Em encontro com Haddad, empresários da construção batem na tecla da queda dos juros

Uma das entidades argumentou que a Selic em 13,75% inibe a realização de novos investimentos empresariais na economia

Estadão Conteúdo

Fernando Haddad (Diogo Zacarias / MF)
Fernando Haddad (Diogo Zacarias / MF)

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Os empresários do setor da construção residencial que estiveram nesta quarta-feira (12) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília, aproveitaram o encontro para tocar em um assunto que é considerado essencial por ambas as partes: a queda dos juros.

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que representa pesos-pesados como MRV e Cyrela, vem se manifestando sobre a necessidade de o Banco Central iniciar o ciclo de cortes da Selic. As declarações vieram subindo de tom a cada reunião do Comitê de Política Monetária sem alteração da taxa, mesmo após os indicadores mostrarem o desaquecimento da inflação.

“Nós mencionamos ao ministro que a taxa de juros real do Brasil é a maior do mundo e que nenhuma empresa, de qualquer setor, tem condições de lidar com isso”, afirmou o presidente da Abrainc, Luiz França, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). “Com o IPCA negativo divulgado nesta semana, o Banco Central tem condições de reduzir a taxa”, emendou.

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Questionado se esse tema não deveria ser discutido com representantes do próprio Banco Central, França disse que a Abrainc “está conversando com todo mundo”.

A entidade argumentou que a Selic em 13,75% inibe a realização de novos investimentos empresariais na economia brasileira. No caso do mercado imobiliário, é uma das variáveis que influencia o financiamento para a compra e a construção de imóveis, cujas taxas subiram para dois dígitos nos últimos meses.

Vale lembrar ainda que a Abrainc encaminhou ao BC, em março, uma proposta de aumento no porcentual de recursos da poupança que é direcionado obrigatoriamente ao financiamento de imóveis. A instituição pede que passe dos atuais 65% para 70%. A medida, se confirmada, representaria a injeção de R$ 38 bilhões em recursos no mercado imobiliário, de acordo com estimativa do setor. O pleito, entretanto, não prosperou junto à autoridade monetária.

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França contou ainda que a conversa com o ministro foi para atualizar o governo sobre o andamento do mercado imobiliário. Não foi apresentada uma demanda específica à pasta, segundo o presidente da Abrainc. “O governo já fez muito e está fazendo”, disse o representante do setor, citando as novas regras que turbinaram o Minha Casa, Minha Vida com elevação de subsídios, redução de juros e aumento do limite de preços.