de suas apostas é expandir a presença humana pelo Sistema Solar, com o estabelecimento de colônias humanas em diversos planetas, a começar por Marte.
Musk está cada vez mais próximo de seu objetivo de colocar uma expedição no planeta vermelho e iniciar a colonização. O que era um sonho impossível e parecia uma conversa excêntrica, hoje é visto por analistas como algo possível, depois de quase duas décadas de desenvolvimento de foguetes e soluções aeroespaciais.
Tudo começou ainda em 2001, quando Musk idealizou o Mars Oasis (Oásis de Marte), o projeto de instalar uma estufa experimental em Marte e tentar cultivar alimentos no árido e tóxico solo marciano.
Para chegar lá, ele queria adquirir um míssil balístico intercontinental russo por um preço acessível. Se possível, um modelo já usado. A ideia era excêntrica mesmo para os padrões do empreendedor. Um de seus melhores amigos desde a época da universidade, Adeo Ressi, acreditava que ele estava enlouquecendo. Ressi chegou a convidar amigos próximos para tentar uma intervenção e fazê-lo desistir da ideia. Não deu certo.
Em outubro de 2001, Musk viajou para a Rússia com Jim Cantrell, que atuava na área aeroespacial, e com o próprio Ressi para reuniões com empresas como a Kosmotras e a NPO Lavochkin, que construíram sondas para o governo soviético explorar Vênus e Marte durante a corrida espacial.
Após um almoço longo seguido de café com charutos, Musk e seus parceiros foram tratados com pouco respeito pelos russos, que os consideravam novatos. O fracasso da primeira tentativa, porém, não impediu Musk de ir aos russos novamente. Desta vez, para comprar não um, mas três mísseis.
Poucos meses depois, em fevereiro de 2002, Musk pousou em Moscou com sua equipe para uma nova rodada de negociações. Dessa vez, levou alguém mais experiente para fazer parte da equipe: Mike Griffin, engenheiro renomado e que, anos depois, assumiria a administração da Nasa.
Depois de algumas doses de vodca, Musk perguntou diretamente aos representantes da Kosmotras quanto custaria cada foguete. Ele tentou negociar o preço inicial de US$ 8 milhões por unidade, mas novamente não foi levado a sério.
A decepção da segunda tentativa fez Musk acreditar que não era possível negociar com os russos. Ele sabia que não tinha dinheiro para comprar de outro fornecedor.
Nesse ponto, em que muitos desistiriam, Musk mostrou um lado de seu empreendedorismo que o acompanharia em futuros negócios: se não há uma solução disponível, ele criaria essa solução.
A sacada veio no voo de volta de Moscou, quando disse aos seus parceiros que eles poderiam fazer um foguete próprio. Era a realização de um sonho de infância, quando brincava em construir foguetes no quintal da sua casa e lia ficção científica.
Em suas contas, o custo do material para construir um foguete era relativamente pequeno e eles poderiam reduzir em 90% o custo de produção ao verticalizar o negócio.
Enquanto maturava o projeto de exploração espacial comercial, Musk se reunia com uma organização de entusiastas que estuda tecnologias para explorar Marte. Ele não havia desistido da sua ideia de construir uma estufa no Planeta Vermelho para permitir que, no futuro, o ser humano possa colonizar o planeta e diminuir a possibilidade de extinção da espécie.
Após doações generosas, passou a fazer rodadas de discussões com especialistas para reunir ideias de como levar até Marte um rato, plantar, colher – e trazer o rato de volta à Terra.
Corrida espacial com a SpaceX
Em maio de 2002, com US$ 100 milhões de sua fortuna pessoal, Musk criou a Space Exploration Technologies, ou SpaceX. O objetivo da empresa? Espalhar a civilização humana pelo espaço. A relação conturbada com os russos deu lugar aos contatos com empresas privadas americanas de engenharia.
Como um bom nerd, o primeiro foguete foi batizado de Falcon 1, em homenagem à Millenium Falcon, do filme Star Wars. O foguete foi lançado com sucesso em março de 2006.
A SpaceX conquistou seguidos recordes de eficiência e o ineditismo de ser uma empresa privada, alcançando feitos que apenas estatais como a Nasa haviam conseguido. A agência americana, aliás, é um dos principais clientes da SpaceX, cujos foguetes abastecem a Estação Espacial Internacional, além de colocar em órbita satélites comerciais e militares.
Em 2014, o governo dos EUA mostrou, em números, a eficiência da SpaceX: enquanto a Força Aérea do país pagava até US$ 400 milhões por um lançamento para a United Launch Alliance (ULA), a mesma operação era conduzida por menos de US$ 100 milhões pela empresa de Musk.
Além do custo mais baixo, há também o espetáculo. Cada lançamento da SpaceX é um show transmitido ao vivo pela internet, com apresentadores, bom humor e funcionários da empresa torcendo e comemorando.
Até um carro Tesla Roadster foi lançado no espaço pela SpaceX com um foguete Falcon Heavy. O veículo é “tripulado” por um manequim chamado Starman, vestido com trajes especiais. É possível acompanhar o trajeto do Roadster pelo site whereisroadster.com.
Além de alcançar o espaço, a SpaceX inovou ao conseguir reaproveitar peças. Parte dos queimadores de lançamento e o núcleo do foguete voltam e pousam suavemente na Terra.
E quem comanda tudo é o CEO e diretor de tecnologia, Elon Musk, que detém 78% dos direitos de voto da companhia de mais de 7 mil funcionários.
Energia limpa com a Tesla
A preocupação de Musk com a extinção humana também fez com que ele agisse contra as mudanças climáticas. A solução foram os carros elétricos, que se tornaram quase sinônimo do nome da sua empresa: Tesla.
Assim como ocorreu com o PayPal, Musk não fundou a Tesla, mas viu oportunidade no negócio logo no início da jornada, catapultando os resultados para uma operação global.
A empresa foi criada em julho de 2003 pelos engenheiros Martin Eberhard and Marc Tarpenning, na Califórnia, após a GM fazer um recall e destruir seu modelo elétrico EV1.
Na primeira rodada de financiamento Series A da Tesla, em fevereiro de 2004, Musk liderou os investidores com aporte de US$ 6,5 milhões do total de US$ 7,5 milhões arrecadados e passou a presidir o conselho de administração da companhia.
Com o aporte, Musk passou a estar mais presente no dia a dia da empresa e acompanhou o lançamento do primeiro modelo, o Tesla Roadster.
Nas rodadas Series B e C, Musk também foi um dos principais investidores, com aporte de US$ 9 milhões, de US$ 13 milhões, e depois, com mais US$ 12 milhões de US$ 40 milhões.
Nesta última rodada, participaram investidores de peso como Sergey Brin e Larry Page, os fundadores do Google, Jeff Skoll, ex-presidente do eBay, e fundos geridos pelo JPMorgan.
Após a crise de 2008, quando o fundador Martin Eberhard deixou a Tesla, Musk assumiu como CEO da companhia e se transformou no rosto da empresa, responsável pelas apresentações pirotécnicas de cada novo modelo.
Com o dinheiro arrecadado nas vendas do Roadster, a Tesla passou a trabalhar no sedã Model S, lançado em 2012, seguido pelo SUV Model X, três anos depois. A chegada do Model 3 em 2017 marcou a primeira produção em grande escala global.
A estratégia da Tesla se assemelha à da SpaceX na verticalização. A empresa produz cerca de 80% das peças, distanciando- se das montadoras tradicionais, que se apoiam em fornecedores e focam na engenharia e conclusão do veículo.
Assim como no caso da irmã espacial, ao ser a pioneira de um mercado em formação, a Tesla precisou criar negócios para solucionar gargalos e barreiras ao seu crescimento. A montadora possui fábricas de baterias, redes de carregamento de carros elétricos e produz painéis solares para alimentar a rede de energia.
Para financiar seu objetivo audacioso de ser uma montadora global, a empresa fez em 2010 seu IPO. Atualmente, é a companhia do setor mais valiosa dos EUA listada em bolsa, ao superar a tradicional GM.
Apesar da liderança no setor, Musk se arrepende de ter listado a Tesla. Agora, a empresa enfrenta forte pressão de vendedores da ação, que amplificam problemas para prejudicar a companhia. Assim, a montadora fica constantemente entre as que têm mais posições vendidas, com bilhões de dólares apostando na queda dos papéis.
O motivo para a volatilidade é até razoável: a Tesla ainda não conquistou a confiança de que consegue produzir veículos maciçamente, a um preço lucrativo e no prazo estabelecido. Mas não é só isso. A figura de Elon Musk também provoca controvérsias.
As polêmicas de Elon Musk
Em um tuíte em setembro de 2018, por exemplo, Musk disse que tinha recursos assegurados para fechar o capital da empresa. Investigado pela SEC (o órgão regulador do mercado de capitais americano), Musk não provou que tinha os termos do negócio assegurados e correu o risco de ser afastado do posto de CEO da montadora.
O caso foi encerrado após um acordo, no qual Musk e a Tesla pagariam US$ 20 milhões cada, ele deixaria o cargo de presidente do conselho e teria os seus tuítes revisados antes de serem publicados. Pouco tempo depois, em entrevista, Musk disse não ter se arrependido da polêmica e ainda afirmou que não tem nenhum respeito pela SEC.
Ele provou isso meses depois, em fevereiro de 2019, quando voltou a fazer previsões para a Tesla em seu Twitter, provocando a reação do órgão regulador. Novamente, chegaram a uma solução negociada: o acordo inicial foi revisto para esclarecer assuntos que Musk não poderia publicar na rede social sem supervisão.
Polêmico, Musk sempre volta às manchetes com aparições pouco usuais. Em resposta, o mercado derruba as ações da Tesla.
Entre as atitudes que foram “castigadas” pelo mercado, está a infame participação de Musk em um episódio do podcast de Joe Rogan, um dos mais populares dos EUA. Na gravação, Musk aparece fumando maconha e chamando de “pedófilo” o mergulhador britânico Vernon Unsworth, que ajudava no resgate dos meninos presos em uma caverna inundada na Tailândia.
O ataque de Musk foi uma resposta ao fato de Unsworth ter criticado e falado que era uma tentativa de atrair mídia a tentativa de ajuda de Musk às crianças tailandesas.
Nos últimos anos, vivendo o sucesso da SpaceX e a escalada global da Tesla, Musk também passou a se dedicar em outros projetos – que, novamente, combatem seu medo de fim dos humanos.
Além da tentativa de espalhar a espécie humana pelo Sistema Solar e reduzir a mudança climática, Musk tenta combater o seu temor de erradicação dos humanos pelas máquinas.
Ele acredita que a inteligência artificial (IA) poderá dar superpoderes a corporações e governos, e até mesmo provocar uma ‘explosão de inteligência’, que colocaria máquinas no comando, um risco fatal à humanidade.
O seu contra-ataque às máquinas vem em duas frentes. A primeira é a OpenAI, organização sem fins lucrativos que visa promover e inteligência artificial para beneficiar a população.
A organização foi criada no final de 2015, e Musk permaneceu no conselho até 2018, quando renunciou para evitar conflitos de interesse com o desenvolvimento de IA da Tesla. Ele segue como um dos doadores, assim como a Microsoft, que aportou US$ 1 bilhão em 2019.
Na outra frente, Musk criou a Neuralink em 2016, que tenta desenvolver uma conexão entre o cérebro e computadores. Contraditório? Não para Musk.
A ideia é que a raça humana consiga, com apoio de computadores, acompanhar o desenvolvimento das máquinas e não ser dominado por elas. Para o projeto, Elon destinou US$ 100 milhões.
Máquinas x humanos
Nos últimos anos, vivendo o sucesso da SpaceX e a escalada global da Tesla, Musk também passou a se dedicar a outros projetos – que, novamente, tentam aliviar seu medo da extinção humana.
Além da tentativa de espalhar a espécie humana pelo Sistema Solar e reduzir a mudança climática, Musk tenta combater o seu temor de erradicação dos humanos pelas máquinas.
Ele acredita que a inteligência artificial (IA) poderá dar superpoderes a corporações e governos e até mesmo provocar uma “explosão de inteligência” que colocaria máquinas no comando, um risco fatal à humanidade.
Seu contra-ataque às máquinas vem em duas frentes. A primeira é a OpenAI, organização sem fins lucrativos que visa promover a inteligência artificial para beneficiar a população.
A organização foi criada no final de 2015. Musk permaneceu no conselho até 2018, quando renunciou para evitar conflitos de interesse com o desenvolvimento de IA da Tesla. Ele segue como um dos financiadores, assim como a Microsoft, que aportou US$ 1 bilhão em 2019.
Em outra frente, Musk criou a Neuralink em 2016, que tenta desenvolver uma conexão entre o cérebro e os computadores. Contraditório? Não para Musk.
A ideia é que a espécie humana consiga, com o apoio de computadores, acompanhar o desenvolvimento das máquinas e não ser dominada por elas. Para o projeto, Elon já destinou US$ 100 milhões.
O fim do tédio no trânsito
Em seu projeto mais recente, Elon Musk criou a The Boring Company, ou TBC, em dezembro de 2016. O nome é um trocadilho com a palavra “boring” que, em inglês, pode significar tanto algo entediante como “tuneladora”, máquina usada na escavação de túneis.
No caso da empresa de Musk, o tédio de ficar preso no trânsito de Los Angeles o fez pensar em como reduzir o custo de criar túneis para construir avenidas e acabar com os congestionamentos de veículos.
A TBC surgiu como uma subsidiária da SpaceX, que emprestou engenheiros para os primeiros projetos conceituais e estudos de viabilidade da empresa. Ela era uma brincadeira para Musk. Tanto que, para financiar a TBC, vendeu 50 mil chapéus em janeiro de 2018, levantando US$ 1 milhão.
Com o sucesso, colocou à venda 20 mil lança-chamas. “Uma péssima ideia”, lembra Musk. A empresa vendeu o estoque em poucos dias e arrecadou US$ 10 milhões.
Apesar de a TBC ser praticamente um hobby, Musk não deixa de lado seu estilo de cobrança. Em reunião de sexta-feira na SpaceX, perguntou quanto tempo era necessário para esvaziar o estacionamento da empresa e começar a perfuração do primeiro túnel.
Confrontado com a resposta de duas semanas, rebateu com a ideia de começar imediatamente, rodando por 48 horas até o domingo à tarde para medir o avanço. Isso provocou uma corrida dos funcionários para retirar os carros.
Ainda em fase pré-operacional, mas já desligada da SpaceX desde 2018, a TBC possui diversos projetos em estudo em Los Angeles, além de outras cidades na Califórnia, Chicago, Las Vegas e uma audaciosa conexão de veículos em altíssima velocidade – batizada de Hyperloop – de Baltimore a Washington, parando em Nova York.
Uma sacada, contudo, ajuda bastante seus negócios. Os túneis urbanos não têm ventilação e não são adequados para veículos que emitem gases de combustão. A solução seria liberar somente para carros elétricos, como… os da Tesla.
Twitter: um novo – e caríssimo – negócio
Em 2017, Musk já havia manifestado interesse em comprar o Twitter, questionando o compromisso da plataforma em relação à liberdade de expressão. Mas em janeiro de 2022, o bilionário começou a comprar ações da empresa.
Em abril, ele se tornou o maior acionista ao controlar 9,2% da companhia. As ações dispararam, no maior salto dos papéis desde o IPO do Twitter, em 2013. Mas para Musk, não era o suficiente.
Em 13 de abril, Musk fez uma oferta de US$ 43 bilhões para comprar 100% das ações do Twitter. O conselho da empresa não gostou da ideia, adotando a chamada “pílula de veneno”, que impede um acionista de ter mais de 15% das ações da empresa sem autorização prévia. Em resposta, Musk aumentou a proposta para US$ 44 bilhões. Dessa vez, não houve recusa do conselho.
No negócio, foram incluídos US$ 12 bilhões em empréstimos feitos dando suas ações da Tesla como garantia aos bancos. Isso fez a montadora perder US$ 100 bilhões em valor de mercado em um único dia. Musk também perdeu US$ 30 bilhões de seu patrimônio. Foi apenas o início das dores de cabeça de Musk com sua nova compra.
Um mês após anunciar que havia comprado o Twitter, Musk disse que o negócio estava suspenso após ele descobrir que 5% dos usuários da plataforma eram robôs. Apesar de inicialmente dizer que ainda estava comprometido em finalizar a aquisição, em julho o bilionário mudou de ideia: disse que estava desistindo de comprar o Twitter. Foi o início de uma nova briga com o conselho da rede social, que processou Musk por quebra de contrato.
Em outubro, Musk recuou mais uma vez e finalmente fechou a compra da empresa. Assim que concluiu o negócio, Musk demitiu os principais executivos do Twitter e se tornou CEO da rede social. Em seus primeiros atos, ele passou a cobrar US$ 8 pelo selo de conta verificada e demitiu boa parte dos funcionários – muitos também pediram para sair da empresa por não concordarem com as visões de Musk.
Parece que os usuários da rede social também não concordam tanto com Musk. Em dezembro, o bilionário tuitou uma enquete em sua conta perguntando se devia deixar o cargo de CEO do Twitter. 57,5% dos 17,5 milhões de votos disseram que sim, ele deveria abrir mão da posição. Musk anunciou então que iria deixar o cargo de CEO “assim que encontrar alguém maluco o bastante para aceitar este trabalho”.
A pílula vermelha
O homem por trás de projetos audaciosos como a exploração espacial privada, a criação de uma montadora global de carros elétricos e um novo sistema de transporte urbano é, no mínimo, uma pessoa excêntrica e de posições fortes.
Musk é um crítico do transporte público, que, segundo ele, não sai na hora desejada, não sai do lugar desejado e não chega ao lugar desejado, além de obrigar o passageiro a compartilhar o ambiente com desconhecidos.
Apesar da posição individualista – e bastante criticada – no campo dos transportes, ele apoia a taxação mais alta de bilionários como ele, sugerindo imposto de renda de 40%; alíquotas sobre a transmissão de herança; renda mínima para os mais pobres; o Acordo de Paris para redução de emissões; e reforma do sistema de imigração dos EUA. Ele também é crítico do sistema de subsídios do governo a empresas.
Bilionário, Musk é um dos super-ricos que assinou o acordo Giving Pledge, promovido por Warren Buffett e o casal Melinda e Bill Gates, em que se compromete a doar para a filantropia grande parte de sua riqueza ainda durante a vida ou logo após a sua morte.
Além de suas contribuições para estudos de inteligência artificial, Elon possui uma fundação filantrópica chamada Musk Foundation. Sua atuação na área, contudo, é de porte pequeno dada sua fortuna.
Ele costuma fazer doações para projetos de geração solar e armazenamento de energia em desastres naturais, como um sistema de geração solar para cidade de Coden, no Alabama, atingida por um furacão, ou US$ 250 mil para um Soma, no Japão, devastada por um tsunami.
Para combater os danos provocados pela contaminação da água de Flint, em Michigan, Musk doou quase US$ 500 mil usados para instalar sistemas de filtros em bebedouros nas escolas da cidade.
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