Em Davos, Marina defende desmatamento zero e pede que Brasil “lidere pelo exemplo”

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima disse que política ambiental será conversada em todos os setores de governo

Luís Filipe Pereira

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), assume o cargo, durante cerimônia de transmissão, no Salão Nobre no Palácio do Planalto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), assume o cargo, durante cerimônia de transmissão, no Salão Nobre no Palácio do Planalto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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Reafirmando o compromisso com o desmatamento zero na Amazônia e a proteção dos povos indígenas, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), defendeu um “novo ciclo de prosperidade, com democracia, combate às desigualdades e sustentabilidade”.

A declaração foi dada durante painel sobre mudanças climáticas e estilos de vida que são positivos para o planeta, realizado na última segunda-feira (17), no Fórum Aberto de Davos, evento que ocorre no âmbito do Fórum Econômico Mundial, na Suíça.

Marina acredita que as soluções para a crise climática devem ser encontradas a partir da interseccionalidade das ações, com participação de diversos setores. Segundo ela, a construção de uma nova política ambiental para o Brasil também passa pelo debate de questões energéticas, de mobilidade, com a inclusão de representantes da indústria e da agricultura.

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“Não vamos conseguir resolver o problema do clima, da crise ambiental global, se não houver uma ação transversal, e que isso seja no governo, nas empresas e na sociedade, a sustentabilidade em todas as suas dimensões. Isso não acontece da noite do dia, não é mágica”, disse.

Relembrando sua trajetória política como chefe da pasta de Meio Ambiente, há 20 anos, Marina sugeriu que o Brasil lidere “pelo exemplo”, com adoção de medidas práticas a partir da interlocução entre setores governamentais e sociedade, ampliando a busca por alternativas que valorizem outras formas de viver para além do consumismo e priorizando o combate às desigualdades.

Neste processo a ministra sugeriu a criação de “pontes” entre os saberes dos povos originários e o conhecimento científico.

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“A sustentabilidade não é só uma maneira de ‘fazer’. É uma maneira de ‘ser’, é um ideal de vida, é como estarmos em harmonia uns com os outros, com a natureza e com a gente mesmo”, completou pouco depois de responder à plateia que a floresta era um local que a inspirava. “Era o lugar onde a gente brincava, o lugar onde a gente descobria o mistério e a realidade”.

Em sua participação no fórum, Marina também criticou a gestão das políticas ambientais promovida durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), e deixou claro que o país busca retomar o protagonismo histórico nos fóruns globais sobre mudanças climáticas.

“Nós tivemos um governo de quatro anos de negacionismo. A pandemia ceifou a vida de mais de 700 mil pessoas porque o governo negou a ciência. Nós temos a destruição da Amazônia porque o governo negou a ciência”, criticou.

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Para voltar à vanguarda, a ministra acredita que seja necessário um planejamento que dure além dos objetivos políticos e eleitorais, e pediu que a motivação da classe política para a tomada de decisões e elaboração de políticas públicas seja a qualidade de vida das gerações futuras e “não apenas as próximas eleições”.

“Há limites para ter, mas não há limites para ser. Hoje a gente vê muitas pessoas que querem ter muito mais do que um carro. Com um bom transporte público, elas querem ter uma experiência vivencial. Fazer uma viagem para conhecer uma área do mundo, uma nova língua, uma comunidade. Isso é uma nova forma de ter prosperidade”, declarou.

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