Governança fiscal é fundamental para sucesso do arcabouço, diz Bruno Dantas

Presidente do Tribunal de Contas da União diz que criação de comitê de aperfeiçoamento de regras fiscais pode auxiliar acompanhamento

Luís Filipe Pereira

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O ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), afirmou, nesta segunda-feira (27), que o texto do novo arcabouço deve levar em conta a governança fiscal para que a nova regra seja bem-sucedida.

Em evento promovido pela consultoria política Arko Advice, em São Paulo, Dantas justificou seu raciocínio ao ponderar que “não é possível ter sustentabilidade do gasto se não tivermos um alicerce sólido”, e disse que há diálogo com o governo atual para que seja criado um comitê de aperfeiçoamento de regras fiscais.

“Não bastam regras e é preciso sobretudo aperfeiçoar ou institucionalizar os órgãos que cuidam da governança fiscal. A Lei de Responsabilidade Fiscal tem uma série de relatórios a serem apresentados pelo Tesouro ao TCU, para que façamos um acompanhamento e nós temos medidas de contingenciamento para chegar naquilo estabelecido como meta de superávit ou de déficit”, destacou.

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De acordo com Bruno Dantas, a criação do comitê seria nos moldes do que existe nos Estados Unidos desde a década de 1950. O grupo reúne o departamento responsável pelas contas públicas americano, órgão que seria equivalente ao TCU, além do gabinete de política fiscal e representantes do Tesouro. A partir de reuniões realizadas trimestralmente, são estabelecidas metas com o objetivo de discutir o aperfeiçoamento das regras fiscais.

Dantas disse que a ideia já foi apresentada à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), e que também estão previstas conversas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

O presidente do TCU considera que o teto de gastos implementado durante o governo de Michel Temer (MDB) “foi útil para restabelecer a credibilidade, mas, quando a despesa primária chegou perto do teto, ele se mostrou insuficiente”.

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Ainda sobre o novo arcabouço, Dantas criticou que o orçamento público seja canalizado para o que chamou de “ações paroquiais”. Como forma de sinalizar uma mudança, ele acredita que a constitucionalização de regras fiscais deve ser evitada, e em seu lugar seja priorizado o debate da legislação por meio de projetos de lei complementar.

“Temos expectativa em conhecer os detalhes do texto, mas é preciso investir na governança fiscal. Relatórios tem que ser acompanhados, mas precisamos saber onde queremos chegar e como vamos fazer para chegar lá”, reafirmou.