Maioria espera aumento da inflação, mas diz que Lula está certo em tentar forçar queda dos juros, diz pesquisa Genial/Quaest

Para 39% dos eleitores brasileiros, inflação deve aumentar nos próximos 12 meses, mas 76% concordam com postura do presidente sobre os juros

Marcos Mortari

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Um dos principais desafios para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no campo econômico, o combate à inflação não gera expectativas positivas entre a maioria dos brasileiros, mas tampouco confere suporte à política monetária conduzida pelo Banco Central. É o que indica pesquisa Genial/Quaest divulgada na última quarta-feira (15).

Segundo o levantamento, realizado entre 10 e 13 de fevereiro, 39% do público apto a votar no país acredita que a inflação irá aumentar nos próximos 12 meses. Outros 29% esperam uma diminuição, enquanto 27% veem chances maiores de o cenário não sofrer grandes mudanças.

O sentimento é mais negativo entre eleitores com renda familiar mensal entre 2 e 5 salários mínimos (41%) ou superior a esse nível (40%). Os mais otimistas são aqueles que recebem menos, até 2 salários – grupo em que Lula tem mais apoio. Mesmo entre estes, as expectativas de aumento da inflação superam numericamente as apostas em uma trégua dos preços.

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Apesar de uma percepção negativa sobre o comportamento dos preços no longo prazo, a maioria dos eleitores entrevistados pela Quaest diz concordar com a postura de Lula em tentar forçar uma queda na taxa de juros. O levantamento mostra que 76% apoiam a conduta, contra apenas 16% que a reprovam.

A pesquisa também revela que a maioria dos brasileiros não sabe quem é o responsável por definir a taxa de juros no Brasil (apenas 26% responderam Banco Central, enquanto 46% não responderam e 22% apontaram o Ministério da Fazenda ou a Presidência da República).

Apenas 30% dos entrevistados tomaram conhecimento das críticas de Lula à política de juros adotada pelo Banco Central. E só 28% sabem que o atual comandante da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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A pesquisa Genial/Quaest foi feita entre os dias 10 e 13 de fevereiro. Foram realizadas 2.016 entrevistas no modelo face a face, através da aplicação de questionários estruturados a uma amostra representativa da população de eleitores brasileiros.

A margem máxima de erro é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Já o nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se mais de uma pesquisa fosse feita no mesmo período e sob as mesmas condições, essa seria a probabilidade de o resultado se repetir dentro do limite da margem de erro.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.