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SÃO PAULO – Depois da polêmica do informe do Santander, que levou a um pedido de desculpas e a demissão dos responsáveis pelo relatório crítico à Dilma Rousseff, o PT teve uma nova vitória neste domingo, desta vez contra a casa de research independente Empiricus. A notícia foi destacada no portal da campanha da presidente, Muda Mais.
Por determinação da Justiça Eleitoral, o Google retirará do ar todas as peças publicitárias da empresa de análise de ações “Empiricus Research”, que, segundo o PT, também faziam “terrorismo econômico”. “A empresa Empiricus tem se utilizado de posts patrocinados junto ao Google para divulgar conteúdo propagandístico favorável a Aécio e desfavorável a Dilma, o que é juridicamente reprovável”, destacou o coordenador do PT, Flávio Caetano.
“Desde o início do período eleitoral, a Empiricus vem vinculando suas publicidades a cenários que se referem ao pleito presidencial de 2014”, dizem os advogados da campanha do PT na ação. “Ocorre que o conteúdo de sua propaganda ultrapassa qualquer limite da liberdade de informação e atenta frontalmente aos ditames da legislação eleitoral, chegando a incitar, em seu anúncio pago, um certo ‘terrorismo’ no mercado financeiro, em caso de vitória da candidata”.
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A representação destaca que, desde o início do período eleitoral, a empresa tem disponibilizado publicidades em portais de jornais nas quais consta um link “Como Proteger seu Patrimônio da Dilma”. O material prevê instabilidades na economia caso Dilma conquiste um segundo mandato, demonstrando “claro partidarismo e ilegítimo oportunismo político”, de acordo com a representação.
No documento, a coligação de Dilma – formada por PT, PMDB, PSD, PP, PR, PDT, PROS, PCdoB e PRB – pede que seja suspensa, em caráter liminar e até o final do período eleitoral, qualquer veiculação de anúncios pagos pela Empiricus que tenham referência ao pleito de 2014 ou aos candidatos a presidente. A campanha de Dilma, que também fez representação contra Aécio Neves, também pede aplicação de multa ao tucano, sua coligação e à Empiricus no valor de R$ 30 mil. O Google também consta na ação por ser a empresa contratada que fornece a infraestrutura virtual para a veiculação do material.
Resposta da Empiricus
Após o episódio, a Empiricus enviou nota de esclarecimento em nome de um dos sócios da casa de research, Felipe Miranda. No começo da nota, ele questiona se, ao entrar com representação contra Aécio Neves, Empiricus e Google, a coligação da presidente entenda que há alguma relação entre as partes. “Posto isso, convido a coligação – e mais quem quiser – a mostrar/provar a existência de relacionamento, em qualquer instância, entre a Empiricus e Aécio Neves”, afirmou.
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Em seu primeiro argumento, a Empiricus diz que há uma correlação entre a divulgação de pesquisas eleitorais e a reação dos ativos financeiros brasileiros, com as ações das estatais e da Bolsa Brasileira registrando alta sempre com uma queda de Dilma nas pesquisas, acrescentando manchetes de diversos jornais do País sobre o assunto.
“Não há requisito algum de treinamento em estatística para constatar o óbvio: pesquisas favoráveis a Dilma Rousseff implicam, ceteris paribus, depreciação dos ativos financeiros brasileiros. Reitero: isso não é opinião, é fato. Os mercados reagem de forma diferente a maiores possibilidades em favor de Aécio e de Dilma. Evidentemente, não há nenhum prognóstico de que haja uma ruptura dessa correlação. Se foi assim no passado e está sendo assim no presente, assume-se que a mesma dinâmica continuará à frente, posto que não há fatos novos representando uma quebra estrutural no processo”, afirma a nota.
O analista Felipe Miranda também apresenta as campanhas publicitárias do Google com as chamadas “Como se proteger de Dilma” e “E se Aécio Neves ganhar”, que geraram descontentamento dentro da campanha petista.
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A Empiricus, ao justificar as propagandas destaca que outros anúncios foram feitos e que foram retirados por não ser tão rentáveis. “O próprio Google, através de seus algoritmos, identifica os mais adaptados e, por relevância, passa a imprimir com maior frequência os mais aptos. A Empiricus, por sua vez, respeitados os princípios da ética, retira do ar os anúncios anteriores que vinham performando mal, deixando apenas os melhores – ninguém vai fazer campanha publicitária para perder dinheiro”. Propagandas com as chamadas “E se o Campos ganhar?” também foram para o ar, reforça Miranda.
A representação contra a Empiricus, Aécio e o Google, também destaca a tese do título “O Fim do Brasil” de terrorismo no mercado financeiro. “A tese sobre o Fim do Brasil não é pessimista. Ela é realista, feita por um apaixonado pelo seu país, que não pode furtar-se à sua vocação de dar as melhores recomendações de investimento a seus clientes. Trata-se de uma abordagem construtiva, que mostra como preparar-se para a crise que, no meu entendimento, está se formando. Se, na opinião da coligação de Dilma, não há crise nesses placares 7×1, eu respeito. O padrão Empiricus é outro”, disse o analista.