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O ex-presidente Jair Bolsonaro aproveitou uma entrevista, nesta sexta-feira (23), para elogiar o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Raul Araújo e dizer que seria “bom” um pedido de vista no julgamento da ação, iniciado na véspera pela corte eleitoral, que poderá torná-lo inelegível.
“O primeiro a votar depois do relator (Benedito Gonçalves) é o ministro Raul (Filho). Ele é conhecido por ser um jurista que tem bastante apego à lei. Apesar de estar num tribunal político, há possibilidade de pedir vista, é bom porque ajuda a gente a clarear os fatos”, afirmou ele, em entrevista à Rádio Gaúcha.
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Segundo o TSE, um ministro que pedir vista de um processo deverá devolver os autos para retomada do julgamento no prazo de 30 dias, renováveis por mais 30, contado da data da sessão em que o pedido de vista foi formulado.
Raul Araújo é da cota do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tendo chegado em 2010 a essa corte superior após ter sido nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, escolhido por lista tríplice.
Fontes que acompanham o processo contra Bolsonaro haviam dito à Reuters que a expectativa é a de que o ministro do TSE Nunes Marques, indicado ao Supremo Tribunal Federal, pedisse vista da ação. Contudo, há quem avalie que o pedido de vista de Marques seria inócuo porque já poderia haver uma maioria desfavorável ao ex-presidente.
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Em tom mais ameno, o ex-presidente disse na entrevista esperar um “julgamento justo”, um dia após ter criticado o julgamento do TSE.
“Hoje começa o meu julgamento político. Ou melhor, não é político, é politiqueiro. Da mais baixa intenção por parte de alguns. Não estou aqui atacando o TSE, longe disso. Mas a fundamentação é coisa inacreditável: ‘reuniu-se com embaixadores’”, disse Bolsonaro na quinta-feira em discurso durante almoço com empresários e políticos em Porto Alegre.
O TSE iniciou na quinta julgamento para determinar se Bolsonaro ficará impedido de disputar eleições pelos próximos oito anos por ter atacado o sistema eletrônico de votação em reunião com embaixadores em julho do ano passado.
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A primeira sessão teve a leitura do relatório do caso e manifestações do Ministério Público Eleitoral e dos advogados do PDT, autor da ação, e do ex-presidente. Na próxima terça-feira, os ministros retomam o julgamento com o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves, e dos demais seis integrantes do TSE.