Brics convidam Argentina, Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito e Emirados Árabes ao bloco

Expansão também pode abrir caminho para que dezenas de outros países procurem admissão ao grupo

Reuters

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JOHANESBURGO – Os líderes do Brics convidaram Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito, Argentina e Emirados Árabes Unidos para aderirem ao grupo, em medida que visa aumentar a influência de um bloco que se comprometeu a defender o “Sul Global”.

A expansão também pode abrir caminho para que dezenas de outros países procurem admissão ao Brics, atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A polarização geopolítica ligada à guerra na Ucrânia e ao declínio das relações da China com os Estados Unidos está estimulando os esforços de Pequim e Moscou para transformar o Brics em um contrapeso viável ao Ocidente.

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Os novos candidatos foram anunciados pelo presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que organiza uma cúpula de líderes do Brics.

“O Brics embarcou num novo capítulo no seu esforço para construir um mundo que seja justo, um mundo que também seja inclusivo e próspero”, disse ele.

As nações candidatas se tornarão formalmente membros em 1º de janeiro de 2024. Ramaphosa e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixaram a porta aberta para a possibilidade de admitir outros países no futuro.

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“Temos consenso sobre a primeira fase deste processo de expansão e outras fases se seguirão”, afirmou Ramaphosa em conferência de imprensa.

Lula disse que as promessas de globalização fracassaram, acrescentando que é hora de revitalizar a cooperação com os países em desenvolvimento, já que “há risco de guerra nuclear”, uma aparente alusão às crescentes tensões entre a Rússia e o Ocidente devido ao conflito na Ucrânia.

O presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed, cujo país já é membro do Novo Banco de Desenvolvimento do bloco, disse que apreciou a inclusão do seu país na expansão.

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O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, classificou a decisão dos líderes do Brics de convidar a Etiópia para aderir ao grupo como “um grande momento”.

Reequilibrar a ordem mundial

Em um reflexo da crescente influência do bloco, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, participou no anúncio de expansão na quinta-feira.

Ele repetiu um apelo recorrente do Brics por reformas de instituições como o Conselho de Segurança da ONU, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, afirmando que as estruturas de governança global “refletem o mundo de ontem”.

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“Para que as instituições multilaterais permaneçam verdadeiramente universais, devem reformar-se para refletir o poder e as realidades econômicas de hoje. Na ausência de tal reforma, a fragmentação é inevitável”, disse ele.

O debate sobre a expansão esteve no topo da agenda da cúpula de três dias que ocorreu em Johanesburgo. E, embora todos os membros do Brics tenham manifestado publicamente o seu apoio ao crescimento do bloco, havia divisões entre os líderes sobre quanto e com que rapidez.

“Esta expansão do número de membros é histórica”, disse o presidente da China, Xi Jinping, em comentários após o anúncio. “Isso mostra a determinação dos países do Brics na unidade e cooperação com os países em desenvolvimento mais amplamente.”

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Mais de 40 países manifestaram interesse em aderir ao Brics, dizem autoridades ​​sul-africanas, e 22 pediram formalmente para serem admitidos.