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Um integrante do diretório estadual do MDB em Alagoas, que é presidido pelo senador Renan Calheiros, entrou na Justiça pedindo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspenda a convenção virtual do partido marcada para esta quarta-feira (27).
Na ocasião, é esperado que a sigla oficialize a candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República nas eleições de outubro.
O argumento utilizado pelo emedebista para o TSE é que a plataforma pela qual o partido realizará a convenção, Zoom, não garante o sigilo da votação. O MDB garante que sim.
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O documento é assinado por Hugo Wanderley Caju, delegado da convenção do MDB. Ele é aliado de Calheiros, que integra a ala lulista no partido, a qual não apoia a candidatura de Tebet ao Planalto. Nenhum presidente de diretório do partido, no entanto, assinou a ação.
Caju diz que o edital de convocação da convenção do partido “reveste-se de grave irregularidade” ao prever a realização do evento via Zoom, “notadamente relacionada à garantia do sigilo do voto, representando violação às disposições estatutárias do MDB”.
O delegado da convenção cita no pedido que a plataforma Zoom foi utilizada pelo Senado na pandemia de Covid-19 para as deliberações plenárias, mas que nas ocasiões que demandavam sigilo a Casa realizou seus trabalhos de forma exclusivamente presencial.
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“A plataforma ‘ZOOM’, apesar de atender bem aos propósitos, não é capaz de garantir o sigilo das informações por ela veiculadas, não sendo, pois, recomendada para garantir a lisura de votações dessa natureza”, diz.
“Tal fato, inclusive, forçou o Senado Federal, quando diante da necessidade de resguardar o sigilo das votações, a realizar seus escrutínios de forma exclusivamente presencial”, completa.
Segundo Caju, a eventual suspensão do evento não implicaria em descumprimento do calendário eleitoral pelo MDB, uma vez que o prazo estabelecido pelo TSE é de que os partidos realizem suas convenções até 5 de agosto.
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Na semana passa, a analista de política da XP em Brasília, Júnia Gama, revelou no Timing Político, programa semanal de política do InfoMoney, que líderes do MDB no Nordeste haviam procurado o ex-presidente Michel Temer para pedir que ele falasse com o presidente da sigla, Baleia Rossi, na tentativa de “unir o partido”.
“Na segunda-feira, teve uma reunião importante do ex-presidente Lula, do PT, com ‘caciques’ do MDB, principalmente do Nordeste, em que eles declararam apoio ao Lula. Tinha ali quase a metade dos estados [da região] representados e todos eles declarando apoio ao Lula”, disse Júnia.
“No dia seguinte, esses mesmos ‘caciques’ foram conversar com o ex-presidente Michel Temer, pedindo que ele consiga trabalhar para unir o partido em torno de uma neutralidade. Eles gostariam muito que a candidatura de Simone Tebet nem fosse oficializada pelo partido, porque assim eles ficam mais livres para apoiar Lula nos estados, para dar palanque para o Lula, e assim também conseguirem mais votos”, completou.
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Além da desunião interna em seu partido, Tebet também enfrenta pressão pelo baixo desempenho nas pesquisas eleitorais divulgadas até agora — segundo o último levantamento Datafolha, publicado em junho, ela tem 1% das intenções de voto no primeiro turno.
Já na pesquisa Ipespe divulgada ontem, Tebet aparece com 4%. Embora tenha sido seu melhor desempenho nos levantamentos do instituto até então, ele ainda está muito atrás dos demais candidatos — Lula aparece com 44%, enquanto Bolsonaro tem 35% e Ciro Gomes, 9%.
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