Lula diz que deseja fechar “quase todos” clubes de tiro do país

Presidente voltou a criticar os decretos de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que flexibilizaram as restrições a compra de armas por civis

Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (25), que comunicou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que deseja fechar “quase todos” os clubes de tiro do país e que somente as forças policiais e as Forças Armadas deveriam ter locais para a prática da atividade.

“Eu sinceramente não acho que o empresário que tem um lugar de praticar tiro é empresário… Eu já disse para o Flávio Dino: nós temos que fechar quase todos, só deixar aberto aqueles que são da Polícia Militar, Civil ou do Exército”, disse Lula durante live semanal transmitida em suas redes sociais.

Lula também voltou a criticar os decretos de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que flexibilizaram as restrições a compra de armas por civis, afirmando que as medidas só ajudaram o crime organizado e as classes sociais mais ricas.

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“No fundo, esse decreto de liberação de armas que o presidente anterior fez era para agradar o crime organizado, porque quem consegue comprar é o crime organizado e gente que tem dinheiro. Pobre e trabalhador não estão conseguindo comprar comida”, disse.

Ele disse que acredita que o Brasil “só vai melhorar quando entrar na era do livro” e que o governo anterior apenas se preocupava em difundir “violência” e “mentiras”.

Um recadastramento de armas de fogo permitidas e de uso restrito realizado em maio pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública contabilizou 939.154 armas registradas, o que representa 99% do total.

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Na semana passada, o governo anunciou um pacote de medidas para a área da segurança pública que incluiu a edição de um decreto para endurecer as normas de circulação de armas no país, trazendo ampla restrição no acesso, registro e porte, além de repassar do Exército para a Polícia Federal a fiscalização do armamento e munição dos artefatos.

Durante cerimônia de anúncio das medidas, na sexta-feira, Lula havia dito que não se pode permitir que as pessoas tenham “arsenais de armas” nas mãos e que somente as polícias e as Forças Armadas devem estar bem armadas.

“Uma coisa é um cidadão ter uma arma em casa de proteção e garantia… mas a gente não pode permitir que haja arsenais de armas nas mãos das pessoas”, disse. “A gente vai continuar lutando por um país desarmado. Quem tem que estar bem armado é a polícia brasileira, são as Forças Armadas brasileiras”, disse na ocasião.