Com 8 senadores eleitos, PL, de Bolsonaro, terá maior bancada do Senado em 2023

Resultado é uma demonstração de força do atual presidente e um indicativo de perfil conservador na próxima configuração da casa legislativa

Marcos Mortari

(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

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O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, elegeu representantes para 8 das 27 vagas em disputa para o Senado Federal, e deve iniciar a próxima legislatura como a maior bancada da casa. A sigla supera forças tradicionais do parlamento, como o MDB e PSD, além do União Brasil, legenda oriunda da fusão de Democratas e PSL.

O resultado é uma demonstração de força de Bolsonaro e um indicativo de perfil conservador na próxima configuração do Senado − o que pode significar boa notícia para o mandatário caso eleito, mas dificuldades se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer a corrida pelo Palácio do Planalto.

Além de senadores pelo PL, o bolsonarismo teve vencedores em outras siglas aliadas. Ao todo, o campo político aliado ao atual presidente da República venceu em 18 das 27 vagas em disputa. Apenas 7 dos eleitos para o Senado Federal na próxima legislatura integram o campo lulista do espectro político.

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“O cenário é bem menos favorável para Lula do que indicavam as projeções da campanha petista. E uma derrota para a estratégia traçada há meses de fazer composições estaduais que pudessem favorecer a construção de uma bancada aliada robusta no Senado, onde Bolsonaro enfrentou as maiores dificuldades durante seu mandato”, observa a equipe de análise política da XP Investimentos.

“Nomes do bolsonarismo ideológico como Magno Malta (PL-ES), Damares Alves (Republicanos-DF), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Tereza Cristina (PP-MS), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Cleitinho (PSC-MG) passarão a integrar o Senado a partir de 2023. Um terreno que poderá indicar vida mais fácil para Bolsonaro, caso seja reeleito, ou adversidades para o avanço de matérias, se Lula sair vitorioso”, complementa.

Em números preliminares, o PL poderá chegar a 15 assentos no Senado Federal. Atualmente, o PL conta com uma bancada de 7 senadores. Ao final da eleição de 2018, quando o partido ainda se chamava PR, eram apenas 2.

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A projeção de 15 parlamentares na próxima legislatura, contudo, pode mudar, a depender do desfecho da eleição para governador em Santa Catarina, onde o senador Jorginho Mello (PL) disputará o segundo turno. A primeira suplência da chapa do parlamentar é de Ivete da Silveira (MDB).

De qualquer forma, o posto de maior bancada no início da legislatura dificilmente deve se modificar. Atrás do PL, vem o PSD, que terá 11 senadores − mesma marca atual, e 4 assentos a mais do que ao final do último pleito. Já o União Brasil, que hoje conta com 8 parlamentares, terá 10 representantes.

O MDB, sigla que tradicionalmente tinha a maior bancada da casa legislativa, deve ficar com a quarta posição, com 9 representantes − quatro a menos do que hoje. O novo patamar do partido é o mesmo da federação formada por PT, PC do B e PV.

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Veja a projeção de correlação de forças no Senado Federal:

Partido Senadores
PL 15
PSD 11
União Brasil 10
MDB 9
PT-PCdoB-PV 9
Podemos 6
PP 6
PSDB-Cidadania 5
PDT 3
Republicanos 3
Pros 1
PSB 1
PSC 1
Rede 1
Total Geral 81

A seguir, a lista dos parlamentares, considerando os eleitos:

UF Senador Partido
AC  Alan Rick União Brasil
AC Marcio Bittar União Brasil
AC Sérgio Petecão PSD
AL  Renan Filho MDB
AL Renan Calheiros MDB
AL Rodrigo Cunha União Brasil
AM  Omar Aziz PSD
AM Eduardo Braga MDB
AM Plínio Valério PSDB
AP  Davi Alcolumbre União Brasil
AP Lucas Barreto PSD
AP Randolfe Rodrigues Rede
BA  Otto Alencar PSD
BA Angelo Coronel PSD
BA Jaques Wagner PT
CE  Camilo Santana PT
CE Cid Gomes PDT
CE Eduardo Girão Podemos
DF  Damares Alves Republicanos
DF Izalci Lucas PSDB
DF Leila Barros PDT
ES  Magno Malta PL
ES Fabiano Contarato PT
ES Marcos do Val Podemos
GO  Wilder Morais PL
GO Jorge Kajuru Podemos
GO Vanderlan Cardoso PSD
MA  Flávio Dino PSB
MA Eliziane Gama Cidadania
MA Weverton Rocha PDT
MG  Cleitinho PSC
MG Carlos Viana PL
MG Rodrigo Pacheco PSD
MS  Tereza Cristina PP
MS Nelsinho Trad PSD
MS Soraya Thronicke União Brasil
MT  Wellington Fagundes PL
MT Carlos Fávaro PSD
MT Jayme Campos União Brasil
PA  Beto Faro PT
PA Jader Barbalho MDB
PA Zequinha Marinho PL
PB  Efraim Filho União Brasil
PB Daniella Ribeiro PSD
PB Veneziano Vital do Rêgo MDB
PE  Teresa Leitão PT
PE Humberto Costa PT
PE Jarbas Vasconcelos MDB
PI  Wellington Dias PT
PI Ciro Nogueira PP
PI Marcelo Castro MDB
PR  Sergio Moro União Brasil
PR Flávio Arns Podemos
PR Oriovisto Guimarães Podemos
RJ  Romário PL
RJ Carlos Portinho PL
RJ Flávio Bolsonaro PL
RN  Rogério Marinho PL
RN Styvenson Valentim Podemos
RN Zenaide Maia Pros
RO  Jaime Bagattoli PL
RO Confúcio Moura MDB
RO Marcos Rogério PL
RR  Hiran Gonçalves PP
RR Chico Rodrigues União Brasil
RR Mecias de Jesus Republicanos
RS  Hamilton Mourão Republicanos
RS Luis Carlos Heinze PP
RS Paulo Paim PT
SC  Jorge Seif PL
SC Jorginho Mello PL
SC Esperidião Amin PP
SE  Laércio PP
SE Alessandro Vieira PSDB
SE Rogério Carvalho PT
SP  Marcos Pontes PL
SP Mara Gabrilli PSDB
SP Giordano MDB
TO  Professora Dorinha União Brasil
TO Eduardo Gomes PL
TO Irajá PSD

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.