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SÃO PAULO – O mundo político assistiu a um desvio de rota de última hora de dois transatlânticos para evitar o que poderia se tornar uma verdadeira crise institucional no País. As consequências do improviso, contudo, ainda podem e poderão se fazer sentir por um longo tempo. No curto prazo, efeito do arranjo entre STF e Senado, Aécio Neves (PSDB-MG) recuperou suas funções parlamentares, mas, com as asas cortadas, o tucano já não goza mais da mesma força que possuía até o início do ano. Ainda assim, como se viu na CCJ da Câmara dos Deputados, tem poder para dar retribuições ao presidente Michel Temer, que na próxima quarta-feira deverá ver-se livre da ameaça da segunda denúncia apresentada contra si pelo então procurador-geral Rodrigo Janot antes de passar o bastão.
O governo do peemedebista envolveu-se em uma nova grande polêmica ao publicar um conjunto de regras que, na prática, dificultam o combate ao trabalho escravo no Brasil. A medida foi entendida como um aceno à bancada ruralista no Congresso, importante fiadora no momento em que ainda tramita na casa a peça que acusa o presidente de obstrução à Justiça e participação de organização criminosa. Junto com isso, Temer, tal como se observou na primeira denúncia, acelerou a liberação de emendas parlamentares e cargos em troca de apoio. Em meio às expectativas de que o governo não enfrentará mais grandes dificuldades nesta seara, o mundo político começa a se concentrar no chamado “day after”. De um lado, a equipe econômica tenta forçar as últimas oportunidades para a aprovação de medidas impopulares, como a Reforma da Previdência, ao passo que, de outro, parlamentares sinalizam resistência.
Para analisar estes e outros eventos que marcaram a semana no mundo político, o programa Conexão Brasília desta sexta-feira (20) recebe o cientista político Vítor Oliveira, diretor da consultoria Pulso Público, e o analista político Paulo Gama, da XP Investimentos. O bate-papo é ao vivo, a partir das 14h45 (horário de Brasília) e pode ser acompanhado pelo vídeo abaixo:
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