Anderson Torres viajou à Bahia para pedir ações de bloqueio em rodovias nas eleições, diz site

Investigação apura participação do ministro da Justiça de Jair Bolsonaro nos atos de 8 de janeiro, e apura episódio ocorrido em outubro

Luís Filipe Pereira

O ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro e e ex-secretário de segurança do DF, Anderson Torres (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro e e ex-secretário de segurança do DF, Anderson Torres (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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A Polícia Federal (PF) investiga as circunstâncias que envolveram uma viagem do então ministro da Justiça Anderson Torres à Bahia às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A informação é do blog da jornalista Andreia Sadi, do g1. O fato veio à tona no âmbito das investigações que envolvem a conduta de Torres durante as invasões a prédios públicos em Brasília, ocorridas em 8 de janeiro, quando ele atuava como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

A ida de Torres à Bahia ocorreu depois do episódio em que o ex-deputado Roberto Jefferson atacou agentes federais que foram até a casa onde ele morava, em Levy Gasparian (RJ), para cumprir ordem de prisão. Escalado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) para ir ao interior fluminense acompanhar o caso, Torres recuou sob a possibilidade de ser acusado de prevaricação.

Segundo as investigações, Anderson Torres esteve na superintendência da PF em Salvador na companhia do então diretor geral da PF, Marcio Nunes, e sem indicar agendamento prévio. O objetivo da viagem era orientar que a corporação atuasse em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na fiscalização das rodovias, com o intuito de bloquear a movimentação de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .

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Ainda segundo o blog, apesar da orientação, a superintendência da PF na Bahia ignorou as ordens do então ministro da Justiça.

Com o pedido, o intuito de Torres era que a PF tivesse uma postura semelhante à da PRF comandada por Silvinei Vasques, nome próximo à família Bolsonaro, e cuja conduta durante as eleições é alvo de investigação judicial. Réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Rio de Janeiro, sob acusação de pedir votos de forma ilegal em uma rede social para o presidente Jair Bolsonaro, Silvinei se aposentou do cargo em dezembro, aos 47 anos, com vencimentos integrais preservados.

No segundo turno das eleições, foram registradas inúmeras operações da PRF, principalmente em rodovias do Nordeste. Na véspera, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, havia publicado uma decisão que considerava ilegal a realização de blitze que pudessem afetar o transporte de eleitores.

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Lula venceu por ampla margem de diferença nos municípios baianos. A totalização de votos do petista ultrapassou a casa dos seis milhões, enquanto o então presidente Jair Bolsonaro (PL), que buscava reeleição, teve pouco mais de dois milhões.