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O líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse nesta quinta-feira que o Banco Central precisa entender que o Brasil tem uma nova gestão e que há uma nova política econômica em curso no país.
Em entrevista à CNN Brasil, Guimarães fez coro às críticas de Lula ao atual patamar da taxa de juros, de 13,75% ao ano, e disse considerar uma “boa ideia” chamar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, para debater o tema no Congresso. Ao mesmo tempo, o líder disse que a independência formal do Banco Central, prevista em lei, não está em discussão.
“A política econômica é que deve orientar os agentes econômicos e a autoridade monetária há que considerar isso, ela não está acima da lei, não é uma coisa apartada da realidade econômica do país, da realidade social”, disse o líder à emissora.
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“A autoridade monetária tem que conviver e saber mesclar, compreender que o Brasil tem outro governo, é outro programa que foi eleito, são outras diretrizes, não é o modelo anterior”, acrescentou.
Campos Neto foi indicado para a presidência do BC pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula na eleição presidencial de outubro. Com a aprovação da independência formal do Banco Central pelo Congresso, Campos Neto assumiu mandato que termina no final de 2024.
Guimarães negou que o governo Lula esteja buscando a revogação da autonomia do BC e também rejeitou a ideia de que a proximidade de Campos Neto com Bolsonaro e seus apoiadores seja a motivação das críticas do atual governo à atuação do BC.
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“O que nos incomoda é a taxa de juros na estratosfera. Isso incomoda. Não é se o presidente do Banco Central, que tem mandato, foi em uma reunião ou apoia A ou B”, disse.
“Não está em discussão a autonomia ou não autonomia do Banco Central, intervenção no Banco Central. Não, o debate que nós precisamos fazer é qual é a política de juros compatível com a realidade econômica do país.”
O líder disse ainda que a reforma tributária será fundamental para estabilizar a economia e reiterou fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que pretende apresentar ao Congresso Nacional em abril uma proposta de novo arcabouço fiscal para o país.