Lula espera que acordo comercial entre UE e Mercosul seja fechado neste ano

"Queremos um acordo que preserve a capacidade das partes de responder aos desafios presentes e futuros", defendeu

Equipe InfoMoney

Brasília (DF) 20/03/2023 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante solenidade que anunciou a retomada do programa Mais Médicos para o Brasil.
Brasília (DF) 20/03/2023 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante solenidade que anunciou a retomada do programa Mais Médicos para o Brasil.

Publicidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira (17), que espera que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul seja concluído este ano.

“Um acordo entre Mercosul e União Europeia equilibrado, que pretendemos concluir ainda este ano, abrirá novos horizontes. Queremos um acordo que preserve a capacidade das partes de responder aos desafios presentes e futuros”, disse o presidente brasileiro durante discurso em Bruxelas, na Bélgica.

Leia Mais:
Ao lado de Lula, Von der Leyen diz esperar fim de divergências para acordo com Mercosul

Continua depois da publicidade

Segundo Lula, as compras governamentais são um “instrumento vital para articular investimentos em infraestrutura e sustentar nossa política industrial”, acrescentou ao lembrar que tanto Estados Unidos (EUA) como União Europeia “saíram na frente e já adotam políticas industriais ambiciosas baseadas em compras públicas e conteúdo nacional”.

O presidente brasileiro ressaltou o papel que empresas, universidades e sociedade civil têm para as relações entre os países, e que os encontros que se iniciam hoje – 3ª Cúpula Celac-União Europeia e Fórum Empresarial União Europeia-América Latina – confirmam que “nossos empreendedores estão plenamente engajados no relançamento dessa histórica aliança, baseada na certeza de que o sucesso do outro é fundamental para nosso êxito comum”.

“A pandemia da covid-19, além de ceifar milhões de vidas, desorganizou o sistema produtivo nos quatro cantos do planeta. A mudança do clima evidencia a urgência em preservar a biodiversidade e os ecossistemas. E a guerra no coração da Europa lança sobre o mundo o manto da incerteza e canaliza para fins bélicos recursos até então essenciais para a economia e programas sociais”, acrescentou.

Continua depois da publicidade

Lula explicou que o crescimento dos países sul-americanos e caribenhos só ocorrerá se for pensado de forma sustentável e regionalmente integrada. Ele lembrou que na última reunião de líderes sul-americanos, em maio, foi proposta uma atualização da carteira de projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento, reforçando a multimodalidade e priorizando os projetos de alto impacto para a integração física e digital.

Ainda que priorize a concretização do acordo com os europeus, Lula tem sido crítico às condições impostas pela União Europeia. No início do mês, ao assumir a presidência temporária do Mercosul, o Chefe do Executivo brasileiro afirmou, na Argentina, que não havia interesse em acordos comerciais que mantenham aos países da América do Sul o papel de exportadores de matéria-prima.

“O Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente. É inadmissível abrir mão do poder de compra do Estado – um dos poucos instrumentos de política industrial que nos resta”, disse na ocasião.

Continua depois da publicidade

O presidente brasileiro chegou no domingo (16) a Bruxelas, na Bélgica para participar da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, que ocorre até terça-feira (18). O encontro reúne cerca de 60 líderes estrangeiros dos países componentes dos blocos.

(Com agências)