17 Estados e DF podem ter eleição para governador definida em primeiro turno, segundo pesquisas

Casos em que as chances parecem ser mais altas são dos governadores do Pará, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Norte, todos candidatos à reeleição

Marcos Mortari

Teclado da Urna Eletrônica (Foto:Nelson Jr./ASICS/TSE)
Teclado da Urna Eletrônica (Foto:Nelson Jr./ASICS/TSE)

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Dezoito candidatos a governador chegam ao domingo (2) da eleição com chances relevantes de vencerem já no primeiro turno. É o que indicam os dados da última série de pesquisas de intenção de votos nos 26 Estados e no Distrito Federal, divulgada pelo Ipec ao longo da última semana de campanha.

Pela regra, para um candidato ser eleito sem necessidade de disputar o segundo turno, ele precisa conquistar 50% dos votos válidos (ou seja, excluindo abstenções, votos em branco e nulos) mais um. Do contrário, precisará medir forças com o segundo mais votado em outra votação, marcada para o último domingo do mês − dia 30 de outubro.

Os levantamentos do Ipec, instituto fundado por executivos do extinto Ibope, mostram Unidades da Federação em que o líder nas pesquisas concentra mais de 45% das intenções de voto − o que, pela margem margem de erro, poderia deixá-lo muito próximo da possibilidade de ser eleito já nesta noite.

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São elas: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins.

Leia também: Ipec realiza pesquisas eleitorais em domicílio: entenda a metodologia usada pelo instituto

Os casos em que as chances parecem ser mais altas são de Helder Barbalho (MDB-PA), Mauro Mendes (União Brasil-MT), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN), que superam a marca de 60% dos votos válidos nos levantamentos divulgados. Todos eles são candidatos à reeleição.

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Dos 18 candidatos com chances mais elevadas de vencer em primeiro turno em seus estados, 14 já são governadores e tentam ser reconduzidos. Além dos já citados, estão na lista: Gladson Cameli (PP-AC), Paulo Dantas (MDB-AL), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Carlos Brandão (PSB-MA), Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ), Antonio Denarium (PP-RR) e Wanderlei Barbosa (Republicanos-TO).

Dos grupo de governadores que tentam a reeleição, dois aparecem numericamente atrás de seus adversários, porém em condição de empate técnico: João Azevêdo (PSB-PB) e Carlos Moisés (Republicanos-SC) − ambos com boas chances de irem ao segundo turno.

Analistas políticos vêm destacando que esta pode ser uma eleição mais favorável a incumbentes no Poder Executivo que buscam a recondução em seus estados do que a última. Entre os fatores destacados estão mudanças nas demandas do eleitor em comparação com o pleito de 2018, quando a Operação Lava Jato trouxe uma forte pressão por mudança na política.

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Depois da pandemia, muitos especialistas observam que experiência e provas de capacidade de gestão passaram a ser atributos considerados prioritários por quem decide.

A exceção à tendência ao continuísmo pode ocorrer em São Paulo, onde Rodrigo Garcia (PSDB), que assumiu após a renúncia de João Doria (PSDB) − que tentou disputar a Presidência da República, mas depois desistiu −, não ocupa a primeira ou a segunda colocação nas pesquisas.

Os números mostram que o governador tucano corre risco de não ir a um eventual segundo turno, o que representaria o fim de uma hegemonia de décadas do PSDB no maior colégio eleitoral do país.

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A tabela a seguir mostra o cenário em votos válidos para a disputa em cada uma das 27 Unidades da Federação (os nomes dos candidatos à reeleição estão marcados com a letra “R” após seus nomes):

UF Instituto Código Candidato 1 Candidato 2 Candidato 3 Margem de erro
AC Ipec AC-04487/2022 Gladson Cameli (PP) – R: 53% Jorge Viana (PT): 24% Mara Rocha (MDB): 9% 3 p.p.
AL Ipec AL-04283/2022 Paulo Dantas (MDB) – R: 45% Rodrigo Cunha (União Brasil): 23% Rui Palmeira (PSD): 16% 3 p.p.
AM Ipec AM-08897/2022 Wilson Lima (União Brasil) – R: 38% Amazonino Mendes (Cidadania): 28% Eduardo Braga (MDB): 19% 3 p.p.
AP Ipec AP-05843/2022 Clécio (Solidariedade): 57% Jaime Nunes (PSD): 38% Gilvam Borges (MDB): 1% 3 p.p.
BA Ipec BA-00751/2022 ACM Neto (União Brasil): 51% Jerônimo Rodrigues (PT): 38% João Roma (PL): 8% 2 p.p.
CE Ipec CE-09689/2022 Elmano de Freitas (PT): 44% Capitão Wagner (União Brasil): 37% Roberto Cláudio (PDT): 18% 3 p.p.
DF Ipec BR-04016/2022 Ibaneis Rocha (MDB) – R: 46% Leandro Grass (PV- PT – PC do B): 20% Izalci (PSDB): 16% 2 p.p.
ES Ipec ES-01181/2022 Renato Casagrande (PSB) – R: 59% Manato (PL): 25% Audifax (Rede): 7% 3 p.p.
GO Ipec GO-06820/2022 Ronaldo Caiado (União Brasil) – R: 56% Gustavo Mendanha (Patriota): 29% Major Vitor Hugo (PL): 9% 3 p.p.
MA Ipec MA-03514/2022 Carlos Brandão (PSB) – R: 48% Lahesio Bonfim (PSC): 18% Weverton Rocha (PDT): 22% 3 p.p.
MG Ipec MG-09012/2022 Romeu Zema (Novo) – R: 50% Alexandre Kalil (PSD): 42% Carlos Viana (PL): 4% 2 p.p.
MS Ipec MS-00268/2022 André Puccinelli (MDB): 31% Eduardo Riedel (PSDB): 18% Marquinhos Trad (PSD): 17% 3 p.p.
MT Ipec MT-00496/2022 Mauro Mendes (União Brasil) – R: 73% Márcia Pinheiro: 17% Pastor Marcos Ritela (PTB): 8% 3 p.p.
PA Ipec PA-06973/2022 Helder Barbalho (MDB) – R: 76% Zequinha Marinho (PL): 19% Adolfo Oliveira (PSOL): 1% 3 p.p.
PB Ipec PB-00955/2022 Nilvan Ferreira (PL): 29% João Azevêdo (PSB) – R: 27% Pedro Cunha Lima (PSDB): 17% 3 p.p.
PE Ipec PE-05764/2022 Marília Arraes (Solidariedade): 38% Raquel Lyra (PSDB): 17% Miguel Coelho (União Brasil): 17% 2 p.p.
PI Ipec PI-07182/2022 Silvio Mendes (União Brasil): 48% Rafael Fonteles (PT): 47% Coronel Diego Melo (PL): 2% 3 p.p.
PR Ipec PR-02084/2022 Ratinho Junior (PSD) – R: 62% Requião (PT): 29% Gomyde (PDT): 3% 3 p.p.
RJ Ipec RJ-01526/2022 Cláudio Castro (PL) – R: 47 % Marcelo Freixo (PSB): 28% Rodrigo Neves (PDT): 11% 2 p.p.
RN Ipec RN-04452/2022 Fátima Bezerra (PT) – R: 61% Capitão Styvenson (Podemos): 18% Fábio Dantas (Solidariedade): 17% 3 p.p.
RO Ipec RO-05340/2022 Coronel Marcos Rocha (União Brasil) – R: 43% Marcos Rogério (PL): 27% Léo Moraes (Podemos): 19% 2 p.p.
RR Ipec RR-02032/2022 Antonio Denarium (PP) – R: 51% Teresa Surita (MDB): 45% Fábio Almeida (PSOL): 2% 3 p.p.
RS Ipec RS-04427/2022 Eduardo Leite (PSDB) – R: 40% Onyx Lorenzoni (PL): 30% Edegar Pretto (PT): 20% 2 p.p.
SC Ipec SC-07610/2022 Jorginho Mello (PL): 29% Carlos Moisés (Republicanos) – R: 23% Gean Loureiro (União Brasil): 16% 3 p.p.
SE Ipec SE-07200/2022 Valmir de Francisquinho (PL) – R: 48% Fábio (PSD): 20% Rogério Carvalho (PT): 20% 3 p.p.
SP Ipec SP-05847/2022 Fernando Haddad (PT): 41% Tarcísio de Freitas (Republicanos): 31% Rodrigo Garcia (PSDB) – R: 22% 2 p.p.
TO Ipec TO-07548/2022 Wanderlei Barbosa (Republicanos) – R: 56% Ronaldo Dimas (PL): 19% Irajá (PSD): 12% 3 p.p.

Embora sejam ferramentas muito úteis na avaliação do cenário eleitoral, as pesquisas de intenção de voto têm que ser analisadas com parcimônia, já que não têm como finalidade prever o resultado das urnas, mas apenas capturar a preferência dos eleitores em um dado momento.

No caso de disputas para governos estaduais e cargos no Congresso Nacional, o cuidado deve ser redobrado, já que a tendência de o eleitor decidir seu voto nos últimos dias é ainda maior − o que pode produzir profundas diferenças em relação ao quadro apontado pelos institutos.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.