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Os líderes do Brics estavam avaliando regras para a admissão de novos membros ao bloco de países em desenvolvimento em uma cúpula nesta quarta-feira (23), mesmo com divisões sobre a direção futura arriscando minar sua ambição de dar ao “Sul Global” mais influência nas questões mundiais.
Os pesos pesados do bloco, China e Rússia – cujo presidente Vladimir Putin está participando virtualmente da reunião – querem reforçar o Brics em meio ao aumento das tensões resultantes da guerra na Ucrânia e da crescente rivalidade de Pequim com Washington.
Eles buscam aproveitar a cúpula de 22 e 24 de agosto, na capital comercial da África do Sul, Johanesburgo, para transformar o grupo, que também inclui o Brasil e a Índia, em um contrapeso ao Ocidente.
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Mas divisões de longa data ressurgiram no primeiro dia de negociações na terça-feira, expressadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que o grupo não deve tentar rivalizar com os Estados Unidos e as economias ricas do Grupo dos Sete.
Lula e seus homólogos Cyril Ramaphosa, da África do Sul, Xi Jinping, da China, e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi se reuniram para um jantar e um mini-retiro na noite de terça-feira.
A questão da expansão do Brics esteve no topo da agenda da cúpula e expôs os tipos de divergência de visão que há muito atormentam o grupo.
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A China e a Rússia estão interessadas em expandir o Brics para dar ao bloco mais influência global. Ramaphosa, da África do Sul, disse na terça-feira que a posição do seu país era semelhante à da China.
O Brasil, entretanto, teme que a expansão do Brics dilua a sua influência, embora queira ver a vizinha Argentina aderir ao bloco.
Uma autoridade indiana familiarizada com as discussões de terça-feira à noite entre os líderes disse que Modi indicou que seu país estava aberto à expansão, mas que “deve haver regras básicas sobre como isso deve acontecer e quem pode aderir”.
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Líderes discutem critérios
Mais de 40 países manifestaram interesse em aderir ao Brics, dizem autoridades sul-africanas. Destes, quase duas dúzias pediram formalmente para serem admitidos.
Embora não se espere que novos membros sejam admitidos no Brics durante a cúpula, os líderes estão ponderando uma estratégia e critérios para a adesão, cujos detalhes poderão ser incluídos numa declaração conjunta que deverá ser finalizada nesta quarta-feira.
Além da questão da expansão, o reforço da utilização de moedas locais dos Estados Membros nas transações comerciais e financeiras para diminuir a dependência do dólar norte-americano também está na agenda da cúpula.
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Os organizadores sul-africanos dizem que não haverá discussões sobre uma moeda comum do Brics, uma ideia lançada pelo Brasil como uma alternativa à dependência do dólar.