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SÃO PAULO – Os acenos da campanha de Jair Bolsonaro aos partidos de centro são um bom sinal para a governabilidade em seu possível governo, apontou a consultoria de risco político Eurasia em relatório do início da semana.
Nos últimos dias, a campanha do candidato do PSL fez acenos ao Centrão, enquanto Bolsonaro sinalizou que o PSL não comandará a Câmara dos Deputados para fortalecer a base de apoio. A coluna Painel, da Folha de S. Paulo, destacou até mesmo que ganha força a tese dentro da legenda de Bolsonaro de que seria vantajosa manter Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Casa.
“O comentário veio como o mais forte sinal até hoje da campanha de que ele irá trabalhar em compartilhar o poder com outros partidos em um congresso muito fragmentado”, avalia a Eurasia Group.
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Vale destacar que o candidato do PSL já apontou que o presidente não deve interferir na eleição da liderança da Câmara e do Senado e também indicou que seu governo poderia construir uma base de apoio com a presidência da casa, que “deveria ir para um partido diferente”.
Esta posição é positiva para a governabilidade, aponta a consultoria, avaliando que Bolsonaro teria dificuldade em eleger um membro do PSL para o cargo, por isso ele ganha de mostrar boa vontade aos partidos do Congresso desde cedo.
“As negociações construtivas com partidos de centro aumentam as chances de Bolsonaro ter congressistas alinhados à sua agenda, como os presidentes da Câmara e do Senado. Isso, por si só, não garantiria a aprovação de reformas econômicas, mas daria a Bolsonaro mais influência sobre o cronograma de votação”, afirmam os analistas políticos.
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Em outro relatório, a consultoria, que vê 85% de chances de Bolsonaro ganhar, faz uma ponderação ao apontar que, se eleito, o candidato do PSL teria muito provavelmente um gabinete heterodoxo e um círculo interno composto de oficiais do Exército e executivos do setor privado. “Embora o perfil possa ser bem recebido pelo setor privado, parlamentares tradicionais teriam pouco espaço para agendas importantes, o que seria um mau presságio para a construção de uma coalizão legislativa”, diz o relatório.
O candidato presidencial e o seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, parecem estar suficientemente alinhados e, se Guedes sair, Bolsonaro deverá preservar sua agenda nomeando alguém com perfil semelhante para liderar a política econômica.
Contudo, o principal risco é a relação deles com o Congresso e outras instituições. Bolsonaro, Guedes, o General Augusto Heleno e outros membros de sua administração em potencial podem ser líderes experientes em suas respectivas áreas, mas carecem de experiência no cargo, avalia a Eurasia.
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Além disso, aponta a consultoria, membros da equipe econômica de Guedes também carecem de experiência no serviço público. “Uma variável para acompanhar será quem Bolsonaro acrescenta ao seu círculo de conselheiros políticos no Congresso”, afirma.
Não distribuir posições de gabinete dificultaria a formação de coalizões e é uma das razões pelas quais a Eurasia espera que Bolsonaro entregue uma versão mais modesta da reforma da Previdência.
(Com Bloomberg)
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