Fernando Henrique Cardoso declara voto em Lula no segundo turno

“Voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social”, justificou o tucano

Fábio Matos

(Agência Brasil)
(Agência Brasil)

Figura histórica do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou nesta quarta-feira (5) que votará em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial.

O petista será o adversário do presidente Jair Bolsonaro (PL) na rodada final da votação, no dia 30.

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Em um post publicado em sua conta no Twitter, FHC atribui o voto a ‘uma história de luta pela democracia e inclusão social”. O tucano publicou ainda duas fotos em que aparece ao lado de Lula.

Também pelo Twitter, Lula agradeceu ao ex-adversário e escreveu que “o Brasil precisa de diálogo e de paz”.

FHC governou o Brasil por oito anos, de 1995 a 2002. O tucano derrotou Lula nas eleições de 1994 e 1998, ambas no primeiro turno. O PT fez dura oposição aos dois governos do PSDB.

Em 2002, o candidato apoiado por FHC – José Serra – foi derrotado por Lula, que chegou ao Palácio do Planalto em sua quarta tentativa (também havia sido derrotado em 1989, por Fernando Collor).

Lula foi reeleito em 2006 vencendo o então tucano Geraldo Alckmin. Em 2010 e 2014, apoiada por Lula, Dilma Rousseff derrotou duas vezes o PSDB (batendo Serra, em 2010, e Aécio, em 2014).

Racha tucano

O apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), a Jair Bolsonaro e Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), embora tenha ressoado bem entre prefeitos tucanos do interior e deputados da atual bancada do PSDB na Câmara, revoltou integrantes da chamada “velha guarda” do partido.

Representantes da “ala histórica” do PSDB, como os ex-senadores e ex-ministros José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, também declararam voto em Lula – Aloysio já havia tomado essa atitude ainda no primeiro turno. Apesar do apoio ao petista, Serra declarou que votará em Tarcísio na disputa contra Fernando Haddad (PT) pelo governo de São Paulo.

Membros da campanha de Lula vinham tentando há meses viabilizar uma declaração de apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No primeiro turno, o tucano não declarou o nome do candidato de sua preferência, mas defendeu o voto “em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade”. O PSDB apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB) e indicou a vice na chapa, Mara Gabrilli (SP).