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SÃO PAULO – O PSL decidiu, em reunião realizada na manhã desta terça-feira (13) em Brasília, expulsar o deputado Alexandre Frota (SP). Eleito com 156 mil votos para seu primeiro mandato, pegando carona no bolsonarista, o parlamentar nos últimos dias tem adotado tom crítico ao governo e ao presidente Jair Bolsonaro, o que gerou incômodo dentro da sigla.
A decisão pela expulsão do deputado foi unânime, aprovada por nove votos, e anunciada pelo presidente do partido, o também deputado Luciano Bivar (PE). O pedido que originou o movimento foi feito pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que chegou a alegar que a situação de Frota no partido era “insustentável”.
Recentemente, Frota passou a criticar publicamente o atual governo, dizendo estar decepcionado com Bolsonaro e com sua falta de articulação política no parlamento. O deputado também criticou ações como a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
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Frota foi um dos principais articuladores dentro do PSL para a aprovação da reforma da Previdência na Câmara. Nos bastidores, foi reconhecido como interlocutor relevante em um momento de esfriamento nas relações entre o presidente da casa legislativa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia Paulo Guedes.
Apesar disso, o deputado decidiu se abster de votar a proposta em segundo turno no plenário, contrariando a orientação do partido. Na ocasião, ele afirmou ser uma retaliação à sua retirada do posto de vice-líder do PSL na Câmara e do comando de três diretórios municipais a pedido de Bolsonaro.
Segundo Bivar, Alexandre Frota foi enquadrado em um artigo do regimento da sigla que trata do desalinhamento partidário. A decisão, porém, não está relacionada ao comportamento do parlamentar na votação da reforma da Previdência. Ele disse, ainda, que Bolsonaro não foi consultado antes da expulsão.
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A expulsão não deve culminar na perda de mandato por Frota, que tem o direito de procurar outra legenda para se filiar. Em tese, o PSL só poderia recuperar o assento ocupado pelo parlamentar na Câmara dos Deputados caso o próprio congressista tivesse decidido mudar de de sigla antes da decisão pela sua expulsão.
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