Alckmin tem encontro com Bolsonaro no Palácio do Planalto: “foi positivo”

Segundo Alckmin, Bolsonaro manifestou disposição em prestar "todas as informações, para que se tenha uma transição pautada pelo interesse público"

Marcos Mortari

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), concede entrevista coletiva no Senado Federal (Foto: Pedro França/Agência Senado)
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), concede entrevista coletiva no Senado Federal (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) cumprimentou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), nesta quinta-feira (3), após o ex-governador paulista participar de reunião com os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência), para discutir a transição de governo. Apenas os dois teriam participado do encontro a portas fechadas.

Segundo Alckmin, o encontro com Bolsonaro “foi positivo”. “O presidente convidou, nós já estávamos saindo, para que fosse ao seu gabinete e reiterou o que disse o ministro Ciro Nogueira e o ministro general Ramos, da disposição do governo federal em prestar todas as informações, colaborações, para que se tenha uma transição pautada pelo interesse público”, afirmou.

O vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedia entrevista à imprensa no momento em que Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto. O presidente, derrotado por Lula e Alckmin nesta eleição, mandou avisá-lo que havia chegado e que gostaria de cumprimentá-lo. A conversa a portas fechadas durou menos de dez minutos.

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Questionado posteriormente se Bolsonaro havia parabenizado pela vitória nas urnas, Alckmin desconversou. “O presidente fala depois o teor da conversa, mas foi, em resumo, reiterar os compromissos em relação à transição, pautada na transparência, na continuidade dos trabalhos, no planejamento, na previsibilidade”, disse.

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a eleição de Lula e Alckmin, Bolsonaro não havia cumprimentado os adversários, nem reconhecido explicitamente a derrota nas urnas.

Sobre o encontro com os ministros Ciro Nogueira e Luiz Eduardo Ramos para tratar da transição de governo, Alckmin disse que foi entregue o pedido de Lula designando seu vice para coordenar os trabalhos. “A conversa foi bastante proveitosa, muito objetiva. A transição já começou”, disse.

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“Eles estão designando o CCBB [Centro Cultural Banco do Brasil]. Amanhã Gleisi e Mercadante vão até lá fazer uma visita e nós deveremos começar a partir de segunda-feira da próxima semana”, continuou. Também participaram do encontro a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT; o ex-ministro Aloizio Mercadante; e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI).

PEC da Transição

Mais cedo, Alckmin esteve com o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento de 2023, para discutir a possibilidade de tramitação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), em caráter emergencial, para criar uma excepcionalidade às regras fiscais no próximo exercício e acomodar gastos prioritários do novo governo.

O tamanho do “waiver” ainda não foi informado, mas a ideia é que o dispositivo garanta espaço fiscal suficiente para acomodar a manutenção do Bolsa Família em R$ 600,00 a partir de janeiro do ano que vem. A campanha de Lula também fala em possibilitar um aumento real do salário mínimo já no primeiro ano de gestão. Em coletiva de imprensa, Alckmin também destacou que a peça deve garantir, ainda, a continuidade de serviços e obras em execução.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.