Lula diz estar “muito satisfeito” com nova montagem do governo após posse de ministros do centrão

Ao contrário de outras ocasiões, não houve uma cerimônia no Palácio do Planalto aberta a convidados e à imprensa

Reuters

13.09.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que assumiram Esporte e Portos e Aeroportos, e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB). Foto: Ricardo Stuckert / PR
13.09.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que assumiram Esporte e Portos e Aeroportos, e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB). Foto: Ricardo Stuckert / PR

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (13) que ficou muito satisfeito com a montagem do governo, após dar posse a dois ministros do centrão como parte de uma pequena reforma ministerial para ampliar sua base de apoio no Congresso Nacional.

“Eu estou muito satisfeito com a conclusão que nós chegamos na montagem do governo. Eu acho que nós estamos vivendo um momento de muita expectativa no Brasil”, disse Lula em vídeo divulgado pelo Palácio do Planalto ao lado dos novos ministros.

Os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) foram empossados como novos ministros do Esporte e de Portos e Aeroportos, respectivamente, oficializando a entrada de mais dois partidos do centrão no governo.

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Lula também deu posse a Márcio França, do PSB, no novo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, criado para encaixar o ex-governador de São Paulo, que ocupava até então a pasta de Portos e Aeroportos.

Ao contrário de outras posses de ministros, não houve uma cerimônia no Palácio do Planalto aberta a convidados e à imprensa.

As mudanças no ministério devem ajudar Lula a aprovar sua agenda econômica, incluindo medidas de arrecadação enviadas pelo Ministério da Fazenda, segundo analistas políticos, mas o presidente ainda enfrentará uma batalha difícil para fazer com que o Congresso aprove emendas constitucionais ou pautas de esquerda, disseram.

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“Para os investidores, é o melhor dos dois mundos, um governo forte o suficiente para evitar revezes no Congresso, mas não forte o suficiente para aprovar uma legislação vista como prejudicial ou antiempresarial”, disse Mario Sergio Lima, analista sênior da Medley Global Advisors.

Apesar de agora contarem com ministros na Esplanada, PP e Republicanos — que apoiaram o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e estiveram com ele na eleição do ano passado contra Lula –, deixaram claro que não farão parte da base governista.

“Ele terá de negociar a pauta voto a voto. No PP até terá mais apoio, mas vejo o Republicanos como independente”, disse André César, da consultoria de risco político Hold Assessoria Legislativa.

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Lima, da Medley Global Advisors, disse que o governo pode até não contar com a maior parte dos votos do PP e do Republicanos, mas terá a maioria suficiente de votos na Câmara para aprovar as medidas de arrecadação para reduzir o déficit fiscal. O PP é o partido do presidente da Casa, Arthur Lira (AL).

Para Cristiano Noronha, da Arko Advice, as mudanças ministeriais “melhoram o apoio ao governo no Congresso e criam um ambiente mais favorável e a possibilidade de diálogo bom com o governo”.

A nomeação de Fufuca como ministro do Esporte não foi popular entre o setor esportivo e membros do PT, que lembraram que ele votou em 2016 a favor do impeachment da então presidente petista Dilma Rousseff.

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No entanto, a antecessora de Fufuca, a medalhista olímpica e ídolo do vôlei brasileiro Ana Moser, foi mais filosófica, dizendo que entendia que tinha que se afastar para permitir que o governo minoritário de Lula ganhasse “governabilidade”.