“Com Marina na disputa, segundo turno se torna incerto para Aécio”, diz MCM

De acordo com Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores Associados, após a morte de Campos, o cenário político brasileiro ficou muito nebuloso

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O cenário político brasileiro ficou muito nebuloso com a morte do candidato Eduardo Campos na última quarta-feira, em um acidente aéreo, de acordo com o analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores Associados.

Segundo o especialista, é provável que a, até então, vice de Campos, Marina Silva, se torne candidata em seu lugar, o que iria virar a disputa de cabeça para baixo. “Marina tem problemas com o pessoal do PSB e Campos era o seu respaldo lá dentro, mas acredito que essa é a única opção do partido para não ficar fora das eleições”, explicou.

Com a Marina na “briga”, o cenário fica complicado para Aécio Neves, pois ela tem mais força que Campos, e, sem a Marina, fica ainda pior para o tucano. “Essa história, para o candidato do PSDB, é ruim de qualquer jeito, pois a ausência de Marina poderia levar a Dilma a vencer no primeiro turno, enquanto que a entrada de Marina poderia fazer tudo embolar, deixando o segundo turno totalmente incerto. Ela tem capacidade para ultrapassar Aécio e ir para o segundo turno contra a Dilma”, afirmou.

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De acordo com Ribeiro, isso ocorre porque ela parte de um patamar superior ao de Eduardo Campos, com cerca de 15%, contra 9% do ex-candidato, falecido. “A briga vai ser boa entre Aécio e Marina no primeiro turno, mas, se a disputa for para o segundo turno, Dilma pode se preocupar, pois suas chances serão menores”, finalizou.

Na última pesquisa na qual seu nome foi apresentado ao eleitor, de 23 de abril, Marina registrou 27% do percentual dos votos, onze pontos acima de Aécio, enquanto Dilma tinha 39%, também de acordo com o Datafolha. Ele avalia que, estranhamente, a discrepância com os números do Ibope apurados praticamente no mesmo momentoé enorme. Pelo Ibope, Marina estava com 10%, contra 14% de Aécio e 37% de Dilma. Na média de Datafolha e Ibope, Marina detinha 18,5% das intenções de voto. 

“Com ou sem Marina, o cenário da eleição se tornou mais complicado para Aécio. Quanto a Dilma, sua probabilidade de vencer no primeiro turno aumentará se Marina não for candidata. Na perspectiva do segundo turno, nada muda para a presidente. Terá dificuldades contra Marina ou contra Aécio”, avalia o analista político.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.