Haddad: Recado a Poderes é que temos de continuar reformas e temos desafio fiscal para 2024

Ministro crê que harmonização das políticas fiscal e monetária vai proporcionar ao País um novo ciclo de desenvolvimento

Estadão Conteúdo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante entrevista (Foto: Diogo Zacarias)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante entrevista (Foto: Diogo Zacarias)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a redução de 0,5 ponto porcentual da Selic, decidida nesta quarta-feira (2), pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, traz um recado para os demais Poderes: a necessidade de continuar com reformas econômicas tendo em vista o desafio fiscal já para 2024.

“Esse é um recado para os Poderes constituídos de que nós temos de continuar. Não é hora de baixar a guarda, é muito desafiador o ano que vem. Nós temos um desafio fiscal importante. Esse resultado de hoje dá um alento, porque estávamos vendo uma queda de arrecadação importante, uma desaceleração muito forte, e eu penso que as coisas vão se enquadrar”, disse há pouco o ministro.

Para ele, a harmonização das políticas fiscal e monetária é que vai proporcionar ao País um novo ciclo de desenvolvimento. “Essa é a minha convicção, desde que nós continuemos a aprovar a agenda que está sendo endereçada ao Congresso, com os reparos que o Congresso faz e são absolutamente legítimos, ou que o Executivo venha a apoiar projetos de senadores e deputados quando são de interesse do País. Esse é o caminho”, disse.

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O ministro ressaltou que esses movimentos estão fortalecendo a agenda econômica, construída coletivamente. Também ponderou que o comunicado deixou aberto o caminho para mudança de conjuntura caso essa pauta siga avançando, destacando que a decisão pelo corte de 0,5 p.p. teve um placar de cinco votos a quatro, mas que a sinalização pela continuidade de cortes nesta magnitude foi unânime.

“O comunicado é uma combinação que reflete uma visão de conjunto. Começou com 0,5 ponto, sinaliza os próximos cortes e obviamente que pode haver uma mudança de conjuntura para melhor assim que a agenda econômica continuar avançando. Tivemos um ganho importante. O Congresso entregou, o Poder Judiciário entregou, o Executivo entregou e nós vamos continuar correndo atrás dos resultados para que esses indicadores melhorem ainda mais”, afirmou, frisando que espera um cenário econômico ainda melhor daqui para frente.

O ministro disse ainda que falaria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a decisão do Copom após ter feito uma leitura atenta do comunicado e uma pequena reunião com a equipe. “Vamos passar ao presidente uma visão correta da interpretação sobre os próximos passos. Penso que é um dia importante”, afirmou.