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SÃO PAULO – O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) prestou depoimento à Justiça Federal nesta segunda-feira (6), onde admitiu que ganhou bastante dinheiro na bolsa com informações privilegiadas em 2004 quando estourou o escândalo Waldomiro Diniz.
Segundo o peemedebista, a operação foi viabilizada por Lúcio Funaro, apontado como operador de Cunha e outros políticos do PMDB em esquemas de corrupção. Ex-assessor do ex-ministro José Dirceu, Waldomiro foi flagrado num vídeo negociando propina com o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
“Saiu aquela denúncia do ex-assessor do José Dirceu, Waldomiro Diniz, com Cachoeira. Eu soube na véspera que a denúncia ia sair. Lúcio vendeu muito. No outro dia a bolsa despencou. E a gente teve um lucro extraordinário só com a perspicácia dele”, disse o ex-deputado. “Modéstia à parte, eu tinha boas informações. Sempre operava muito bem”, afirmou também em outro momento do depoimento.
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Cunha ainda disse que fez diversas operações no exterior com a ajuda de Funaro, mas não afirmou se elas foram irregulares ou não. O peemedebista também ressaltou que se afastou do doleiro em 2006, época em que ele fez uma delação premiada durante o caso do mensalão.
Este ano, Funaro fez sua segunda delação, desta vez no âmbito da Operação Lava Jato. “A delação que ele faz agora está me transformando no Posto Ipiranga. Tudo é Eduardo Cunha”, disse Cunha. “Ele diz que faz parte de um grupo político. O único grupo do qual participou foi do Garotinho. Não consegue citar meia dúzia de deputados. Jamais participou de qualquer grupo, nem tinha representatividade. Rompemos e fui ficando longe”, completou.