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A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) está preparando um relatório com propostas aos pré-candidatos à Presidência da República, com sugestões de ações nas áreas de infraestrutura, meio ambiente, energia, transportes e regulação, por exemplo. Uma versão prévia do relatório, com 362 páginas, foi divulgada nesta segunda-feira (13).
No documento, a CNI diz que a infraestrutura de um país é um pilar estratégico de seu ambiente de negócios. “Se um país conta com rotas de transporte de qualidade, serviços de logística eficientes e energia confiável e a custo competitivo no seu fornecimento, esses atributos contribuem para colocá-lo em vantagem frente a seus concorrentes”, escreveu a entidade.
“Ao mesmo tempo, é preciso que as regras de licenciamento ambiental sejam claras, alinhadas com as boas práticas internacionais e permitam que empreendimentos estratégicos saiam da prancheta com a devida conservação do meio ambiente”, completou a CNI.
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De acordo com o presidente da Confederação, Robson Braga de Andrade, o objetivo do setor industrial é contribuir com estudos que analisam os grandes desafios nacionais e apresentar alternativas para que, ao longo dos próximos quatro anos, o Brasil possa superar antigos gargalos que prejudicam sua competitividade.
“Desde 1994, a indústria brasileira apresenta aos que disputam o Palácio do Planalto a sua contribuição para que o Brasil alcance seu potencial como grande economia mundial”, disse Braga de Andrade. “Dessa forma, o setor produtivo comunica aos candidatos e à sociedade propostas que contribuam para ajudar não só as empresas, como também todo o país.”
Leia abaixo os principais pontos das propostas da CNI aos pré-candidatos à Presidência da República em 2022 — para ler o relatório na íntegra, clique aqui.
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Meio ambiente
Transição energética:
- Fortalecer a Política Nacional de Biocombustíveis;
- Articular maior direcionamento dos recursos dos programas de eficiência energética existentes no país para a indústria;
- Instituir um marco regulatório que traga mais segurança jurídica para a geração de energia eólica offshore (marítima);
- Incentivar o uso de hidrogênio e apoiar a regulamentação do mercado de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS);
- Ampliar a recuperação energética a partir de resíduos sólidos urbanos (RSU).
Mercado de Carbono:
- Consolidar um mercado interno regulado, no modelo de Sistema de Comércio de Emissões;
- Ampliar a participação do Brasil no mercado internacional de carbono;
- Criar uma estrutura de governança transparente e um sistema robusto de Mensuração, Relato e Verificação (MRV) para o setor produtivo nacional.
Economia Circular:
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- Instituir uma Política Nacional de Economia Circular;
- Construir uma ferramenta para mensurar as empresas brasileiras em relação às melhores práticas, organizando uma base de dados nacional de economia circular;
- Simplificar e desburocratizar a logística reversa;
- Apoiar a incorporação de requisitos de sustentabilidade nas compras públicas.
Conservação Florestal:
- Fortalecer a gestão de florestas públicas;
- Expandir a bioeconomia no Brasil;
- Apoiar o uso sustentável dos recursos da biodiversidade;
- Implementar os instrumentos previstos no Código Florestal e acelerar o processo de regularização fundiária.
Transportes
Planejamento e Ambiente Institucional:
- Manter uma unidade estruturadora de projetos de infraestrutura, responsável por realizar estudos e avaliar os projetos selecionados;
- Enfrentar os problemas das obras paradas;
- Fundir a ANTT com a ANTAQ como forma de aprimorar a eficácia e a qualidade da atuação regulatória no setor de transportes.
Transporte rodoviário:
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- Tornar a planilha de frete rodoviário referencial;
- Dar prioridade aos trechos de rodovias com mais acidentes nos planos de investimentos do governo;
- Agilizar a implementação do Documento de Transporte Eletrônico (DT-e) como forma de reduzir a burocracia na contratação do transporte rodoviário.
Transporte marítimo:
- Privatizar as administrações portuárias públicas;
- Implementar o regime de outorgas ao setor privado para a gestão de trechos hidroviários;
- Autorizar em lei a regulação pela ANTAQ do preço dos serviços de praticagem;
- Avançar em medidas que reduzam o custo e aumentam a transparência dos procedimentos do transporte marítimo internacional.
Transporte ferroviário:
- Avançar na regulamentação da Lei das Ferrovias e aprimorar a regulação setorial;
- Imprimir agilidade e eficiência no processo de devolução e reativação dos trechos ferroviários atualmente sem tráfego.
Transporte aéreo:
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- Dar continuidade ao processo de privatização dos aeroportos nacionais;
- Reforçar o papel da Anac para ampliar a transparência das cobranças e coibir preços abusivos dos serviços específicos.
Energia
- Modernizar o setor elétrico, reduzindo os custos e aumentando a competitividade;
- Aprovar as propostas sugeridas nos PL 414/2021 e PL 1917/2015;
- Dar continuidade à ampliação do mercado livre, conforme proposto nos Projetos de Lei números 414/2021 e 1917/2015;
- Operar o setor elétrico baseado em lances de oferta para contratação de energia;
- Convergir para uma operação que leve em conta sinais de mercado, por meio da introdução de mecanismos de oferta dos geradores para definição da ordem de mérito e formação do preço de curto prazo;
- Aumentar a convergência do setor de gás natural ao setor elétrico;
- Analisar a melhor localização das termelétricas em relação aos poços de exploração de gás natural;
- Articular os investimentos no desenvolvimento de novos campos de gás com os projetos de geração térmica;
- Reduzir os encargos setoriais incidentes sobre a conta de energia elétrica;
- Reduzir as alíquotas de parte dos encargos e transferir progressivamente os subsídios embutidos na CDE para o Tesouro.