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SÃO PAULO – O nome de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda pode ter animado o mercado mas, naturalmente, não satisfez os movimentos de esquerda e intelectuais que apoiaram a reeleição de Dilma Rousseff. O descontentamento aumentou ainda mais com a possível nomeação de Kátia Abreu (PMDB-TO), ligada ao agronegócio, para o Ministério da Agricultura.
Para divulgar essa discordância, grupos que se uniram para a eleição de Dilma criaram abaixo-assinado chamado “Em defesa do programa vitorioso nas urnas” e que já contava com a assinatura de 2.739 pessoas até o final da tarde desta terça. O manifesto conta com assinaturas de integrantes do MST (Movimento Sem Terra) e outros movimentos sociais, jornalistas e economistas, como Luiz Gonzaga Belluzzo, além de André Singer, porta-voz da Presidência no governo Lula.
“Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas”, afirma o manifesto.
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“As propostas de governo foram anunciadas claramente na campanha presidencial e apontaram para a ampliação dos direitos dos trabalhadores e não para a regressão social. A sociedade civil não pode ser surpreendida depois das eleições e tem o direito de participar ativamente na definição dos rumos do governo que elegeu”, afirma.
Confira o manifesto dos movimentos sociais e de intelectuais:
A campanha presidencial confrontou dois projetos para o país no segundo turno. À direita, alinhou-se o conjunto de forças favorável à inserção subordinada do país na rede global das grandes corporações, à expansão dos latifúndios sobre a pequena propriedade, florestas e áreas indígenas e à resolução de nosso problema fiscal não com crescimento econômico e impostos sobre os ricos, mas com o mergulho na recessão para facilitar o corte de salários, gastos sociais e direitos adquiridos.
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A proposta vitoriosa unificou partidos e movimentos sociais favoráveis à participação popular nas decisões políticas, à soberania nacional e ao desenvolvimento econômico com redistribuição de renda e inclusão social.
A presidenta Dilma Rousseff ganhou mais uma chance nas urnas não porque cortejou as forças do rentismo e do atraso e sim porque movimentos sociais, sindicatos e milhares de militantes voluntários foram capazes de mostrar, corretamente, a ameaça de regressão com a vitória da oposição de direita.
A oposição não deu tréguas depois das eleições, buscando realizar um terceiro turno em que seu programa saísse vitorioso. Nosso papel histórico continua sendo o de derrotar esse programa, mas não queremos apenas eleger nossos representantes políticos por medo da alternativa.
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No terceiro turno que está em jogo, a presidenta eleita parece levar mais em conta as forças cujo representante derrotou do que dialogar com as forças que a elegeram.
Os rumores de indicação de Joaquim Levy e Kátia Abreu para o Ministério sinalizam uma regressão da agenda vitoriosa nas urnas. Ambos são conhecidos pela solução conservadora e excludente do problema fiscal e pela defesa sistemática dos latifundiários contra o meio ambiente e os direitos de trabalhadores e comunidades indígenas.
As propostas de governo foram anunciadas claramente na campanha presidencial e apontaram para a ampliação dos direitos dos trabalhadores e não para a regressão social. A sociedade civil não pode ser surpreendida depois das eleições e tem o direito de participar ativamente na definição dos rumos do governo que elegeu.
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LUIZ GONZAGA BELLUZZO – FACAMP/UNICAMP
JOÃO PEDRO STÉDILE – MST
LAURA TAVARES SOARES – UFRJ
LEONARDO BOFF – Teólogo
JOAQUIM ERNESTO PALHARES – Jornalista
LAURINDO LEAL “LALO” FILHO – USP
PEDRO PAULO ZAHLUTH BASTOS – UNICAMP
ANDRE SINGER – USP
JOSÉ ARBEX JR – PUC/SP
IVANA JINKINGS – Diretora Editorial
IGOR FELIPPE – Jornalista
PAULO SALVADOR – Jornalista
ALTAMIRO BORGES – Militante Político
ROSA MARIA MARQUES – PUC-SP
VALTER POMAR – Militante do PT
MST – Movimento Dos Trabalhadores Sem Terra
FORA DO EIXO
MÍDIA NINJA
REDE ECUMENICA DA JUVENTUDE – REJU
CENTRO DE MÍDIA ALTERNATIVA BARÃO DE ITARARÉ
GILBERTO CERVINSKI – MAB – Movimento Dos Atingidos Por Barragens
WLADIMIR POMAR – Analista político e escritor
ANDREA LOPARIC – FFLCH-USP
BRENO ALTMAN – Jornalista
ALFREDO SAAD-FILHO – SOAS – UNIVERSIDADE DE LONDRES
MARIA DE LOURDES MOLLO – UNB
NIEMEYER ALMEIDA FILHO – UFU
CARLOS PINKUSFELD – UFRJ
MARCELO PRONI – UNICAMP
PEDRO ESTEVAM SERRANO – PUC/SP
PEDRO ESTEVAM DA ROCHA POMAR – Jornalista
GENTIL CORAZZA – UFRGS
RUBENS SAWAYA – PUC-SP
PEDRO ROSSI – UNICAMP
CONCEIÇÃO OLIVEIRA – Educadofra e blogueira
LUIZ CARLOS DE FREITAS – UNICAMP
LUCIO FLÁVIO RODRIGUES DE ALMEIDA – PUC-SP
CAIO NAVARRO DE TOLEDO – UNICAMP
MARIA A. MORAES SILVA – UFCAR E UNESP
JOYCE SOUZA – Jornalista
EDUARDO FERNANDES DE ARAUJO – UFPA
LUIZ CARLOS PINHEIRO MACHADO – UFRGS – UFSC – UFFS
ANA LAURA DOS REIS CORREA – UNB
MONICA GROSSI – UF de Juiz de Fora
DANIEL ARAUJO VALENÇA – UFERSA
MARCIO SOTELO FELIPPE – Advogado
DEBORA F. LERRER – CPDA/UFRRJ
HORACIO MARTINS DE CARVALHO – Militante Social
GERALDO PRADO – UFRJ
ANTONIO MACIEL BOTELHO MACHADO –
JUAREZ TAVARES – UERJ
CLARISSE MEIRELES – Jornalista
HELOISA FERNANDES – Socióloga/SP
ARLETE MOYSÉS RODRIGUES – UNICAMP
HELOISA MARQUES GIMENEZ – UNB
FLAVIO WOLF AGUIAR – USP
FERNANDO MATTOS – UFF
BRUNO DE CONTI – UNICAMP
JOSÉ EDUARDO ROSELINO – UFSCAR
ARIOVALDO DOS SANTOS – FEA/USP
LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE