Marina já dá as primeiras sinalizações ao mercado como presidenciável

Marina defendeu ontem o tripé econômico, baseado pelo regime de metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante e disse que autonomia do Banco Central é consenso

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Logo após ser oficializada como presidenciável pelo PSB na noite de ontem, Marina Silva já deu às primeiras sinalizações para o mercado sobre como deverá conduzir a política econômica caso seja eleita, o que pode mexer nos mercados hoje.

Marina defendeu ontem o tripé econômico, baseado pelo regime de metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante, em um discurso sintonizado com o de Eduardo Campos, que morreu no último dia 13 em um desastre aéreo. Ela também lembrou que defendia essas posições em 2010, quando foi candidata à Presidência pelo PV e teve quase 20 milhões de votos.

“Poderemos combinar os instrumentos da macroeconomia com a microeconomia para que o Brasil possa voltar à estabilidade econômica, esse será o nosso esforço”, afirmou. 

Continua depois da publicidade

Além disso, ela também destacou que a autonomia do Banco Central é um consenso, lembrando-se que Campos advogava por uma autonomia formal. Ela disse que o tema sobre a formalização desta autonomia está em discussão pela equipe do programa do governo e que sua decisão virá após posicionamento desta área. 

Boa parte do mercado esperava pelo primeiro discurso de Marina como presidenciável, apesar da ex-senadora já indicar que estaria mais comprometida com medidas mais ortodoxas. Desde que foi sinalizado que ela seria mesmo a candidata, na última sexta-feira, o Ibovespa já subiu 5,55%. 

Conforme ressaltou a economista e sócia diretora da Galanto Consultoria Monica de Bolle, a equipe econômica de Marina sugere políticas semelhantes às do PSDB, que são mais bem vistas pelo mercado. Entre os principais nomes de sua equipe, estão Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Resende. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.