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Perto de completar seis meses à frente do Palácio do Planalto em seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) experimentou uma melhora em seus indicadores de popularidade em junho, segundo pesquisa realizada pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos.
O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (21), mostra que 56% dos eleitores brasileiros aprovam a atual administração. O resultado corresponde a uma alta de 5 pontos percentuais em relação aos dados de abril e é o mesmo patamar observado em fevereiro, na primeira pesquisa realizada pelo instituto desde o início do novo governo.
Já os que desaprovam a gestão de Lula saíram de 28% em fevereiro, chegaram a 42% em abril e agora oscilaram 2 pontos percentuais para baixo, a 40%. No mesmo intervalo de quatro meses, os que não responderam foram de 16% para 4%.
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A pesquisa Genial/Quaest mostra que a recuperação dos indicadores de Lula se repete em todas as regiões, faixas de renda, escolaridade, idades, raças e entre homens e mulheres. O movimento coincide com esforços do governo em anunciar políticas públicas para diversos segmentos da população e com dados mais favoráveis sobre a atividade econômica e o desempenho da inflação.
Nos primeiros meses de gestão, Lula conseguiu colocar em prática o Bolsa Família com repasses mensais de R$ 600,00, além de um adicional de R$ 50,00 destinado a gestantes ou crianças e adolescentes de 7 a 18 anos; relançou o programa Minha Casa, Minha Vida, anunciou uma política de reajuste real do salário mínimo a cada ano e a elevou a faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física em 10,9% (de R$ 1.903,98 para R$ 2.112,00).
O governo também retomou programas como o Mais Médicos e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e prometeu para julho o início do “novo PAC”, para destravar obras de infraestrutura país afora. Houve ainda o anúncio do fim da política de preços de combustíveis praticada pela Petrobras − o PPI (Paridade de Preço Internacional) − e a isenção temporária para montadoras reduzirem os preços de carros populares. As medidas tendem a ajudar na recuperação de apoio de Lula, embora em níveis inferiores a seus outros dois mandatos. Além do “Desenrola”, com a possibilidade de refinanciamento de dívidas de cidadãos negativados.
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O Nordeste segue como região de maior apoio ao atual governo. Lá 71% aprovam a administração (mesmo patamar de abril, e 6 p.p. abaixo do resultado de fevereiro), enquanto 28% desaprovam (ante 26% dois meses atrás e 16% em fevereiro).
Já a região Sul é o principal foco de resistência ao governo, embora os dados recentes indiquem melhora. De acordo com a pesquisa, 48% dos residentes nesta região aprovam a administração do Lula III − 1 ponto percentual a menos do que aqueles que desaprovam. Em abril, essa distância era de 8 p.p. (51% de desaprovação e 43% de aprovação).
A recuperação de Lula ocorreu até mesmo em segmentos da população em que a avaliação negativa do governo prevalece, como o dos eleitores que têm nível superior, o dos que têm renda mensal superior a 5 salários mínimos e os evangélicos. No primeiro caso, a distância entre os que reprovam e os que aprovam a atual administração caiu de 14 p.p. para 7 p.p.. Já no segundo, ela foi de 10 p.p. para 3 p.p.. E no terceiro caiu 9 pontos, para 7 p.p..
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Entre os eleitores que dizem ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a aprovação subiu 8 pontos percentuais, de 15% para 22%. No grupo dos que votaram branco ou nulo ou não foram votar, 54% aprovam o governo e 36% desaprovam.
Em seus primeiros seis meses de governo, Lula tem avaliação positiva de 37% dos eleitores, contra 33% de Bolsonaro no mesmo período de seu governo. Comparado aos mandatos Lula I e Lula II, entretanto, a avaliação é pior. Nos primeiros seis meses do primeiro governo Lula, a aprovação era de 42%, índice que subiu para 48% no segundo mandato. Entre seus eleitores, o índice dos que consideram o governo atual melhor que os dois anteriores recuou de 53% em fevereiro para 35%, enquanto o percentual dos que apontam piora subiu de 25% para 33%.
Um dos vetores observados para a melhora em alguns indicadores de popularidade de Lula na pesquisa é a Economia. Para 46% dos eleitores entrevistados, o Brasil está indo na direção certa neste tema, ao passo que 41% acreditam que o sentido é equivocado. Outros 14% não responderam ao questionamento.
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A pesquisa Quaest também mostra que, de abril para cá, subiu de 23% para 32% o grupo de entrevistados que acreditam que a economia brasileira melhorou nos últimos 12 meses. O resultado supera em 2 pontos percentuais o verificado em fevereiro e é o melhor já registrado pelo levantamento desde a posse de Lula. Já os que observam piora somavam 30% na primeira sondagem de 2023, subiram para 34% em abril e agora representam 26% do eleitorado. A melhora mais expressiva foi observada entre aqueles eleitores com renda familiar mensal de até 2 salários mínimos e os com ganhos superiores a 5 salários.
Mesmo assim, a Economia ainda é vista como principal problema pelos eleitores brasileiros. O tema é citado por 30% dos entrevistados − distância de 10 p.p. em relação às questões sociais, que aparecem na segunda posição, e mais do que o dobro de questões relativas à saúde e à pandemia do novo coronavírus.
A relação com o Congresso Nacional é apontada pelos eleitores como um obstáculo importante para Lula. Para 51%, o presidente tem mais dificuldade do que seu antecessor para conseguir apoio a seus projetos. Eleitores de Lula (52%) e de Bolsonaro (55%) concordam nesse ponto. A mesma aproximação acontece quando a pergunta é se Lula deveria ceder e liberar mais recursos para o Congresso: 50% dos eleitores de Lula e 51% dos de Bolsonaro dizem que o presidente não deve ceder.
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A sondagem também quis ouvir os eleitores sobre alguns temas em debate atualmente. Entre esses, as propostas de isenção tributária para montadoras afim de baixar preços dos carros e de perdoar dívidas pequenas para limpar o nome do cidadão contam com apoio maciço: 76% e 73%, respectivamente. O fim da paridade internacional para o preço da gasolina vem em seguida, com 61% de aprovação. As maiores rejeições são à facilitação da compra e da posse de armas (71%) proposta no governo de Jair Bolsonaro e à volta de relações diplomáticas com a Venezuela (64%). A exploração de petróleo na Amazônia é rechaçada por 52% dos eleitores.
A pesquisa Genial Quaest contou com 2.029 entrevistas coletadas pelo método face-a-face, através da aplicação de questionários estruturados, entre os dias 15 e 18 de junho. Para ela, foram ouvidos brasileiros com 16 anos ou mais, respeitando as proporcionalidades da população. A margem máxima de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo e o intervalo de confiança é de 95%. Isso significa que se o levantamento tivesse sido feito mais de uma vez, no mesmo período e sob as mesmas condições, esta seria a probabilidade de o resultado se repetir dentro dos limites da margem de erro.