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SÃO PAULO – Há uma história de que, na década de 1970, ao tentar se livrar de uma superpopulação de coelhos, os ingleses adotaram uma política tão bem-intencionada quanto equivocada, que culminou com a extinção da borboleta-azul no sul do país.
A extinção da borboleta é a metáfora escolhida pela economista Monica Baumgarten de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International, para descrever os anos de Dilma Rousseff à frente do Brasil e a desconstrução institucional em diversas áreas durante o período através do livro “Como matar a borboleta-azul: uma crônica da era Dilma”, pela editora Intrínseca. O livro será lançado nesta quarta-feira (19) em São Paulo, às 19h (horário de Brasília), na livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Na próxima quinta-feira, ela estará na Livraria da Travessa, em Ipanema, no Rio de Janeiro.
Monica de Bolle destaca que, quando a presidente assumiu, em 1 de janeiro de 2011, embalada pela herança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a economia do país tinha crescido impressionantes 7,6% no ano anterior. E a petista chegou ao cargo mais alto da República brasileira com uma ideia fixa na cabeça, ressalta a economista: “reformular tudo”.
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A presidente demonstrava estar convencida de que o país experimentava o seu apogeu, com milhões de empregos sendo criados e dívida quitada com o FMI. Depois de o Plano Real reduzir a inflação e permitir a implantação de políticas sociais inclusivas, chegou ao poder determinada a dar continuidade a esse processo.
Porém, passados cinco anos, o que aconteceu? Monica aponta que o cenário mudou: sob a gestão de Dilma, a economia brasileira mergulhou numa grave crise e o ideal de um país rico foi adiado por causa da disparada do desemprego, ressalta a economista.
Ao longo do livro, Monica de Bolle aponta alguns dos “desmontes” realizados pela presidente em seu governo: na política fiscal, o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal através das pedaladas e contabilidade criativa. Na política monetária, a redução da taxa de juros de qualquer maneira, o que acabou desancorando as expectativas e levando a um avanço da inflação. Soma-se a isso o crédito desenfreado, que formou a mistura letal que vitimou a borboleta brasileira, resultando em desarranjo fiscal e inflacionário que foi especialmente revelado em 2014 e 2015.
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Se as razões para a confusão generalizada foram se revelando aos poucos, o que nos reserva o futuro? Dilma sofreu impeachment, concluído em agosto deste ano, mas as incertezas não se cessaram: “caso o impeachment da presidente não tivesse sido aprovado [numa primeira etapa] pela Câmara, a economia haveria de caminhar rapidamente para o caos. Contudo, tendo a iniciação do processo sido autorizada, a economia permanecia refém das incertezas”, destaca Monica em seu livro.
Agora, a questão passa a ser outra, conforme aponta a economista no final do seu livro: “morcegos ressuscitam borboletas? Morcegos ressuscitam borboletas azuis?” “Não sabemos”, aponta a economista, destacando que é provável que demoremos muito para encontrar a resposta para essas perguntas. Em uma trama de suspense, com vilões e pouquíssimos heróis, “Como matar a borboleta-azul” traz uma crônica sobre o governo Dilma – mas também uma reflexão sobre o que está por vir.
Como matar a borboleta-azul: uma crônica da era Dilma, de Monica Baumgarten De Bolle
272 páginas
Editora Intrínseca
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